6. Alienígena

21 5 0
                                    

Mais uma vez Draco acordou sem saber onde estava.

Ao abrir os olhos, tudo que viu foi um teto branco com boiseries charmosas e bem feitas segurando em seu centro um lustre simples. A toalha de cama em que estava deitado tinha um cheiro aconchegante de lar e Draco sabia disso porque imediatamente, quando o perfume adentrou suas narinas, sentiu saudades de quando estava em casa.

Levantando-se devagar da cama, moderadamente tomto, foi observando os detalhes do quarto. Não era tão grande como o seu quarto na casa de sua mãe, porém era aconchegante, as paredes eram em um tom de cinza claro, e a cama completamente branca, acompanhada por uma mesa de cabeceira com um abajur comum e sem personalidade. Um típico quarto de hóspedes.

Draco não sabia quanto tempo tinha ficado desacordado, mas sua cabeça ainda doía pela queda. Lembrava-se de estar na rua e não ser reconhecido por uma de suas amigas e a corja de amigos de Harry Potter. Naquele momento pensava em como iria convencer as pessoas e o próprio Potter de que estava falando a verdade, que os conhecia desde quando tinha apenas onze anos por estudarem juntos na escola de magia, e que agora queria apenas voltar para casa.

Ao sair do quarto para conseguir descobrir a quem pertencia a residência, Draco caminhou devagar pelo corredor até um porta retrato que estava sobre uma mesinha, ao lado de um vaso com flores da espécie copo de leite. Recolhendo o objeto com cuidado para olhá-lo mais de perto, viu que era Harry Potter, a garota que parecia muito com ele, tornando-se claro que se tratava de uma irmã, e ao redor deles estavam um casal que parecia os pais. Todos tinham no rosto um belo sorriso largo, demonstrando a felicidade que era de fato visível.

Draco recordava-se muito bem que Harry Potter tinha ido parar em sua casa com Sirius e Narcisa por não ter mais pais. Morou por alguns anos com um casal de trouxas que o maltratava constantemente e Draco sabia que se tivesse país, eles não permitiriam que Harry fosse tratado mal. Sirius sempre deixou isso muito claro desde que o garoto chegou para dividir o teto com eles. Um tremendo desconforto, Draco recordo-se.

Deixando o retrato no mesmo lugar, Draco franziu o cenho e continuou olhando. Não se mexia. Por que não se mexiam? Voltou a pegar o objeto e olhou atentamente, revirou em suas mãos e antes de cometer algum prejuízo, resolveu deixá-lo lá e continuar andando.

Descendo as escadas tentando fazer o mínimo barulho possível, ele ouviu a voz de Potter, mas não compreendia bem o que dizia. Queria saber do que se tratava antes de voltar a questioná-lo.

— Já disse, não faço ideia do que significa e acho que tenho que pedir desculpas por ter trago um desconhecido para dentro da nossa casa. – Harry disse sentado à mesa enquanto via sua mãe observar o forno, esperando que uma torta de maçã ficasse pronta.
Lily olhou para o filho com carinho e em seguida lhe lançou um sorriso acolhedor.

— Ainda fiz a senhora perder um dia de trabalho. – ele disse em sussurro, fazendo Lily soltar um riso baixo.

— Harry, pare com isso. Estou achando ótimo ter um dia de folga.

— E o garoto?

— Você não está feliz de ter ajudado alguém? – Lily perguntou erguendo as sobrancelhas, fingindo um leve desapontamento.

— Uma coisa é ajudar alguém normal, outra bem diferente é uma pessoa que me ameaçou com um graveto.

Naquele momento Draco estreitou os olhos, estava escondido atrás da porta que separava a sala da cozinha e sentia a raiva voltar a crescer em seu corpo. Graveto? Isso é jeito de falar de sua varinha?

— Vocês falaram que ele sabia o nome de todos. – disse Lily.

— Vai dizer de novo que estou escondendo que o conheço?

Paradoxo - ᴅʀᴀʀʀʏOnde histórias criam vida. Descubra agora