L.D|2°Tem|

Capítulo 65

POV CHRISTOPHER

Ainda não acredito que deixei minha filha em New York, todos os dias me pego pensando naquele ser pequeno e que tem toda a minha devoção.

Mas todas as vezes que eu vejo algo dela nas redes sociais eu fico com estômago embrulhado, apesar de não mostrarem o rosto dela, eles postam fotos e vídeos como se ela fosse deles, o que me dá mais asco é o Niall e o Louis, eles falam como se eles três pertencesse a eles.

Olho para o lado e vejo Verônica dormir, tão serena e tranquila, nem parece que no cotidiano puxa briga a todo momento, as vezes sinto falta da Verônica amiga, não queria a Verônica esposa, saudade de contar meus problemas e ela como uma grande amiga me ajudar a resolver.

Passo a mão pelo meu rosto e solto uma respiração alta, fazendo com que ela saía do sono dela, ela me olha com uma certa curiosidade.

- Ela novamente?- Nego.- Então o que você foi fazer nessa viagem.

Tratei de levantar da cama, pois sabia que o assunto Dulce ia começar, era dessa forma que ela começava as brigas.

- Foi querer ter a certeza de que a filha que ela tanto escondeu não é sua? Querer ver que ela seguiu com outro e teve em questão de meses uma pirralhinha?

A voz da Verônica ecoava na minha cabeça, todos os dias me pergunto como aceito a conviver com ela, esse é o segundo pensamento que predomina em minha mente.

- Ela não ama você, foi preciso você ver isso de perto?

- Verônica, chega, não aguento mais a sua voz, não aguento mais esses argumentos e nem que você fale da Dulce e da Maria Paula.

- Defendendo a filha da sua ex-amante, não é hilário? Pois o pai mesmo ela não revela, acho que nem ela sabe.

Caminhei para o quarto de hóspede e bati a porta com força, Verônica realmente testava meus limites, a mulher acordava fazendo briga.

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- Mãe, não aguento mais, a Verônica a todo momento está arrumando briga.

- Não foi eu, não foi seu pai, não foi seus amigos, mas sim você, foi você que escolheu a Verônica para ser a sua esposa.

- Mas não é ela que eu amo e quero.

- Mas é com ela que você deita na cama no final da noite, é com ela que você divide uma casa, é com ela que você divide uma vida, e isso não é uma semana, e sim meses, você deveria ter pensado bem antes de fazer essa escolha.

- eu quero pedir o divórcio, mas ela precisa desse casamento.

- Você faz o seu destino, se você acha que dessa forma está ajudando ela, vá em frente.

- Maria Paula é muito linda, mamãe.- Mudei de assunto rapidamente para não dá abertura aos meus pensamentos.- Daniel está tão crescido.

- Quero muito conhecer a filha da Dulce e ver meu Danielzinho.

Eu achava injusto esconder que aquela pequena era minha, principalmente da minha família, eles apenas admiravam e falavam o quanto ela é uma excelente mãe, e que estava fazendo o certo em manter eles afastado das redes sociais.

Em um certo ciclo de amizade da minha família, minha mãe teve uma briga, não só ela, como meu pai também rebateu, as pessoas falaram que a Dulce era cheia de frescura e se sentia uma mãezona, supondo que nem o sangue do Daniel ela tinha. Meus pais surtaram, antes de eu falar algo, a minha mãe tomou a frente e rebateu, meu pai entrou na discussão e falou o quanto a Dulce era incrível como ser humano, mulher, mãe e profissional, e desse dia em diante esse grupo de amizade foi rompido, pois na cabeça deles essas pessoas estavam erradas e eles não queriam conviver com eles.

××××

- Bom dia, bebê de mamãe.- Beijo a testa do Daniel.

Ele estava quietinho ao lado da Mariazinha, ele acordou faz alguns segundos, olhei para a vista que tinha em meu quarto.

- Bom dia.- a voz da Belinda saiu baixinha.

Ela dormiu conosco, estávamos tão exausto que não pensamos muito, apenas se jogamos em minha cama e pegarmos em um sono pesado.

- Será que a Maite estava aqui?

- Não sei, estava muito quieto e um silêncio extremo. - Belinda sentou na cama.

Olhamos para o Daniel, ele havia voltado a dormir, apenas se aconchegou para mais perto da irmã, os dois eram inseparáveis.

- Vou ver o que tem para fazer um café da manhã.- Belinda comunicou.- Vou tomar um banho e já chamo você.

Ela saiu do meu quarto, eu aproveitei que os dois ainda estavam dormindo e fui tomar banho, vesti uma roupa confortável, peguei meu celular e vi as notificações, várias mensagens e ligação de Louis, Harry e Niall, mandei uma foto dos dois dormindo e desci para cozinha.

Tudo estava como eu deixei, nada mudou, tentei ir ao meu escritório, mas estava trancado, o quartinho da Maria e o do Daniel eu iria ver depois. Maite realmente não estava no apartamento, deixamos as malas guardadas na entrada do prédio.

Ainda não acreditava que estava de volta, optamos por não avisar ninguém sobre a nossa viagem, foi dolorido novamente passar pela dor da despedida com os meninos e minha outra família.

- Dulce.- Foi a única coisa que eu escutei antes de ir de encontro ao sofá.- Não acredito.- Nesse momento não era somente a voz da Maite que eu escutava, mas sim a mistura com choro.- como eu senti sua falta, meu Pai.- Ela me abraçava forte.

- Surpresa.- Disse sorrindo com os olhos marejados.

- Não acredito, não acredito.-Seu choro era bem sentido e expressivo.

Foi nesse momento que o resto da minha ficha caiu, eu havia deixado por quase um ano a Maite, a pessoa que esteve comigo em todos os momentos, que crescemos juntas, me ajudou e morou comigo.

- Cadê meus sobrinhos?

- Dormindo, assim que acordar eu vou banhar eles e vocês vão se conhecer.

- Não, eu me recuso. - Maite me soltou, limpou as lágrimas que escorria o rosto.- Eu quero conhecer ela e ver ele.

Ela me puxou para ficar de pé e subimos em direção ao meu quarto, passando por aqueles corredores eu não sentia mais a sensação de estar no meu lar, não como era antes.

Entramos em meu quarto, fiz um gesto que ela não falasse em voz alta e nem fizesse barulho, se aproximamos da cama, Maria estava fazendo um movimento com a boca, como se tivesse mamando.

- Aaaaah... Que perfeita, ela é linda, que linda.- Ela sussurrava, mas era com bastante emoção, suas mãos estavam tremolas, ela sentou ao lado deles.- Dul, ela é perfeita.

Maite começou a chorar, ela segurou a mãozinha da Maria, ela se aproximou e depositou um beijo. Ela olhava com total admiração. Nesse momento Daniel se mexeu e abriu os olhos, assim que ele reconheceu a Maite ele ficou de pé na cama.

- Tia...- Com cuidado ele passou pela Maria.- Tia Maite.- Eles se abraçaram.

- Estava com muita saudade.- Ela levantou com ele no colo e rodou, Daniel soltou uma risada tão maravilhosa.