Paradoxo - ᴅʀᴀʀʀʏ

Prólogo

Draco Malfoy perdeu seu pai aos cinco anos de idade. Ele achava que esse acontecimento seria o pior de toda a sua vida, mas o universo parecia ter certa implicância com o garoto. Por isso, ao completar onze anos, sua mãe casou-se novamente, e para piorar toda aquela situação o casamento havia sido com um primo de Narcisa. Um Black.

Sem saída por ser menor de idade, e sem nenhum parente disposto a tomar sua guarda, Draco foi morar em um sobrado com o novo casal.

Diante da nova realidade, Draco decidiu que poderia se acostumar com a nova vida, mesmo fazendo caretas e comentários ácidos diariamente.

Naquele mesmo ano fatídico, quando o dia parecia normal, Draco estudava em seu quarto, fazendo anotações que poderiam ser úteis para o seu primeiro ano em Hogwarts quando sua mãe bateu em sua porta, a abriu e entrou no cômodo. 

— Trago novidades. – ela disse. 

Draco suspirou, largou a pena sobre o pergaminho e virou-se na cadeira da escrivaninha, podendo assim encarar sua mãe.

— Deixe-me adivinhar, decidiu se divorciar? – Draco falou. 

Narcisa fechou sua expressão facial e fitou o filho seriamente. 

— Entendo que para você deva ser difícil compreender minha decisão, mas estou feliz. Sírius é um bom homem. 

— Um auror. – Draco resmungou baixo. 

— O problema agora é a profissão dele?

Depois de mais um suspiro, dessa vez mais cansado, Draco disse:

— Conte-me a novidade e então posso continuar meus estudos.

Narcisa encarou o filho por mais alguns segundos, em seus pensamentos ela desejava que um dia o menino entendesse a sua escolha, que a respeitasse e que voltasse a ser a criança amável que um dia já havia sido com ela.

— Nós vamos receber o sobrinho de Sírius. – ela disse calmamente. 

— Para uma visita? Quando?

— Não... não para uma visita. Ele está vindo morar conosco. 

Draco arregalou os olhos e imediatamente seu corpo saltou da cadeira. 

— O quê??? – perguntou alto, e indignado. — Morar? Essa casa já não está apertada o bastante para vocês? 

— Draco, acalme-se. – Narcisa falou exausta. Tudo que ela não queria era mais uma guerra com Draco. — Ele é como uma família para Sírius e ficará no quarto ao lado, sua vida continuará a mesma. 

— Duvido muito. Tudo que você e seu marido querem é deixar tudo pior.

— Não seja rude, Draco! – Narcisa falou em um tom firme.

— O que aconteceu com os pais dessa criatura?

— Draco Malfoy! – ela disse mais alto.

Draco a encarou, largando um pouco da postura dura se colocando em seu devido lugar. Ele não se orgulhava de brigar com sua mãe, mas compartilhar uma casa com outra pessoa não estava em seus planos.

Mas por hora, Draco resolveu não soltar mais nenhuma ofensa. Apenas cruzou os braços e esperou que sua mãe acabasse de contar as boas novas.

— Ele vai fazer onze anos, como você, e vai para Hogwarts. – ela disse. — Os pais dele infelizmente faleceram e durante esse tempo, o menino ficou com uns parentes da mãe.

Draco sentiu compaixão pelo garoto por um segundo. Apenas um. Ele sabia como era perder um pai, nem imaginava como seria perder os dois.

Mas nem isso o impediu de olhar para sua mãe com frieza sobre o assunto, dizendo em seguida:

— Então só me resta torcer para que Merlin não ponha sob este teto mais um grifinório bagunceiro. 

— Draco, por favor, seja bondoso. – Narcisa pediu exausta.

— Eu sou mãe. Vocês que abusam. 

— Você pode por gentileza ser simpático com ele? Tenho certeza que podem se tornar bons amigos.

Draco bufou baixo, não querendo mais discutir e em seguida sentou-se de volta na cadeira da escrivaninha, voltando os olhos para o livro e pergaminho.

— Era só isso? – ele perguntou. — Preciso voltar aos estudos.

Narcisa sabia que isso era o máximo que conseguiria, então apenas concordou e se retirou do cômodo.