4. Queda Livre

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Draco não sentia absolutamente nada, pois estava completamente adormecido enquanto seu corpo despencava em meio a escuridão total, depois de ter sido sugado pelo espelho na sala precisa de Hogwarts. Não acordou quando entrou no céu azul e nem mesmo quando seu corpo repousou sobre o gramado verde de um campo.

Acorde, disse a voz que Draco ouviu durante a tarde na aula de Hagrid e dentro da sala precisa.

Naquele lugar, era como se a voz viesse com o vento que atingia a grama alta, contudo apenas Draco era capaz de escutá-la.

Você precisa despertar para viver, Draco.

O sono de Draco parecia profundo, mas mesmo assim conseguia ouvir a voz no fundo de sua mente.

Ao abrir os olhos devagar, ele percebeu estar deitado em um lugar que não sabia onde era. Assustado, rapidamente sentou-se e olhou ao redor. Tudo que avistou foi o extenso campo, algumas poucas árvores e dois cavalos comendo distantes.

— Que brincadeira é essa! – resmungou sozinho.

Logo em seguida, levantou-se em busca do castelo. Draco se lembrava perfeitamente de estar nele a poucos segundos e isso não fazia sentido. Lembrava-se de conversar com Harry Potter, dos absurdos que havia visto no maldito jornal e ouvido as hipóteses absurdas do outor, então depois...

— O espelho!

Olhando para o chão em busca do objeto, a única coisa que havia era a marca de onde estava deitado, nada mais. Draco podia jurar que Harry havia lhe posto alguma espécie de feitiço enquanto se falavam na beira do lago, qualquer um que o fizesse acreditar que estava perdido.

— Harry Potter!! – Draco gritou e a única coisa que aconteceu foi que os pássaros das árvores voaram assustados pelo barulho repentino.

Ele precisava encontrar uma saída, uma forma de voltar para o castelo, ou acordar daquele sonho indesejável, por isso, começou a olhar para o chão com mais atenção.

— Deve ter um lugar... um objeto... a chave para um portal. – Draco falava sozinho.

— Você verá, Potter, quando lhe encontrar, prometo descobrir o seu feitiço e lhe prender em um lugar que nunca mais o veja! – resmungou enquanto caminhava devagar, afastando o mato a cada passo que dava.

O sol já estava se pondo quando Draco se sentiu cansado e com fome, era a prova de que não estava sonhando. Estar perdido naquele lugar era uma realidade. Suas costas doíam de tanto abaixar-se a procura de qualquer objeto, porém nada foi encontrado e ele precisava saber onde estava.

Ao olhar atentamente ao redor, percebeu que os cavalos estavam sendo levados por um homem baixo e grisalho. Então resolveu segui-lo, afinal, não podia ficar naquele campo esperando que alguma coisa acontecesse. Para ele não foi difícil notar pelas vestes do dono dos cavalos que se tratava de um trouxa, provando com isso que seus problemas apenas pioravam.

Andando por alguns minutos, Draco foi parar em uma casa simples e questionou em seus pensamentos se deveria pedir por alguma ajuda. O sol já havia sumido e a lua subia devagar dando uma pouca iluminação para a noite. Em algumas horas precisaria de um lugar para dormir.

Antes que pudesse encontrar uma resposta para seus questionamentos, Draco foi surpreendido pelo trouxa que trazia em suas mãos um objeto que ele desconhecia.

— Quem é você e o que quer? – o homem falou alto e de maneira rude para Draco, em seguida lhe apontando o objeto estranho que se tratava de uma arma.

Draco arregalou os olhos e se sentiu nervoso. Nunca havia falado com um trouxa antes e não sabia que espécie de resposta ele esperava receber, muito menos depois de estar sendo ameaçado por um objeto que nunca havia visto.

Paradoxo - ᴅʀᴀʀʀʏOnde histórias criam vida. Descubra agora