1° Capítulo

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3 Anos Atrás....

Mirella Fernandez

Estou em frente ao espelho a alguns minutos me admirando, quando a Braga entra no meu quarto e me olha com lágrimas nos olhos.

Bragança: Nossa Mirellinha, você está linda demais - Me abraça apertado e retribuir - Espero que você seja muito feliz, mas não se esqueça de mim.

Mirella: Obrigada Braga, você é a melhor irmã do mundo, impossível de eu te esquecer, minha testa de ferro - Falo emocionada a olhando - Você vai fazer eu borrar a maquiagem que acabaram de fazer.

Bragança: Desculpa, você está certa. Hoje é um dia muito especial, não vamos estragar né? - Ela pega minha mão e me leva até a porta. - Acho melhor nós irmos, se não vamos nos atrasar.

Descemos as escadas e topamos com nosso pai e nossa mãe, me esperando. Vou até eles e os abraço. Sentirei muita falta deles.

No caminho vamos ouvindo música, até chegarmos na igreja. De fora eu observo algumas pessoas aglomeradas do lado de fora e pergunto.

Mirella: Será que aconteceu alguma coisa? Por que esse povo está aqui fora? - Pergunto preocupada.

Antônio: Filha, espera aqui que eu vou lá ver o que tá acontecendo, tá - Abre a porta do carro e sai. Meu pai para e conversa com algumas pessoas de fora. Vejo que me olha e passa a mão na cabeça, logo ele entra na igreja e minutos depois volta até o carro, abre a porta e entra.

Mirella: Pai, o que aconteceu, você está com uma cara nada boa - Pego o buquê e quando vou abrir a porta, meu pai trava - O que o senhor está fazendo? O Dynho já está me esperando.

Antônio: Filha, ele não está lá - Olha para trás e vejo seus olhos cheio de lágrimas - Acabei de ficar sabendo que ele pegou um avião e viajou.

Mirella: Não pai, vocês estão enganados, o Edson nunca faria isso comigo - Encho os olhos de lágrimas - Ele me ama, pai, nunca ele me deixaria assim.

Antônio: Vamos embora - Liga o carro e saio pela outra porta.

Corro em direção à igreja segurando o meu vestido, ignorando os olhares em mim. Entro e vejo poucas pessoas lá dentro, que me olha com olhar de pena, mas a frente vejo a Pocah e a abraço.

Mirella: Cadê o Dynho, fala que é mentira, o que o meu pai falou - Choro nos braços dela - Ele deve estar quase chegando, deve ter se atrasado.

Pocah: Mirellinha, olha para mim - Saio do seu abraço e ela tira uma mecha de cabelo da frente do meu olho - Queria realmente dizer que é mentira, mas o que o seu pai falou é verdade, ele viajou para não se casar, Mirella! - A abraço de volta e choro muito, não acreditando que aquilo estava acontecendo.

Mirella: Pocah, nunca mais vou me apaixonar, vou arrancar qualquer possibilidade se um dia isso acontecer, não quero sofrer mais - Saio do seu abraço e enxugo as minhas lágrimas que insistem em cair no meu rosto - Nunca mais derrubo uma lágrima por causa de homem, eu juro.

Pocah: Mirella, agora você está de cabeça quente, vamos embora e você descansa - Fala me levando até o lado de fora - Vamos, seu pai está te esperando.

Mirella: Obrigada Poh, por tudo, você é a melhor amiga que poderia ter - Dou um beijo em seu rosto e a Abraço novamente.

Pocah: Se cuida amiga, amanhã vou na sua casa e conversamos mais tá - Saio do seu abraço e vou em direção ao carro e quando abro, olho para trás e fala - Se quiser conversar, me liga tá.

Mirella: Tchau amiga, pode deixar - Entrei no carro e seguimos sentido a nossa casa.

No caminho estava um silêncio e agradeço, por eles perceberem que não é o momento de termos uma conversa agora. Braga mexe no seu celular ao meu lado, Murillo fica pensativo do meu outro lado. Enquanto meus pais ficam em um silêncio o caminho todo.

