Olhe para mim!
Gael Dark Albertini
VC sente? Sente essa dor? VC vê? Vê como torturado sou e desejo que todos sejam?
Se sim, parabéns. Se não, não tem diferença... Eu gosto de ser assim!O movimento da boate parece bom, as garotas desfilam em seus micro vestidos, saltos altos e maquiagem exagerada. Os clientes demonstram satisfação, e o som alto faz muitos se animarem na pista, outros permanecem sentados observando os corajosos que se arriscam a sacudir o corpo e... É bem nesse momento que ela aparece. sustenho a respiração. As luzes brilham a sua volta seu cabelo grande e cheio está uma bagunça mas ela parece empenhada em deixá-lo mais bagunçado que isso, o pequeno vestido de oncinha parece colado ao corpo abençoado com curvas infinitas, as botas de cano alto estão até às coxas... Ela aparece e desaparece entre a multidão, se esfregando num corpo e no outro, rangi os dentes, essa mulher! Depósito o copo vazio na bandeja de uma das meninas e vou caminhando até ela, passos decididos, ultrapassando as barreiras que as pessoas parecem ser nesse momento, sinto o oxigénio acabando mas ainda não posso respirar... Não posso, me choco com mais uma pessoa, oiço chingamentos mas quando se apercebem de quem se trata as pessoas se retratam mas não estou nem aí, não hoje, não agora, não nessas últimas semanas... Seguro seu braço, a puxando para mim — Quê isso, me solta! — Gritou e, a voz era diferente, era mais fina e um pouco histérica, os cabelos castanhos a pele num tom de caramelo e os olhos negros... Não é ela! A empurrei como se tivesse alguma doença contagiosa, bruscamente. Se chocou com um cara que a socorreu, “ vou assombra-lo pelo resto de seus dias” dei passos para trás e respirei fundo, nesse instante senti meu celular vibrar, fiz uma careta ao ver o nome na tela «— fale, Gian...»
Cheguei ao galpão quinze minutos depois,
— senhor.— olhei bem para ele e nada respondi, eu não tenho muita disposição para olhar ele — onde está? Limitei-me a perguntar — na sala zero. — Gian respondeu de cabeça baixa, ignorei-o e andei até o lugar indicado, ouvi seus passos atrás de mim
— Boa noite! Os olhos na saleta se viraram para me olhar — boa noite, chefe! — Ulisses respondeu, dando uma mordida numa maçã, olhei para o homem amarrado na cadeira de madeira acolchoada mas ele não. Pego uma cadeira num canto e a coloco na frente dele, vejo como treme... Ele é o cara que por sua aproximação matei minha gatinha — olhe para mim! Ordenei, ele exitou, o agarrei pelo queixo e o puxei, seus olhos estavam apertados e fechados, o soltei bruscamente. Ulisses começou a rir, o olhei com ódio.
— Ele acha que é um sequestro e que queremos resgate, acha que se nos ver ficaremos retissentes em liberta-lo então trancou os olhos desde que chegou para não ver nossos rostos — entendi. Me sentei novamente, pior do que antes mas aparentando calma — então VC acha que fechar os olhos funciona...
