3. Coisas Estranhas

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Harry Potter havia se tornado o famoso menino que sobreviveu. Todos os anos que haviam se passado em Hogwarts, Potter acabou se metendo em acontecimentos inexplicáveis e sua vida havia sido salva por um triz, o deixando ainda mais querido pelos professores, jornalistas, estudantes e o resto de Londres bruxa.

A única parte boa em toda aquela tensão e atenção em cima de Harry era que Draco não era mais obrigado a ouvir a voz do outro, pois sempre algo os mantinham longes, até mesmo na sala de aula.

No segundo ano Draco não ficou sabendo como Harry conseguiu não ficar no mesmo dormitório que ele, mas agradeceu mentalmente por isso, parecia que finalmente o Potter tinha entendido que o melhor para ambos era ficarem afastados.

Tudo que Draco ficava sabendo sobre o que acontecia com Harry durante a madrugada era o que se falava na sala comunal da Sonserina. Blaise, amigo próximo de Draco, havia sido um traidor algumas vezes, se bandeando para o lado de Hermione e lhe trazendo notícias de Potter, apesar de não pedir.

Quando o último ano começou, Draco já não aguentava mais todos os cuidados que a escola havia determinado por culpa de Harry. Boatos eram espalhados por toda a cidade de que uma guerra estava próxima, mas quase ninguém conseguia ou queria acreditar nisso, mesmo assim, todas as precauções necessárias eram tomadas.

Draco não gostava de pensar no assunto, pois para ele era delicado. Lucius, defendia aquele-que-não-deve-ser-nomeado e as únicas lembranças que o garoto tem de seu pai são dele afirmando que Lord Voldemort se vingaria de todos aqueles que o fizeram cair.

O castelo estava sendo muito bem protegido e por isso as aulas de Hagrid conseguiam ser executadas. Draco caminhava lentamente naquela tarde, a temperatura estava agradável e o sol lutava para aparecer entre as nuvens nubladas que fechavam boa parte do céu. Sem pressa ele sentia a brisa em seu rosto, bagunçando alguns fios de seu cabelo e não tinha nenhum medo de chegar atrasado na aula daquele que considerava ser a do pior professor.

Harry preferia deixar os olhos longe de Draco, mesmo quando uma força desconhecida o obrigava a olhá-lo, como aconteceu naquele dia de aula ao ar livre. Sua namorada, Ginny Weasley, havia aproveitado os minutos que tinham antes das aulas começarem naquela tarde para ficarem juntos e conversarem, porém sua atenção estava voltada para o loiro que caminhava devagar, parecendo mais misterioso do que o normal. Harry não sabia o que se passava pela cabeça de Draco, o que o fazia estar sempre com o mesmo mal humor e expressão fechada.

— Tudo bem Harry? Está sentindo alguma coisa na sua cicatriz de novo? – Ginny perguntou preocupada e automaticamente Rony e Hermione também olharam para ele.

Ele não estava sentindo nada, por sorte as dores haviam diminuído, mas também não poderia dizer que estava pensando em Draco. Além de estranho, ele acharia cabuloso de sua parte.

— An... – Harry disse levando a mão na testa e a esfregando por alguns segundos. — Não, nunca mais senti nada, eu só estava pensando... se os dementadores iriam aparecer hoje.

— Não se preocupe com isso Harry. – Hermione falou. — Você não vai estar sozinho e muito menos voando, se aparecerem, vamos dar um jeito de deixar você longe.

O grupo de alunos da Sonserina e Grifinória já estava formado e Draco conseguia ver Harry sentado sobre a grama, com os braços em volta da cintura da menina Weasley.

Ainda faltavam longos meses para aquele ano letivo acabar e tudo que Malfoy queria era se formar, começar a trabalhar na sua profissão escolhida e nunca mais ver o rosto de Potter e todos que estiverem ligados a ele. Queria se tornar um medibruxo e também cuidar dos negócios da família, dar orgulho para sua mãe e podê-la dar a opção de se afastar de Sirius Black. Harry poderia assim ficar com seu padrinho somente para si.

Paradoxo - ᴅʀᴀʀʀʏOnde histórias criam vida. Descubra agora