Day Nine

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O expediente de Robin terminou mais cedo naquele dia, o que ajudou bastante para ambas as garotas esquematizarem o que fariam, e como fariam. Apesar de não ter incógnitas no plano, já que aparentemente não era uma "missão", e sim uma visita a um "amigo".

- Você precisa entrar dentro da casa dele ! - Robin diz no banco do passageiro, no carro da amiga, desviando o olhar da estrada para a mesma, observando o vinco na sobrancelha crescer gradativamente conforme aquela frase adentrou seu ouvido.

- E o que te faz pensar que ele vai me deixar entrar lá? - Nancy pergunta como se fosse óbvio, e ponderava se devia ou não continuar com aquela ideia louca e sem cabimentos concretos.

Ela não podia negar que sentia saudades do mesmo, depois de ambos terminarem, o contato se tornou quase nulo, era raríssimas as vezes que eles se viam e conversavam, apesar de ter os amigos em comum. Ela sabia que o outro ia achar estranho ela do nada bater na porta do mesmo, afinal, as conversas básicas entre os dois só rolavam em encontros ocasionais com os amigos, e que não eram muitos. E depois do fim do ensino médio tudo se tornou diferente e esquisito o suficiente para uma "amizade".

- Ele era louco por você, é claro que ele vai deixar - Robin responde com gestos exagerados na mão, e uma sobrancelha arqueada, apesar da mesma se questionar se aquilo era certeza mesmo, ou só um desejo que fosse. Apesar de saber o quão apaixonado o amigo era por Nancy, isso dava esperanças para aquilo dar certo. Mesmo que parcialmente a chance de dar algo errado.


- Ele era. Para ser mais exata. - Nancy diz em um suspiro, e escuta Robin bufar alto, a fazendo olhar para a garota com os olhos fechados e a cabeça deitada sobre o banco do passageiro, como se estivesse cansada até para se manter de olhos abertos.

Ela não pôdia negar que admirava aquela amizade entre Steve e Robin. Algo genuíno que talvez ela nunca tivesse a experiência de provar e vivenciar.

- Vai dar certo, não seja negativa - Ela diz ainda sem abrir os olhos, se deixando fluir com os pensamentos relacionados ao antigo amigo, e o quão ela desejava para que ele voltasse a ser como antes.

Por mais que algo a alertasse que isso nunca ia acontecer ...

- Okay, você venceu ... - Nancy diz voltando o olhar para a estrada, e torcendo para que aquele caminho a levasse em alguma resposta plausível, e que não fosse apenas paranoia da amiga.


[...]

Alguns minutos se passaram, e finalmente ambas tinham chegado ao destino. Especificamente a pedido de Robin, Nancy estacionou o carro uma quadra antes, " para que não ouvesse suspeitas" fala dita pela mesma.

- Entendeu? - Robin pergunta repassando o plano. Apesar de não haver um, já que tudo era simples demais ...


- Você sabe que ele não é um assassino prestes a ser interrogado né? - Nancy diz soltando uma risada nasal, observando Robin revirar os olhos dramaticamente exclamando um "não acabe com a diversão!".


- Eu sei que não, dãa - Ela solta um sorriso irônico se deixando levar por aquele momento agradável.


Não. Ela não sabia. Ninguém na verdade.



- Vai dar certo, é só eu ir lá, dizer um oi, entrar na casa e conversar como no tempo do colégio, certo. - Nancy dá de ombros, ouvindo outro resmungo de Robin que permanecia incrédula com a irrelevencia que Nancy tratava aquele "caso".


- NÃO! - Robin exclama eufórica, fazendo Nancy dar um sobressalto pata trás, batendo as costas na porta do carro. - Você precisa ver se ter algo de diferente. - Ela diz se recompondo, tentando se manter neutra para não surtar novamente.


Cruel Lunatic  | Steddie  ( The Black phone )Onde histórias criam vida. Descubra agora