NOVE

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Eu simplesmente parei de andar.

Eu não sei o que fazer e como agir depois disso.

Ela sabe que eu sou a maluca que chamou o marido dela de calvo.

Puta merda.

- Não precisa ficar assim, eu gostei dos vídeos- ri- só não dá parte que você chama o Everton de calvo.

- Meu Deus- coloco a mão na boca- eu quero morrer agora.

- Se acalma, torcedores são assim mesmo, não é só você que fica daquele jeito assistindo os vídeos.

- Eles devem me odiar.

- Lógico que não, o Everton chegou lá em casa e me fez questão de mostrar os vídeos, que ideia sensacional de colocar eles no close friends, gostei.

- Sensacional? Eu me chamo de burra até hoje.

- Eu não acho, achei criativa.

- Eles devem me achar uma maluca.

- Relaxa, tá tudo tranquilo.

Consigo me tranquilizar um pouco e seguimos o caminho.

- Deve ser muito bom morar aqui, né?- pelo bem da minha saúde mental ela muda de assunto.

- Muito bom! Eu amo ficar em um contato tão direto com a natureza, acho incrível.

- Eu ia amar morar tão perto assim da praia, ainda mais em Angra que é um lugar tão lindo.

- Sim, aqui é incrível.

Enfim chegamos em frente a minha casa e eu abro o pequeno portão, dando espaço pra ela passar.

- Nossa, que jardim lindo- ela aponta pro cantinho da minha mãe onde ela planta flores de todos os tipos.

- Minha mãe que cuida desse canto, eu particularmente não gosto tanto de flores.

- Eu amo, me sinto especial quando ganho.

Eu nunca ganhei.

Vida sofrida do cacete.

- Imagino- fecho o portão e caminho até a porta de casa, como fica aberta, eu só abro e mais uma vez dou espaço pra ela entrar. - Não repara não bagunça.

- Que bagunça o que, sua casa é muito linda!- olha em volta.

Digamos que é mesmo, graças a minha mãe que não gosta de muita coisa colorida, a parede é pintada de branco e os móveis são marrons, assim como o sofá.

Meu pai queria pintar as paredes de preto, meu irmão de verde florescente e eu de vermelho.

Digamos que a minha mãe seja a mais centrada dessa casa.

- Pode se sentar aí, fica a vontade, eu vou buscar a fralda- digo e ela confirma com a cabeça.

Saio da sala ainda não acreditando que a Marília tá aqui e empurro a porta do quarto do meu irmão, vendo ele capotado na cama.

Caminho até ele e dou um tapa em suas costas, o fazendo acordar.

- Só vou avisar porque sou uma ótima irmã, a Marília Nery está na nossa sala junto com o filho dela e o Everton Ribeiro, o elenco do flamengo está reunido no restaurante que eu trabalho, inclusive o Arrascaeta!- digo e ele da um pulo da cama.

Me seguro pra não rir e saio indo até o quarto dos meus pais e pegando logo três fraldas que estavam em cima da mesinha, fecho a porta e saio dali.

Quando chego na sala dou de cara com meu irmão bem de frente pra Marília, coçando os olhos e encarando a coitada como se ela fosse um alienígena.

- Sai daí, Gustavo- digo e eles me olham.

- Ele fala?- ela pergunta e eu dou risada concordando com a cabeça.

- Ele acordou agora- falo e entrego as fraldas pra ela- espero que sirva.

- Serve sim, é da mesma que eu uso nele.

Empurro o Gustavo que ainda tava parado.

- Vou trocar ele aqui mesmo no sofá, tá bom? Ele só está com xixi.

- Fica a vontade- digo e ela deita o garotinho no sofá.

- Vem cá, será que eles se incomodam de eu ir lá tirar uma foto?- meu irmão pergunta e a Marília olha pra ele.

- Eu acho que não, eles gostam de receber esse carinho, pelo menos o Everton é assim.

- Você ainda tá viva?- ele me encara- como assim você não pulou em cima deles?

- Se liga, eu nunca faria isso- digo e ele ri.

Eu faria muito isso.

- Fiquei tranquilos que pelo menos a foto com o Everton tá garantida- ela diz terminando de colocar a fralda limpa no menino.

- O que eu posso fazer com isso?- mostra a fralda usada.

- Pode deixar que eu jogo fora- ele pega da mão dela e sai da sala- me esperem que eu vou junto com vocês- grita.

Se vocês verem alguém anunciando uma fralda de xixi que um dos filhos do Everton Ribeiro usou, já sabem quem foi.

A Marília se levanta do sofá e deixa o Totoi sentadinho.

- Ele é muito lindo!- digo- amo os vídeos dele falando Mengo.

- Mengo, mengo- o garotinho canta e eu quase explodi de tanta fofura.

- Ai que lindooo- digo com a voz afinada e ele faz a comemoração do gabigol.

- Pode pegar ele no colo se quiser- a Marília diz.

- sério?

- Sim, vai lá.

Me aproximo do garotinho e estendo o braço pra ele que se joga no meu colo.

- Ele gostou de você- ela diz.

- Podemos ir- meu irmão volta, vestindo uma camisa branca do flamengo e com o celular na mão.

- Então vamos- a Marília diz.

- Qual a chance disso estar realmente acontecendo e nós dois não estarmos num sonho coletivo?- ele pergunta e eu dou de ombros.

Talvez isso realmente esteja acontecendo.

Nós saímos de casa e dessa vez o Gustavo tranca a porta.

- Esse lugar é tão tranquilo, nem parece que fica no Rio de Janeiro- a Marília diz olhando em volta.

- Isso quando não vem uns maconheiros fumar aí perto e acabar com a paz- meu irmão diz.

Acho que ele esqueceu que é um desses maconheiros.

Passamos o caminho inteiro rindo das merdas que o Gustavo diz.

Quando chegamos no restaurante eu sinto minha barriga doendo, sempre fico assim quando fico nervosa.

O Antônio ainda tá no meu colo, deitado no meu ombro.

Ele é tão fofinho, quando ele fala eu só falto chorar de emoção.

- Vamos lá- a Marília chama a gente com a mão.

- Eu preciso voltar a trabalhar- digo.

- Relaxa, eu falo com seu chefe depois.

- Vamos lá pô- o Gustavo fala indo pro lado da loira e eu confirmo com a cabeça, mesmo tento vontade de sair correndo daqui.

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Tá chegando a horaaa

Confesso que tô nervosa por ela kkkkk

Qual será as reações dos jogadores?

𝗖𝗹𝗼𝘀𝗲 𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱𝘀•• 𝗚𝗮𝗯𝗶𝗴𝗼𝗹Onde histórias criam vida. Descubra agora