Depois de meia hora chegamos e corro para o meu quarto, para arrancar esse vestido que estava me deixando sufocada. Não queria ter mais nenhuma lembrança desse dia.

Vou na cômoda e pego uma caixa e ponho em cima da cama. Vou no guarda-roupa e pego um urso de pelúcia que tinha ganhado de presente, pego tudo que lembro dele, que ele tinha me dado e desço as escadas até o quintal dos Fundos. Braga olha espantada.

Bragança: O que você vai fazer, Mirella? - Vem atrás, até ficar do meu lado.

Mirella: Estou botando um fim em tudo, não quero nenhuma lembrança desse desgraçado - Ligo o fósforo e jogo nas roupas no chão. Logo o fogo aumenta e em questão de trinta minutos, só vejo cinzas.

Volto para o meu quarto e começo arrumar as minhas roupas e ponho na mala, vou colocando tudo até a Braga chegar e sentar na minha cama.

Bragança: Onde vai e porque tá arrumando as malas, Mila?

Mirella: Preciso mudar de ares, Bragança. Estou indo para o Rio de Janeiro.

Bragança: Eu vou com você, se você não se importar. Posso?

Mirella: No momento acho melhor não - Ela levanta e me abraça com lágrima nos olhos - Preciso de um tempo sozinha. Você me entende, né?

Bragança: Está certo, mas como vai ficar a nossa Advocacia, aqui em BH? - Me solta e me olha nos olhos.

Mirella: Acho que você dá conta sozinha, até eu esfriar a cabeça e pensar no que fazer a respeito - Falo forçando um sorriso para dar mais confiança a ela - E quero que você saiba que uma decisão eu já tomei, não vou voltar mais para cá.

Bragança: Mila, mas você vai abandonar sua família? - Nós te amamos.

Mirella: Não, claro que não. Vocês são tudo para mim, mas nesse lugar não volto mais. E vocês podem ir me visitar, uai.

Bragança: Mas já arrumou algum lugar lá, para ficar?

Mirella: Não pensei nisso, nossa sou muito lerda, Cara - Bato com a mão na testa, vou pensar até chegar lá amanhã cedo.

Bragança: Você é doida, Mirella - Sorrir sem jeito e ela caiu na risada.

Ela sai e eu fico pensando no que fazer, até meu celular tocar. Vejo pela tela, que é a Pocah e atendo na hora.

Ligação On


Eu: Oi, Poh!

Poquita: Oi Mirellinha, e aí como você está? Falei para você me ligar amanhã, mas fiquei preocupada e resolvir te ligar. Te atrapalho?

Eu: Estou uma pouco melhor, Pocah. Não atrapalha não, estou arrumando minhas coisas, amanhã vou embora.

Poquita: Mas para onde?

Eu: Vou para o Rio de Janeiro, conseguir um vôo amanhã cedo.

Poquita: Já arrumou algum lugar ou não?

Eu: Ainda não, mas amanhã chegando lá, eu vejo como vou fazer.

Poquita: Já que você não arrumou lugar ainda, porque não fica uns dias no meu apartamento que tem lá, depois você arruma um lugar para você, se preferir, mas por mim, pode ficar lá até quando quiser.

Eu: Muito obrigada Popoh, você é demais. Mas prometo que é poucos dias.

Poquita: Pode ficar o tempo que você quiser, amiga.

Eu: Obrigada, amiguinha.

Poquita: Vou ligar para lá e avisar para o Geraldo. Ele fica na recepção e as chaves estão com ele.

Eu: Outra vez Obrigada, Pocah.

Ligação off


Desligo o celular e desço para o jantar, aviso a minha família sobre minha decisão, eles não gostaram muito da minha decisão, mas falaram que me apoiariam.

Depois de banho tomado deito na minha cama e me despeço do meu último dia dela. Meus pensamentos vagam "Será que estou fazendo a coisa certa?" "E se eu não conseguir superar?" " O que vou fazer, me dá uma luz, senhor". Acabo dormindo no meu último dia aqui em BH.








Espero que tenham gostado!

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