34° Capítulo

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STÉFANI

Acordo, me encontrando sozinha em meu quarto. Olho para o lado onde a Mih dormia, que agora ficou um lugar vazio. Olho em direção a porta vejo que a Any estava me observando calada e depois se aproxima em passos lentos até minha cama e se sentando.

Any: Você está melhor, Amiga? Vou ficar aqui com você até tudo isso passar. - Aceno sem saber o que falar, minha cabeça estava a ponto de explodir e a dor só aumentava.

Stéfani: Eu não sei como vou viver sem ela, Any. - Me sento olhando sem direção, ela me abraça forte e choro até não conseguir segurar mais a dor que sentia no peito. - Eu vou me matar Any, não aguento, essa dor é muito forte.

Any: Fique calma Sté e não faça uma besteira, estamos aqui com você . - Passa a mão por meus cabelos o acariciando.

Stéfani: Mas vocês não são ela - Falo baixo saindo do seu abraço e correndo até o banheiro me trancando por lá.

Ouço passos da Any vindo até a porta, mas depois acaba se afastando, saindo do quarto. Não conseguiria conviver com essa dor, eu teria que dar um fim a minha vida.

Nunca passará pela minha cabeça dela ter morrido assim e que eu podia ter evitado, mas não fiz.

Abro a porta e vou até a cômoda pegando um vidro de remédios e voltando a me trancar no banheiro. Eu ia acabar com minha vida nesse exato momento, o Henry não precisaria de mim, tem o meu irmão que eu sei que cuidaria muito bem dele e a minha promessa infelizmente eu não conseguiria cumprir.

Me sento no chão, abrindo o vidro e colocando vários comprimidos na boca, quando eu ia engolir, a Bragança apareceu.

Bragança: Sté, sou eu, a Bragança. Por favor não faça uma loucura, a Mila não ia querer Isso. - Continuo calada e a deixando apavorada. - Sté, fale qualquer coisa. STÉ não faz uma burrada pelo amor de Deus. - Olho para a porta fechada. - Mila é minha irmã e eu também estou sofrendo muito, mas vamos enfrentar isso juntas. Você se matar não resolve nada, a Mila sempre te achou uma mulher forte e determinada. Seja essa pessoa forte por ela. - Me levanto jogando os remédios que estavam na boca fora, abro a porta e a olho abraçando fortemente. - Sté, eu estou aqui para o que precisar. - Nos afastamos e ela me olha. - Preciso te falar uma coisa e eu quero que você me responda. - Ela limpa suas lágrimas e me puxa encaminhando até a cama, até nos sentarmos.

Stéfani: Pode falar, Braga? - Limpo minhas lágrimas que insistiam em cair.

Bragança: Amanhã será o enterro da Mila e eu preciso de você do meu lado. Sei que é difícil, mas a Mila já imaginava que ia acontecer tudo isso com ela e me pediu para te ajudar com a guarda da Clarinha. Você quer isso?

Stéfani: Eu não sei se eu conseguiria cuidar dela sozinha, já tenho o Henry. - A olho com minha vista embaçada.

Bragança: Foi seu último pedido antes dela morrer e ela te achava capaz disso. - Me lembro da Mih com a Clarinha e Henry no quarto, os três brincando e sorrindo, nunca esqueceria esse dia. - E eu faria o possível para realizar o último desejo de minha irmã. Você quer? - Aceno positivamente.

Me deito no seu colo, tentando me acalmar e pensar no que faria daqui pra frente. Eu precisava me manter forte e cuidar das crianças era o desejo da Mih.

Nesse um mês que estivemos juntas, foi um dos melhores de toda a minha vida, jamais me esqueceria.

Stéfani: Você acha que eu teria alguma chance com a guarda da Clarinha, mesmo eu não sendo casada? - Me levanto do seu colo, limpando minhas lágrimas.

Bragança: Vocês não precisavam estar casadas para isso. - A olho sem entender até que continua. - Pelo o que aconteceu com a menina, o juiz nunca permitiria a guarda ao pai e além do mais ela te conhece e gosta muito de você, que já é um ponto positivo.

Stéfani: Mas eu achei que precisávamos ser casadas para isso? A Mirella não me falou nada disso. Ela não precisava se casar comigo, então?

Bragança: Não precisavam se casar para isso. Se ela não te falou, foi porque talvez, essa era a vontade dela. Os últimos dias da vida dela Sté, ela foi feliz e a felicidade dela era você.

Stéfani: E ela foi a minha.    

Bragança: Bom descansa, que amanhã viajaremos para BH, minha família já sabe e estão agilizando o enterro por lá, que será de tarde depois do almoço . - Ela me abraça apertado e sussurra em meu ouvido . - Vamos lutar juntas e tentar ser feliz, que é isso que ela gostaria que fizéssemos. - Aceno e a vejo sair do quarto.

Tento dormir mas fico horas revirando na cama e chorando, não conseguia dormir sem ela.

Me levanto indo até a caixa de fotos e olhando os melhores momentos que passamos nesses últimos dias.

Pego uma foto sua e o travesseiro em  que ela dormia e a abraço, sentindo o seu cheiro, e só nesse momento consigo cochilar, mesmo que por poucas horas.

Acordo com a luz da janela atravessando o vidro e pegando no meu rosto. Me levanto e vou até o banheiro e lavando o rosto, e quando me olho me assusto com meus olhos vermelhos e inchados de tanto chorar, resultado da noite passada.

Me arrumo indo até a cozinha e vendo a Braga, Cah e a Any, as três sentadas em volta da minha mesa, todas vestidas de preto e quando me vêem acenam para eu sentar.

Me sento e tomamos o café em um silêncio angustiante. Ninguém tinha coragem de falar mais nada até que a Bragança se levanta.

Bragança: Você vai conosco mesmo, Sté? - Aceno me levantando e indo até o quarto colocando algumas roupas em uma bolsa e indo até o quarto do Henry que me abraça chorando.

Henry: Mamãe, cadê a mamãe? - O abraço forte sem saber o que falar, era complicado para mim falar qualquer coisa. - A mamãe vai voltar? Estou com saudades dela mamãe.









ATENÇÃO:
Lembrem que suicídio não é solução, não tira dor e eu não sou a favor disso! Se machucar ou tirar a vida não é bom, não é legal! Só causa ainda mais dor e sofrimento!

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