Desculpe

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Depois de mais um dia cansativo de estágio já estava arrumando minhas coisas para ir embora, porém, barulhos de passos apressados voltando à sala me fizeram olhar fixamente para a porta.

Senhorita Yeh a abriu repentinamente, seu rosto se contorcendo em um misto de confusão e ansiedade. Estava tão concentrada em seus próprios pensamentos, que nem notou minha presença no canto da sala cheia de espelhos.

Pelo primeiro mês de trabalho dava pra perceber que ela era um pouco atrapalhada mas, realmente uma ótima profissional.

— Procurando algo? – Se assustou com a pergunta já que pensava estar sozinha no cômodo.

— Oh, na verdade sim, deixei alguns papéis por aqui em algum lugar mas não os encontro de jeito nenhum.

— Posso ajudá-la se quiser. – Concordou com um sorriso tímido e agradecido, se aproximou para que pudéssemos procurar juntas pela mesa bagunçada. — Como são esses papéis?

— Eles estão organizados dentro de uma pasta amarela, são algumas anotações e orientações sobre as trainees.

— Hmm, entendo...

Me concentrei na pilha de papéis até avistar a ponta de uma pasta amarela, algo estava escrito na borda à mostra: "Feche seus olhos nessa escuridão e sonhe de novo!"

— É essa aqui? – Pareceu reconhecer o objeto e pegou se inclinando em agradecimento.

— Sim, nossa, obrigada pela ajuda. – Guardou a pasta em sua bolsa junto a outros pertences.

— A frase escrita é bonita, parece a letra de uma boa música. — Posicionei a mochila nas costas.

— Talvez um dia eu a use para isso. – Sorriu genuinamente. — De toda forma obrigada pela ajuda, senhorita...

— Seo Soojin. – Apertamos as mãos, o calor de sua pele no ar gelado era algo incrível, senti um pequeno calafrio na espinha com o toque, mas de um jeito bom.

— Nós vemos outro dia?

— Claro, até depois. – Acenei para ela que já ia embora passando pela porta novamente.

Quando fiquei sozinha no cômodo novamente parecia muito vazio, não que uma pessoa a mais preenchesse muita coisa mas, aquela garota parecia valer por mil.

— Tão linda... – Sussurrei baixinho mesmo que ninguém fosse ouvir, sentia que somente ela poderia receber tal elogio.

~~~

Estacionei o carro na garagem vendo as luzes da casa ligadas, o carro de Shuhua também já estava de volta. Passava das 20:00 e uma Yoon sonolenta estava ao meu lado no veículo. A pequena terminou em quarto lugar naquela guerra de gigantes, mas mesmo assim sorriu plenamente quando o dia de jogos acabou.

Tirei seu cinto de segurança e peguei-a no colo, a garota grudou em mim feito um coala manhoso e assim seguimos para dentro da residência. Assim que cruzamos a porta, recebi uma onda de perguntas.

— Onde você estava? Já é tarde, por que não respondeu minhas mensagens? O que acha que tá fazendo?! – A mulher disse tudo num único fôlego, tirou até o meu próprio ar, nem sabia que tinha como isso acontecer.

— Como assim "o que eu acho que eu tô fazendo?". Saí com a minha filha, ou não posso mais? – Nesse momento Yoon já não estava mais tranquila, se agitou e olhou para Shuhua de um jeito diferente.

— Você não respondeu as minhas perguntas! – O que aquela mulher tinha pelo amor de Deus?

— Omma, por que você tá gritando? – A pequena perguntou acanhada.

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