«Segurei o rifle com dificuldade, minhas mãos eram pequenas para ele mas não posso reclamar, Isidro Albertini odeia reclamões, tenho que fazer tudo que ele quiser sem chorar ou reclamar senão ele vai me fazer sangrar. Tomando cuidado para não fazer barulho e assustar o coelhinho, removo a erva a minha frente, estico um pouco meus pés, não é nada confortável ficar deitado de barriga por quase cinco horas a espera da presa, mas eram as ordens do pai, ele me disse que um homem precisa ter paciência e manter o foco mesmo em desconforto. O coelhinho se distrai com a cenoura e eu me preparo, minhas mãos suam quando seguro o rifle, limpo minhas mão nas calças e as ergo me preparando para atirar, sim eu sei atirar, papai me ensina desde os seis a brincar com arma, prático tiro ao alvo e sou muito bom em todo tipo de jogos com armas. Mas só a pouco tempo papai me leva para caçar, ele disse que já sou um homem, tenho onze e preciso ter sangue nas mãos. Me concentro. Destravo. Papai disse que está preparando uma surpresa, não posso falhar, não posso errar, preciso ter sangue nas mãos para que fique contente, eu não quero matar o coelhinho... Mas preciso. Fecho os olhos e disparo. Silêncio. Tenho medo de abrir os olhos e ver o sangue, se o tio estivesse aqui ele ia me ajudar, não permitiria que eu fizesse algo que não quero mas ele não está, papai não o levou connosco dessa vez, mesmo eu tendo insistido... Outro disparo, baixo a cabeça e a cubro com os braços, meus olhos trincados, e assim permanecem até que sou chacoalhado — VC é mesmo uma piada... Não me diga que desmaiou? — Aperto ainda mais os olhos. Pai. — VC... Fechou os olhos. O tapa que fez meu rosto virar soou musical se fazendo ouvir por todo espaço da floresta, assustando mais ainda os animais depois do rifle e provocando lágrimas involuntárias. Chorar não, por favor! Pedi a mim, tarde de mais — olhe para a mocinha, ainda nem comecei e já está chorando. VC é um fraco. Exatamente como sua mãe, como... ele, mas eu vou transformá-lo, a VC e a seu irmão. VC nunca mais vai fechar os olhos, nunca mais terá esperanças e nem chorará, VC será o Dark que eu desejo. — Falou tudo enquanto puxava o sinto. Fechei os olhos sem conseguir evitar e gritei do mesmo geito quando senti a ardência em minha bochecha, abri os olhos no mesmo instante e cobri, mas a próxima veio em cima da minha mão me fazendo soltar e veio a terceira, batendo no mesmo lugar, senti um dente quebrando. Comecei a me arrastar para trás, para longe mas logo ele me puxou pelos pés, sentou em minhas pernas e rasgou minha blusa, depois tirou minha calça e não adiantou nada do que fiz, não adiantou eu lutar para impedir. Fechei os olhos. Baixou meus calções e senti quando se moveu abrindo suas calças, apertei os olhos. De novo não — vou ensina-lo a ser um homem... Quantas vezes forem necessárias! — Bradou antes de me fazer sentir dor, me senti quebrando, a ardência em meu ânus me foi orrivelmente dolorosa e não consegui segurar o grito. ‘Nunca grite! Mafiosos não gritam, fazem gritar!’. Apertou meus cabelo e puxou minha cabeça para trás para asseguir bater meu rosto no chão. Senti minha visão embaçar, senti quando minha consciência compadecida começou a me levar para longe daquilo tudo, para longe de mim e do meu pai. Mas fui puxado... Não, fui chicoteado para voltar — não os feche, imbecil. Não fuja da realidade, já mais!»
Olhei para o homem sangrando a minha frente, seu rosto inchado coberto por sangue, os nós dos meus dedos vermelhos e o suor que banhava meu corpo me diziam que eu havia extravasado em excesso — Ulisses!
— Senhor... — Livre-se dele. Ambos os homens me olharam, um em puro pânico outro em dúvida. Rosnei para Ulisses. — Vai fazer isso sim! Ele olhou para o idiota que tentava fugir de nós empurrando a cadeira para trás até que caiu. Olhos arregalados, sorri. Ele não se parecia nada com ela, que bom! — Não funciona... Assim pelo menos VC morre como um homem e não, não vou te contar porque estou te matando. VC não tem direito a nada.
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Am❤️r Ou LouCura?
RomanceSinopse Ele se encontrava no pináculo do mundo, era adimirado, idolatrado e imitado... Tinha tudo que se podia desejar, amor, sucesso, poder e domínio, mas como dizem," o que é bom dura pouco." O homem antes lúcido e dono de suas vontades se vê de j...