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Sem chão...

Era assim que Eddie se sentia naquele misógino momento. Ele tinha tantas perguntas, mas nenhuma resposta, tantos questionamentos mas nenhuma solução plausível que o poderia levar diretamente em uma distância de entender o que estava acontecendo em sua miserável vida.

A única palavra que vinha em sua mente era... mas que porra!

Os minutos que decorreram foram variáveis entre chorar e correr, nada além disso fazia parte de algo em sua mente incompreendida e confusa.

Ele não sabia muito bem para onde ir, mas de algum modo suas pernas alcançavam um caminho próprio que o levava diretamente a alguém que o ajudaria a entender o turbilhão que era sua cabeça.

Aquele modo de aparecer depois de semanas desaparecido não era o melhor jeito, mas sinceramente Eddie nem ao menos conseguia respirar direito, quanto mais parar para pensar - ou tocar a campainha -, ele achava mais prático o modo antigo que consistia em jogar pedrinhas na janela, como se fosse em um filme clichê de adolescente onde preocupações não faziam parte e que o único problema é não ser correspondido.

Mas aquilo era muito diferente.

E por mais que odiasse veemente aqueles clichê adolescentes, Eddie desejava estar em um, para que seus pesadelos fossem apenas algo que ele não precisasse pensar no dia seguinte, muito menos se preocupar.

Seus pensamentos melancólicos foram interrompidos com o barulho da janela sendo aberta, para seu total alívio.

- Mas que porra!

Essa foi a última coisa que Eddie ouviu antes de ser puxado bruscamente por Dustin que mantinha a face assustada e os olhos arregalados em pura descrença, como se estivesse vendo um fantasma em sua frente.

E bom, Eddie sabia que sua aparência não se tornava distante daquilo.

Alguns minutos se passaram, cada um preso em seu próprio mundo, perdidos em meio a pensamentos conflituosos e confusos, tantas perguntas e sentimentos que demorariam em ser compartilhados um ao outro, mas logo Dustin quebra o silêncio ensurdecedor com a face mais relaxada que de minutos atrás, mesmo Eddie sabendo que a cabeça do garoto trabalhava a mil naquele momento.

- E-Eddie, é você mesmo? - Dustin pergunta com a voz falhada, algumas lágrimas sendo possíveis de ser visualizadas em meio aquele rosto que esbanjava felicidade e confusão, e Eddie apenas abriu um sorriso sincero - gesto que ele nem sabia quando foi a última vez que fez -...


- Em carne e osso garotão - Eddie diz com a voz animada como se aquela dor e sofrimento fosse apenas um pensamento intrusivo e não um pesadelo vivido que ele queria esquecer.


Mas não era possível ...


Não quando algo ... ou melhor, alguém não o deixasse esquecer que aquilo tudo foi real, e não fruto de sua imaginação fantasiosa e infantil.


- E-Eu nunca me esqueci de você, eu sempre acreditei que você ia voltar E-Eu... - Dustin diz em meio a soluços enquanto envolve Eddie em um abraço caloroso, qual ele sentia falta mais que tudo.



- Eu sei amigo, eu tô aqui agora ... - Eddie diz em um sussurro, se deixando a derramar algumas lágrimas que estavam presas no fundo de sua alma.



- Meu Deus eu nem consigo acreditar, você precisa me contar tudo! - Dustin diz olhando para os olhos apreensivos de Eddie que já sabia que o amigo o questionaria sobre tudo.



Cruel Lunatic  | Steddie  ( The Black phone )Onde histórias criam vida. Descubra agora