enquanto descansa o homem que eu amo

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N/A: Aos que acharam que essa história ficaria jogada, aqui está a prova de que faço mesmo com amor, eis mais um capítulo. Escrito no Céu, literalmente, e aproveitei para usar o cansaço como inspiração. Avançaremos mais uns meses. A resolução do processo, "o grandão" está cada vez mais próxima.

Favor, não deixe de votar e de me contar o que achou.

Beijosssssssssssssssssss

Com carinho, Elmira <3

Capítulo 6 - Enquanto descansa o homem que eu amo

Enquanto descansa, dorme, 

o homem que amo, que me ama,

sigo neste exercício de ternura exata e comum

Eucanaã Ferraz

Há momentos, poucos, que são decisivos na vida de uma pessoa.

Ainda não tenho idade para saber que momentos são esses, se os que eu julgo decisivos o são de fato ou se estou deixando passar uma coisa importantíssima sem perceber.

Não me pareceu decisivo quando, depois daquele beijo, eu confessei que estava apaixonada. Taehyung sorriu de ladinho e as mãos dele foram para o meu rosto, para o meu cabelo.

Ele beijou de novo.

De novo, de novo, de novo. Às vezes parava um pouco, seu nariz fazendo cócegas no meu enquanto descobríamos maneiras diferentes de deixar aquele beijo encaixado. Eu estava encantada, tonta e atenta, desesperada para aprender o jeito que ele mais gostava.

Nos beijamos no balcão da cozinha. Na mesa do escritório. No pequeno sofá que havia ali, onde já tínhamos tomado vinho e falado da vida.

Nada demais acontecia. Os meses passavam por nós. Ensaio, trabalho. Taehyung só mexia nos meus cabelos, beijava minhas bochechas, meus olhos, ao pé do ouvido e eu notava como ele se esforçava em controlar as próprias mãos.

— Tenho que ir — ele disse triste, vários meses e beijos depois, nossas testas coladas e os dedos da mão dele entrelaçados com os meus.

Eu não me reconheci quando, ainda de olhos fechados, lembrei que amanhã ele não tinha ensaios, que amanhã seria sua folga e eu tinha muita esperança de que ficássemos juntos.

Estávamos indo muito rápido. Mais rápido do que eu estava acostumada. Não fisicamente, por tudo o que eu conhecia dele, definitivamente não iríamos ir rápido nesse aspecto, mas as coisas que eu sentia por Taehyung estavam se transformando depressa demais e eu não estava me preocupando em conter. Pelo contrário, havia algo nele, na nossa situação, que me fazia deixar.

Eu deixava. Deixava crescer, ocupar tudo.

Eu, que sabia a hora do corte, ignorei. Vi a hora passar bem diante dos meus olhos, vi a árvore a engrossar o caule e criar vários anéis fortes em torno de si mesma, chegando ao ponto que o corte ficaria muito dificultoso.

Era uma árvore ao contrário, eu estava ali primeiro saboreando os frutos e depois percebi que além da pintinha no canto do lábio, Taehyung tinha flores enfeitando o sorriso dele.

A essa altura do amor, as raízes da árvore ao contrário nasceram, me agarrando carinhosamente.

Não arranquei nada, apesar de eu ser boa nisso. Depois daquela primeira mordida certeira e voraz, Taehyung quebrou toda a carne dura do meu coração e o que havia dentro era maciez feminina com urgência de tomar qualquer forma que as mãos de dele preferissem.

Creio que, se ele suspeitasse de tudo o que ocorria na minha cabeça, de tudo o que fazia com meus sentimentos voltaria atrás quando me acusou de ser uma mulher fria.

A Megera Cansada [Imagine V]Onde histórias criam vida. Descubra agora