Day Twelve

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Steve não tinha desejos ou anseios. Ele apenas se permitia se adaptar a uma vida onde ele era o vilão, e suas ações eram algo do cotidiano. Onde ninguém imaginava, ou esperava que ele fizesse tais atos estrondosos e irreais até para serem pronunciados em voz alta.

Ele sabia que só tinha dois futuros ... prisão ou morte.

E irrelevantemente ele pouco se importava com isso, seu destino seria tão cruel quanto suas atitudes e atividades noturnas, ele tinha noção do que fez, e das consequências que um dia viriam como uma tempestade em sua cabeça.

Por um momento da sua miserável vida, aquelas atividades eram seu meio de diversão, algo tão sádico que ele apenas dava de ombros e saia como se não tivesse deixado um corpo ensanguentado para trás. Porque na realidade ele não se importava! Ele não dava a mínima para aquelas pessoas que só virá uma vez na vida, ele tinha em mente que sentimentos eram banais, e aquilo se tornaria um empecilho se deixasse uma mísera lágrima cair.

E ele não deixou.

Por meses ele apenas se permitia em elaborar um plano bem elaborado - que não deixasse resquícios de pontas soltas - e enfim partia para a ação.

E aquela parte era sua favorita ... A parte onde via aquelas vítimas sem pulso, e aquelas lágrimas caídas minutos antes de perderem a vida.

Porra! Ele tinha tudo sob controle, e aquela vida era milimetricamente planejada, e agora parecia como um tsunami de perguntas sem respostas.

A pergunta era ... Porque aquilo? Steve não tinha a resposta. Era tudo mais simples na prática, mas as respostas eram inexistentes. Seus pais o abandonaram com a simples desculpa que "ele é grandinho, precisa ser responsável" . Não que ele se importasse com aquilo atualmente, antes aquilo tinha sido um baque terrível, que ele pensou que não pudesse aguentar, mas os dias foram passando e ele foi percebendo que aquelas pessoas não eram dignas de suas lágrimas.

Nancy? Ele não a odiava por ter o trocado pelo bobo do Jhonathan, ele sabia que seria muito pior continuar em um relacionamento onde não havia reciprocidade. E com a chegada de Billy Hargrove tudo se tornou mais confuso ainda. Ele não sabia ao certo o que era aquele sentimento, mas ele tinha a plena certeza que não era ódio, e aquilo tudo foi só um estopim para ele se ver completamente sem chão.

Robin? porra! ele amava aquela garota, pode até ser difícil acreditar mas a mesma pertencia a alguma parte de seu coração. Bom ele duvidava que tivesse um ...
Em meio a piadas sem graça e brincadeiras no meio do expediente, Steve por um momento acreditou que aquela garota o pudesse ajudar em faze-lo esquecer tantos pensamentos criminosos.

Ele achava que sim ...

Mas a realidade foi bem diferente.

Suas atitudes tomaram um passo radical e surreal, e ele sabia que depois de descer naquele porão inativo, não tinha mais volta.

Seu futuro foi traçado e ele já não podia mais fugir nem mesmo reverter a situação.

E ele não sentia medo do que iria acontecer, seu medo era algo como "Eddie não voltar mais".

Ele não iria voltar ...

E mesmo sabendo disse, Steve decidiu descer as escadas daquele porão onde já acumulou tanta dor e destruição, onde vidas foram arrancadas a força, mas que agora uma delas iria ser poupada.

Ele soltou um suspiro longo e pesado, fechando os olhos fortemente por breves segundos antes de espurrar a porta de ferro, logo tendo um vislumbre de Eddie deitado no colchão, mas que logo levantou a cabeça se sentando rapidamente na cama.

E ele não sabia se era por medo ou ansiedade.

- Pode ir ... - Steve diz sem delongas, o olhar baixo para o chão, evitando por completo os olhos castanhos, pois ele sabia que se o encarasse ele não o deixaria ir embora.

E por mais que seu coração pedisse que o garoto ficasse, ele sabia o que tinha de fazer.

- O-Oque? - Eddie pergunta novamente com a voz trêmula, tentando ao máximo entender se aquilo era só uma brincadeira de mal gosto, ou se ele estava falando sério.

- Você ouviu, está livre, e pouco me importa se você vai me denunciar ou seja lá o que for fazer - Steve diz finalmente encarando as orbes castanhas, observando o garoto que possuía os olhos arregalados como se não acreditasse no que estava ouvindo.

Ele mesmo não acreditava no que estava falando!

- Eu não ...-


- É melhor você ir embora logo - Steve interrompe o garoto, fechando as mãos em punho como se aquilo fosse aquietar seu coração aflito e praticamente despedaçado.


- Eu só preciso saber ... - Eddie se levanta ficando em frente ao garoto, poucos centímetros de distância o separavam, e aquela proximidade fazia Steve temer quais seriam suas próximas atitudes. - Porque? - Eddie termina quase em um sussurro e por alguns segundos Steve pondera o que falar e o que fazer.

Mas foda-se né?!


- Você realmente quer saber? eu tô apaixonado por você porra! eu não sei como isso aconteceu, mas aconteceu e isso é uma droga porque eu sou a porra de um assassino! - Steve diz exaltado puxando alguns fios do cabelo desmanchando o topete bem arrumado, e Eddie não soube reagir à aquilo, sem ser arregalar os olhos perplexo.

Mano?

Ele não conseguia acreditar no que tinha acabado de ouvir, mas aparentemente aquele garoto não estava bêbado, e muito menos brincando. E por mais que quisesse dar um soco naquele garoto por ter falado aquilo, ele apenas se limitou em respirar fundo e entender o porquê do seu coração estar extremamente agitado ... E dessa vez não por medo.


- E-Eu ... quer dizer, eu não entendo - Eddie responde sincero, e por mais que buscasse palavras certas para dizer, elas fugiam rápido de sua boca.


- E você acha que eu entendo? Eu não queria isso, mas é o que eu sinto. - Steve diz virando de costas passando a mão no queixo nervoso, suas mãos tremiam e as lágrimas se acumulavam nos olhos.

Ele não pôdia parecer vulnerável.


- Vai logo embora Eddie ... - Steve diz sem se virar, a voz falhada assim como seu coração.


- Steve ... - Pela primeira vez Eddie o chamou pelo nome, e aquilo doeu mais que o esperado, e seu nome sendo pronunciado pela boca do garoto era algo surreal. Porra, ele queria tanto ouvir seu nome pela boca do garoto em outro momento e em outra circunstância...

Mas não teria.


- Vai logo - Steve diz pausadamente querendo acabar com aquilo o mais rápido possível, e Eddie ponderou por alguns segundos antes de passar pelo garoto indo em direção a porta de metal.


Eddie virou para trás, o olhar intenso quase perfurando Steve, durou alguns segundos aquela troca de olhares, tão significativa quanto o momento vivenciado, mas que não foi aprofundado ja que depois de alguns segundos ele desapareceu em meio a escada...


...

O que vocês acham q vai acontecer??

Até a proxx






















Cruel Lunatic  | Steddie  ( The Black phone )Onde histórias criam vida. Descubra agora