[🥀] a maldição de epifania

05 - Band-aid ambulante.

JEONGGUK

Jeongguk colocou o livro de volta na prateleira assim que analisou a capa. Não era o que estava procurando.

Haviam se passado 2 dias desde que saiu da enfermaria. 2 dias desde que a única coisa que ele se lembrava era de sentir uma pancada forte na cabeça e acordar em uma maca onde um enfermeiro avisou que ele ainda estava em Epiphany.

Jeongguk às vezes esquecia de que tinha um machucado do lado esquerdo do pescoço depois do que aconteceu, e passava a mão ali sem querer. A dor não era tão grande quanto foi há dois dias atrás, mas ainda estava ali.

A sua vida já parecia um pouco mais normal, exceto por uma coisa: Taehyung. Os dois não se falavam desde o incidente na floresta. Mais especificamente, desde que Jeongguk acordou (o que demorou mais do que o esperado). Não é como se Taehyung estivesse o evitando, na verdade, é quase o contrário. Mas o Jeon sentia, de vez em quando, como se ele estivesse mais distante, mesmo que ainda se sentassem bem próximos na sala de aula. Ele sentiu o olhar de Taehyung bem menos sobre ele nesses últimos dias, e isso deveria significar algo bom e normal, só que, como sempre, Taehyung o deixava confuso a ponto de não saber se deseja a opção mais fácil e se ela é realmente a certa.

No fundo, Jeongguk entendia ele. Jeongguk também não iria querer ser amigo de um monstro depois de ver ele se descontrolar e ver o que ele é capaz.

— Você achou? — Yoongi disse de repente, voltando para o lado do Jeon, que teve um sobressalto de susto.

Ele negou.

— Como era o título mesmo?

— "As invenções de Benedicth Wind" — Yoongi passou a mão por alguns livros, apenas alguns dos diversos livros antigos perdidos naquela prateleira da biblioteca — Sabe, para um bruxo tão famoso, ele é até que está sendo bem difícil de achar.

Jeongguk soltou uma risadinha.

Eram mais ou menos nove e meia da manhã quando Yerin pediu para cada dupla nas mesas da sala buscarem um livro diferente para uma dinâmica na sala de aula, e Jeongguk não poderia desejar mais estar matando aula no banheiro como agora. Achava a biblioteca muito bonita mas era angustiante ficar tão perto de pessoas com tudo o que aconteceu. Aparentemente, Yoongi não sabia sobre tudo o que ocorreu na floresta, porque não havia comentado nada.

Ou apenas seja muito bom em ser discreto.

— Será que estamos na prateleira certa? — Yoongi perguntou pela terceira vez.

— Só pode ser essa. Jisoo disse que talvez seria a prateleira 38 ou 39.

Jeongguk olhou mais uma vez para o número no meio da prateleira, "38", desenhado com a cor dourada e ligeiramente desbotada por causa do tempo.

— Jisoo ainda está aqui? Ela só pode ter se enganado. Nós já viramos as duas estantes de cabeça para baixo.

Jeongguk novamente inclinou a cabeça para ver melhor a lombada de um dos livros. Ele era tão fino que não parecia ser o que eles estavam procurando.

— Acho que ela teve que sair. Saerom a chamou.

Saerom. Outra pessoa que Jeongguk achou que teria que conversar nesses dois últimos dias, mas não o chamou até agora. Era de se esperar que ela quisesse saber o que aconteceu — não que Jeongguk achasse que falaria tudo por trás — mas ela não quis. Ou, se quer, ainda não o chamou por algum motivo.

Nem os pais de Jeongguk sabem ainda, e o Jeon não sabe como contar. Com sorte, eles ficariam sabendo da pior forma e tirariam o Jeon de Epiphany assim como fizeram com todas as outras escolas. Talvez ele até pudesse ficar estudando em casa. Já que não pode ter uma vida normal, é melhor abraçar esse fato e viver com ele.