House Of The Wolves - Joseph Quinn

Porto Real

Com a expressão fria, que sabia fazer muito bem, Bryel Stark se aproxima para ser recebida por aqueles que a esperam. Assim que seus servos param aos pés da escada, se movem para a lateral deixando a sua Senhora passar, Bryel anda rumo a escada, sendo seguida pelos lobos e por seu primo.

- Bem vinda a Fortaleza Vermelha, Senhora Protetora do Norte. Obrigada por vim ao meu convite. - A Rainha Alicent cumprimenta a Lady de Winterfell.

- Pode me chamar de Lady de Winterfell. - Bryel comunica sua Rainha, pois não gostava que a chamasse de Senhora. - Eu que agradeço por nos receber. Fiquei contente assim que recebi o convite. - A Stark só dá um leve sorriso para a Rainha dos Sete Reinos e Efferth pensa em como sua prima consegue enganar as pessoas facilmente.

Um Targaryen, de cabelos mais longos e um tapa-olha, encara os enormes lobos com uma expressão fascinada enquanto a conversa se segue. O que fez Cedrus e Wires rosnaram para o mesmo.

- Cedrus! Wires! - Sua dona os repreendem e os lobos logo a obedecem.

Alicent olha para os lobos com pavor e Bryel sente um amargor na boca, não gostava que olhassem com desprezo para seus lobos. A Lady Stark tinha um profundo apego a cada um dos cinco, um pequeno pedaço e lembrança de seu pai, Lorde Rickon. Os cinco canídeos eram filhos do antigo lobo selvagem de seu pai, e por ser filha única, herdou todos para si.

Efferth deveria ter ganhado dois de presente, mas o irmão de Rickon recusou habilmente a oferta, não queria que isso dificultasse a futura sucessão da sobrinha, pois ser dono de lobos selvagens trazia uma certa superioridade entre os nortenhos. Deixar o futuro Comandante em posse de dois, seria o suficiente para haver uma rebelião contra a sucessão da Stark.

Depois dos nortenhos serem recepcionados pela Rainha, a mesma apresenta seus filhos. Aegon II que se assemelhava ao pai em aparência, mas tinha um ar preguiçoso e aborrecido. Aemond tinha o dobro do tamanho do seu irmão, Aegon, e parecia mais velho, o tapa-olho de couro tornava seu semblante sério mais sombrio. E a mais nova, Helaena, um pouco cheia para o padrão Targaryen, era a menos marcante entre os irmãos, mas parecia ser uma menina agradável.

- Onde o Rei Viserys I se encontra? - Bryel questiona a Rainha em meio a sua apresentação.

- A Vossa Majestade não pode comparecer em público por questões de saúde. Por isso a Rainha está o representando - Quem a responde não é a rainha, mas sim um senhor que surge atrás dela.

Ao olhar para o homem e o broche que levava ao peito, a insígnia que o determinava Mão do Rei, a Stark sabia que se tratava de Otto Hightower, pai de Alicent. Lembrava dele na cerimônia de ascensão, e lembrava também de como seu pai nitidamente não se agradava da presença do Lorde Hightower. Talvez não ser confiável era de família.

A Lady de Winterfell não ficou muito feliz com a ausência do Rei. A Casa Stark havia feito um juramento de lealdade aos Reis Targaryen, e não aos Hightower. Um pouco irritada com a situação, a Stark decide manter o silêncio e Efferth é o único que nota o corpo de sua prima se retesar em irritação.

- A Senhora...perdão, a Lady de Winterfell e seus servos devem estar cansados pela longa viagem. Pedirei para que os guardas os acompanhem até seus aposentos - A Rainha fala de maneira cautelosa à Stark.

- É Comandante Efferth Stark. - Bryel diz com a expressão ainda fechada e a Rainha a olha confusa. - Ele é meu primo e não meu servo.

Bryel não gostava que tratassem seu primo como um qualquer, ele era um Stark assim como ela e o Senhor Comandante do Exército de Winterfell, e merecia respeito. Ela não o escolheu para ser Comandante só por ser família, ela o escolheu por Efferth ser o melhor guerreiro de todos no Norte. E isso é o reflexo do atual exército de Winterfell, composto por guerreiros extremamente treinados, brutais e sanguinários. A Protetora do Norte não conhecia ninguém melhor que Efferth na arte de lutar com espadas, principalmente quando o via treinar com Gelo.