2. Castigo

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Entrando no beco diagonal, Harry Potter sabia que nunca tinha sequer imaginado algo daquela forma.

Harry nunca cogitou a existência real de magia. Tudo que sabia, era o que havia lido nos livros de contos de fadas da biblioteca da antiga escola em que estudava. Não conseguia nem mesmo parar de olhar para as pessoas usando roupas completamente diferentes do que estava acostumado, mas o que ganhou sua atenção e interesse com certeza foram os chapéus. Harry queria muito perguntar a seu padrinho se poderia usar um como aqueles, pontudos e coloridos.

Seu padrinho lhe comprou roupas novas e o material necessário para o dia em que partiria para Hogwarts. Foi um dia especial. O seu único problema era Draco Malfoy, que além de não olhar em sua cara, fazia piadas com qualquer dúvida que ele tinha sobre o mundo bruxo.

Certo momento, Harry e Draco estavam sentados lado a lado, esperando suas comidas chegarem em um lugar chamado Caldeirão Furado. Harry tinha adorado aquele nome. Tudo ali tinha nomes especiais e criativos. Ele estava apreciando fazer parte de um mundo novo.

— Que animal você vai levar para a escola? – Harry perguntou, ignorando o fato de que o outro poderia simplesmente ignorá-lo.

Draco levou os olhos debochados até Harry e o encarou por segundos em silêncio. Harry não sabia se o garoto estava pensando em uma resposta, ou simplesmente que ele morresse sem ar com o olhar que lhe lançava.

— Uma coruja, óbvio. – Draco respondeu e logo continuou. — Elas são úteis para trazer notícias, presentes e poderei me comunicar com minha mãe com frequência.

— Hum... Eu tinha pensado em algo um pouco menor-

— Não perguntei o que ia levar, Potter. — Draco o interrompeu e terminou com desdém. — E nem quero saber. Leve o que quiser e fique longe de mim. Não quero ter que ser obrigado a olhar na sua cara durante a escola.

Harry franziu o cenho e estava pronto para rebater, ensinar uma lição àquele ser humano desprezível, quando seu padrinho e Narcisa voltaram para a mesa acompanhados do homem que iria os servir.

Draco Malfoy odiava Harry Potter, isso era um fato. Por isso, tratou de ficar longe o suficiente dele no Hogwarts Express, a viagem era longa e tudo que Draco queria era distância daquele ser que julgava esquisito.

Já no castelo as coisas não foram diferentes. Draco não se surpreendeu quando viu ao lado de quem Harry estava sentado, conversando como se já fossem amigos a meio século, um ruivo esquisito e uma garota descabelada, era o típico trio onde ele sabia que Harry ficaria muito bem instalado.

— Não ligue para ele, Harry. – falou Rony, vendo que Harry se esforçava para não encarar Draco Malfoy ou até mesmo ir lá perguntar se havia perdido alguma coisa nele.

— É quase impossível. Ele está testando minha paciência me olhando desse jeito. O que ele quer afinal? – disse Harry.

— Provavelmente está lhe julgando por andar com a gente. – Rony respondeu com uma cara desagradavel.

— Vocês são quase como irmãos, não é? – Hermione perguntou.

— Não sei, nunca tive um irmão e o Draco me trata mais como se eu fosse um intruso na casa dele. Não é muito diferente de como Duda, meu primo, me tratava. – Harry respondeu.

— Não sei como é ter irmãos, mas Rony poderia responder se é mesmo assim. – disse Hermione.

Os dois olharam para o garoto ruivo que continuava com a mesma expressão de desgosto e desconfiança.

— Acho que a Hermione tem razão. Ter irmãos as vezes é uma tortura. – Rony respondeu para ambos.

A hora de descobrir quais eram suas casas chegou. Draco sabia para qual iria e ninguém se surpreendeu quando o famoso chapéu seletor gritou que era o mais novo integrante da Sonserina.

Paradoxo - ᴅʀᴀʀʀʏOnde histórias criam vida. Descubra agora