Lorena Castro
19:36PMA medida que abri os meus olhos observei que o homem que havia atirado não estava mais no mesmo lugar. Soltei o ar dos meus pulmões que nem havia percebido que estava segurando a tanto tempo. Tirei o corpo do Marechal que estava em cima do meu segurando a sua cabeça para que não batesse contra o chão.
—Tá me ouvindo? —O balancei levemente.
O sangue começou a escorrer por sua perna indo por todo o chão juntando uma pequena poça ao lado. Meus olhos se arregalaram na medida que os tiros se intensificaram mais uma vez, fazendo meu coração disparar loucamente. O desespero tomou conta de todo o meu corpo ao perceber que ele poderia morrer aqui.
O levantei passando os meus braços ao redor do seu corpo tentando o arrastar para dentro da casa em que eu deveria estar. Seu corpo se movia lentamente enquanto eu colocava toda a minha força para puxa-lo. Na medida em que consegui parar em frente a porta a abri arrastando ele para dentro com tudo, fazendo o meu corpo se chocar contra o chão também.
Antes de fechar a porta observei o mesmo cara de antes aparecer mancando no mesmo lugar. Estreitei meus olhos percebendo que era o cara que eu tinha arrastado para o beco mais cedo. Meus punhos se fecharam em pura raiva por eu ter sido tão burra. Graças a isso estou com outro cara quase morrendo porque ele queria apenas me salvar.
Fechei a porta indo na direção dele pressionando a perna que ainda sangrava. Não entendo nada sobre primeiros socorro, apenas que tinha que pressionar para não perder sangue. Passando alguns minutos uma voz ecoou pela pequena sala até eu perceber que vinha do rádio que ainda estava na cintura dele.
—Caralho, Marechal! Responde porra! —Reconheci a voz do Haridade no mesmo instante.
—Haridade? —Peguei o rádio, mas não havia resposta.
—Tá trocando tiro porra? Responde, irmão.
Tentei responder mais algumas vezes mas ele não me ouvia, até que meus olhos perceberam um botão na lateral. Ao apertar um barulho agudo ecoou seguido por alguns chiados.
—Haridade? —O silêncio mais vez me fez pensar que ele não tinha me ouvido.
—Morena? Cadê o Marechal? O que aconteceu? —Soltei um suspiro de alívio.
—Ele tomou um tiro na coxa... —Soltei o rádio na medida em que percebi ele apertando os olhos.
—Onde vocês tão? —Sempre que ele respondia conseguia ouvir a troca de tiro onde eles estavam.
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UM LANCE PERIGOSO (MORRO)
RomanceAs cicatrizes que foram alojadas na vida de Lorena após um abuso sexual a destruía lentamente. Perdendo o apoio da única pessoa em sua vida, teve que se agarrar em uma estranha que se tornou a sua família. Só não esperava que o destino que ela iria...