Parte2

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                       Anjo caído

Esse anjo mau é triste, já sofreu todas e mais algumas, tudo isso, sua culpa... Ele condena, ele mata, ele salva e se suicida... Imagina um ser belo por fora e terrível  por dentro... Agora, imagina sua queda.

Arrombo a porta, sim, eu poderia usar as chaves mas que porra de graça isso teria...
Avanço pelo corredor, caminho deixando a sala e abro a porta, destrancada, ela não muda, mesmo estando a fazer coisas que carecem de mais atenção de sua parte continua uma desleixada incorrigível. A porta se abre e sou recebido pela visão mais bela que artista algum jamais criou, linda e nua, ajoelhada na cama, cabelos vermelhos armados numa juba poderosa, com a mão esquerda segura o lençol que cobre seu corpo. Mesmo eu repetindo:
gatinha Anna, não durma nua
ela nunca ouve. Com a outra mão ela me deixa meio orgulhoso pois a carabina apontada em minha direção me mostra que todos esses anos não estive falando com a parede. Ela suspira, relaxando
— é VC... — Voz rouca de sono — atira a arma  em direção ao criado mudo, — grande erro, gatinha — mas está por sua má pontaria ultrapassa o alvo caindo no chão. Pego a poltrona que estava ao lado da porta e a puxo até ficar atrás desta, ela solta o lençol desnudando a parte superior do seu corpo, suas duas pirâmides parecem ter vida própria e saber que o faraó está mirando-as, pois entumescem ao comando dos meus olhos, ela joga seu cabelo infernal para trás e sorri, porra! A vadia sorri, como se nada estivesse acontecendo, como se não estivesse me fazendo de otário, me colocando chifres...talvez eu devesse aproveitar, sim, uma última vez, pelos velhos tempos... Não!
Retiro o revólver da minha cintura e me sento, com ele apoiado em meu joelho direito, ela estica os olhos e franze o senho observando a arma, mas logo desvia seu olhar para meu rosto — achei que também não viria hoje — fez menção de se levantar mas fiz que não com a cabeça. — Está tudo bem com VC? — Claro. Porque não estaria?
— Sei lá, parece com dor de barriga. Ri da própria piada e fico pensando, eu também riria, se não estivesse todo fodido por esta piranha falsa, como ela se atreve a ter olhos tão sinceros e cativantes? Bufa — O que foi?
pergunta exasperada, como deixei essa rameira chegar ao ponto de falar assim comigo, não sei, só deixei...mas acabou. Ergo meu revólver e aponto para ela que arregala os olhos — Porra! Gael, que pensa que está fazendo? Grita mais chateada do que amedrontada — VC sabe que odeio essas suas brincadeiras, esses seus joguinhos de mafioso VC deixa atrás da minha porta eu já fale...— CALE A BOCA! E  faz algo que achei impossível, arregala mais ainda seus olhos percebendo que não estou brincando, acho que agora ela deve estar pensando: “ o que deu nesse corno? Será que descobriu que venho dando pra um estrangeiro qualquer?” É gata. — VC... Ingeriu algo, é isso.— Sussurra, pego o silênciador no meu bolço e o conecto ao revólver — Está drogado não é? Gael Dark Albertini! — Grita a última parte, meu nome, e eu atiro bem perto de sua cabeça, ela se joga para trás caindo deitada na cama, meu coração bate enlouquecido, ela não está levantando, mas quando soluços tomam o gigantesco quarto, respiro finalmente, aliviado.— Lenvante-se. Não o faz. — Não vou repetir, vagabunda. LEVANTE!
Ela levanta, seus olhos castanhos parecem negros na pouca iluminação do quarto, está tremendo, Deus, nunca vi minha gatinha tremendo. — O que está...— mandei calar a boca! Aperta os lábios, sempre tão corajosa, minha garota...e talvez por isso, ela tenha feito o que fez, deixei que suas asas crescecem sem nunca as aparar de tal modo que ela quis voar, e voou, no céu da rebeldia e da traição mas preparece, gatinha, VC nunca mais voará, ou me responderá com petulância... Nem fará piadas ruins. Me encarregarei disso. — Porque? Quis saber mas ela nada disse pareceu até confusa.

Tão linda.

— Fale como uma pessoa normal, seu maníaco... Ah! — Gritou caindo novamente na cama quando a bala atingiu seu braço esquerdo — porra! Gael... porra! — CALADA! Sua puta traidora, a quanto tempo vem me botando chifres com aquele mauricinho... Ãh? — D-Do que VC está... falando? — Do que estou falando... — Levanto da cadeira — Do que estou falando? Sorrio — Pare de fingir, não pense que vai me convencer, não importa o que diga gatinha, vou te matar! Ela ofega e soluça mais — eu juro, juro, Bad; não trairia VC, já mais... Eu te amo — tampo meus ouvidos transtornado — CALE A PORRA DA BOCA! MENTIROSA! MENTIROSA!
Nesse momento ela rola da cama, tentou correr mas a parei apontando a arma bem na sua cabeça.

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