Capítulo 8

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Só eu é?

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Só eu é?

Uma onda de desejo me atingiu no instante que ouvi ela fazer essa pergunta e tive que puxar o ar pelo nariz e prender minha respiração por alguns segundos, por sentir minha ereção acordar. Ela não falou com malícia ou com segundas intenções, mas seu sorriso frouxo e a mordida que deu no lábio foi o suficiente para me excitar. Fiquei com uma vontade louca de foder com ela, mas me controlei e engoli minha saliva, abrindo um sorriso singelo em seguida. Eu não transo a quase uma semana e estar com a Maria e não poder a tocar, beijar a sua boca e acariciar o seu corpo está sendo foda pra caralho.

- Só você. - Sussurrei em seu ouvido e depois afastei a cabeça para olhar em seus olhos.

Senti ela se arrepiar e instantes depois a mesma abriu um sorriso pequeno, o que chamou a minha atenção e eu fixei o olhar em seus lábios. Não demorou muito para ela empurrar meu corpo e eu suspirei frustrado, após tirar minhas mãos dela.

- Quer voltar pra casa? - Perguntei.

- Não. Vamos ficar aqui mais um pouco, por favor.

Dei um aceno conciso e ela desviou o olhar para onde estávamos antes, foi até lá e sentou. Traguei o meu beck pela última vez antes jogar ele na areia, ir até a Maria e sentar ao lado dela enquanto a mesma enchia mais uma vez sua taça de vinho.

Chega a ser impressionante como o clima entre a gente muda tão rapidamente. Como ela se fecha e fica sem jeito perto de mim, como volta a ser aquela menina de meses atrás, a que pisava em ovos para falar comigo, porque tinha medo de mim. Odeio que ela sinta isso. Sei que dei muitos motivos para isso acontecer, mas eu não quero o mal dela, nunca quis, tudo o que fiz foi para ela me respeitar, não para ter medo.

O que falei para a mesma mais cedo é a mais pura verdade. Eu carrego a glória e a dor de viver do meu jeito. Desde quando entrei para o crime e comecei a crescer, virei uma máquina de fazer invejoso, mas é o que eu digo; ninguém inveja o ruim e nem odeia o fraco, então fico feliz em saber que sou bom no que faço. Vários amigos já falaram isso pra mim... Vários aliados na verdade, porque não considero ninguém além do Marreta meu amigo. Sei que muitos apertam a minha mão, mas na real querem me ver cair. Querem o meu dom.

Eu tenho uma mente sinistrona, por isso cresci rápido no mundo do crime. Sempre tive culhão e coragem, nunca dei pra trás em nada que me submeti fazer. Pra mim, missão dada é missão cumprida. Modéstia parte, eu sou um grande chefe. Sou inteligente, cruel, frio, calculista e tenho artimanha para ser o melhor. Eu sou o terror!! Quem cruzar o meu caminho tá fodido. Eu sou cruel mesmo, mas não a troco de nada. Odeio mentiras e traições. Quem é pego traindo, só morre quando me pede perdão. Foi dessa forma que conquistei o meu respeito.

A minha vida é conturbada pra caralho, minha mente confronta com tudo que meu olho vê. Por muitos anos levei uma vida altamente destrutiva, só pensando em bebidas, sexo e drogas. Desde menor eu sofro pra porra, já passei por momentos difíceis que quase tiraram a minha vida, mas acho que o pior deles, a minha pior fase, foi ano passado. Eu tava malzão, a depressão me pegou de jeito. Foi uma época foda. Eu tava triste pra caralho, ia dormir desejando não acordar. Me sentia angustiado, abandonado e traído. Traído por aqueles que estavam comigo no momento de glória, aqueles que falavam que eram meus amigos. Nenhum se preocupou comigo, quis me ajudar ou ao menos perguntar se eu estava bem. Eu sei que ninguém tem culpa, mas é foda olhar e ver que não tem ninguém do teu lado. Tirando o Marreta, o meu irmão do coração, eu não considero mais ninguém. Amigo é o caralho, quero mais é que todos se fodam.

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