SETENTA E DOIS

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Eu sou muito idiota.

Só pode estar escrito "trouxa" na minha testa, só pode!

Eu aqui pensando no filho da mãe do Gabriel e vejo stories que postarem dele sabe em que lugar? EM UMA FESTA.

Em plena tarde de segunda-feira e ele lá na casa do Biel Maciel, rodeado de mulheres maravilhosas com peitos e bundas gigantescas.

Quem postou o story foi um cara que sempre anda com eles, no vídeo ele aparecia perto de uns caras, bebendo e curtindo a vida.

Eu, como uma boa stalker que sempre fui, entrei no Instagram de cada pessoinha marcada naquele story e descobri que tinham muitas mulheres lá, muitas mesmo!

A maioria é padrãozinho que todo homem gosta.

Ai que ódio!

Agora eu estou dentro de um carro e voltando pra Angra, deixei até a maioria das minhas coisas lá na casa do Gabriel.

Que ele se foda naquela festa com aquelas mulheres que certamente tão loucas pra ficar com ele.

Passei a noite toda sem dormir direito, revirei de um lado pro outro na cama, passei a manhã pensando em ir lá falar com ele, aí de tarde quando eu tava quase saindo da casa da Marília vejo os vídeos.

Homem é uma desgraça mesmo.

Meu celular toca e eu vejo que é ele me ligando.

Atendo só pra ver o que ele vai falar.

- Oi- digo seca.

- Você tá aonde? Vim aqui pra casa do Everton e a Marília disse que você vai voltar pra Angra, o que foi, Milena? Para de palhaçada.

- Tava bom na festa? Espero que tenha se divertido lá enquanto a trouxa aqui tava pensando em você.

- Milena..

- Se fode, Gabriel.

Encerro a chamada e deixo o celular de lado.

[...]

Chego na minha casa e encontro com o Gustavo deitado no sofá e fumando, pra variar.

- Ué, já veio?- diz assim que me vê.

- Oi, nossos pais tão no trabalho?

- Tão.

- Vou pro meu quarto, depois a gente se fala.

- Milena...

- Depois a gente se fala, Gustavo.

- Mas...

Não deixo ele terminar de falar e saio indo em direção ao meu quarto.

Mas quando eu abro a porta quase caio pra trás ao ver o Gabriel simplesmente deitado na minha cama na maior paz.

- Que porra é essa?- falo alto e ele me olha, se levantando logo em seguida.

- Caralho, que susto.

Dou risada.

- Susto? Eu quem deveria falar isso, né? Como assim você invade a minha casa desse jeito? Como você chegou aqui tão rápido?

- Aluguei um helicóptero- diz como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Mas pra ele deve ser normal, afinal pra rico tudo é outro nível.

- Achei que tava mais ocupado na festinha- coloco a minha mochila em cima da cadeira da penteadeira.

- Me chamaram pra ir lá e eu não fazia ideia que tinha tanta mulher lá, juro! Eu só fiquei por um tempo com os caras e fui pra casa do Everton te ver.

- Conta outra.

- Eu tô falando sério, nena- se aproxima de mim- eu juro que achei que não ia ter mulher porque a gente sempre faz essas resenhas, só os caras, por isso que eu fui pra tentar esfriar um pouco a cabeça, mas do nada começou a chegar um monte de mulher lá e eu só fiquei uns minutos, depois saí, nem falei com ninguém.

Pela expressão eu sei que ele não tá mentindo, mas mesmo assim eu ainda tô brava.

- Hum- dou de ombros e ele me abraça, não retribuo.

- Para de ficar desse jeito comigo, por favor, ontem foi uma das piores noites da minha vida porque eu queria ter você deitada ali do meu lado e só tinha aquele urso azul que tu levou.

Dou um sorriso.

- Dormiu agarradinho com o meu urso? Isso é pra você aprender e saber o que eu passei por esse tempo todo que dormi agarrada com o gabigolzinho.

Ele nega com a cabeça e da aquele sorrisinho de lado.

- Tô brincando não, pô, acredita em mim.

Ele beija o meu pescoço e roça a barba em meu ombro.

Passo o braço em volta da cintura dele e afundo meu rosto em seu pescoço.

- Minha vida seria um erro, se eu não tivesse te encontrado- cantarola no meu ouvido.

O cara arruma um helicóptero em minutos e despencou aqui pra Angra só pra falar comigo, tem nem como ficar brava com ele.

- Tá bom, não precisa cantar mais- digo e ele ri.

Damos um beijinho calmo e ele me pega no colo, mas não faz nada, só fica andando comigo de um lado pro outro tipo um retardado.

- Tá fazendo isso por quê?- pergunto olhando pra cara dele que tá com uma expressão normal.

- Nada- ri- eu gosto de ficar segurando você no colo.

- Agora ja tá bom porque eu tô ficando tonta com você rodando assim pelo quarto.

Ele ri e eu passo a mão em seu cabelo, tentando desfazer alguns nós.

- Não penteou hoje, né?

- Não.

Nem percebi.

Ele caminha até a cama e me deita, em seguida se joga ao meu lado.

- Domingo tem trio e eu quero você lá em cima comigo- beija a minha mão.

- Tô sabendo que o Gerson tá voltando, vai aparecer lá em cima também?

- Aí só indo pra saber- sorri de lado.

- Mas você já deve saber.

- Mas não vou te contar.

Faço um bico e ele da um tapinha na minha coxa.

Alguém bate na porta e eu com o Gabriel nos olhamos.

- Pode entrar- digo e o Gustavo coloca a cabeça pra dentro do quarto.

- Só pra ver se se vocês não se mataram, afinal o silêncio as vezes é perigoso demais- diz e nós dois rimos.

- Tá tudo bem, cunhado, fica tranquilo- o Gabi diz.

- Acho que nunca vou me acostumar em ter o Gabigol como meu cunhado, isso é demais! Tchau casal, não transei e se transarem, usem camisinha porque eu sou novo demais pra ser titio.

Antes que eu fale algo ele fecha a porta e o filho da mãe do Gabriel começa a rir.

- Teu irmão é uma comédia.

- Ele é terrível, cara, já peguei esse garoto transando na cozinha da casa de um amigo nosso.

- Namoral?

- Sim, fui tomar água já que a gente passou a noite lá, simplesmente tava meu irmão comendo a menina, que inclusive era irmã desse nosso amigo.

Ele gargalha e eu faço de tudo pra não lembrar da cena, mas é inevitável.

- Eu achei que ele era virgem, cara- choramingo.

Aquela é uma das cenas que eu simplesmente queria esquecer pra sempre.

𝗖𝗹𝗼𝘀𝗲 𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱𝘀•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹Onde histórias criam vida. Descubra agora