As cicatrizes que foram alojadas na vida de Lorena após um abuso sexual a destruía lentamente. Perdendo o apoio da única pessoa em sua vida, teve que se agarrar em uma estranha que se tornou a sua família. Só não esperava que o destino que ela iria...
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Lorena Castro 21:23PM
Senti como se um peso enorme fosse jogado contra o meu corpo, esse peso me afundava cada vez na imensidão de águas em que eu estava. Eu podia ver a praia distante, mas logo as minhas vistas foram tomadas pela escuridão que se aproximava enquanto dos meus pulmões fugia o último resquício de ar. Antes eu tinha forças para lutar, mas em determinado momento meus braços simplesmente pararam. Eu não conseguia me mexer, apenas deixava que a corrente me carregasse para o fundo. De repente um feixe de luz iluminou toda a água, uma mão pequena se estendeu na minha direção me fazendo segura-lá com o resquício de força que me sobrava.
—Momãe! —Meus olhos se abriram de uma vez ao ouvir a voz do Lucas.
Seus pequenos lábios se estenderam em um sorriso ao perceber que sua vontade em me acordar foi concedida. Não pude evitar em sorrir segurando seu pequeno rosto, Lucas realmente é quem me trás para a realidade. De repente me lembro de estar jogada naquele quarto escuro, assustada meu olhar passa ao redor percebendo que eu estava em casa. Giovanna passou pela porta da cozinha com copos de leite quentes em suas mãos. Seu olhar carregava preocupação mas ao colocá-los em mim, pude perceber o suspiro aliviado que passou por seus lábios.
—Você tá bem? Quer me matar do coração? —Ela colocou os copos na mesinha de centro se sentando ao meu lado levando a mão até a minha testa.
—Como eu cheguei aqui? —As lembranças daquele quarto me fazia sentir um arrepio por todo o meu corpo.
—Haridade te trouxe desmaiada dizendo que você tinha arrumado uma briga. Lorena, me diz quem foi a filha da puta que encostou em você que eu vou matar. —Olhei para o Lucas que ainda mantinha seus pequenos olhos em nós atentamente.
—Momãe, você brigou com quem? —Meus lábios se estenderam em um sorriso fraco.
—Você já tomou banho? —Desesperadamente ele balançou a cabeça afirmando. —Vamos tomar o leite e ir pra cama, então?
—Eu não quero. —Ele cruzou os braços logo ao colocar o copo vazio na mesinha.
—A mamãe tá tão cansada, queria dormir sentindo seu cheirinho. Mas vou deixar você dormir com a tia Gigi então. —Seu olhar foi até a Giovanna que sorria para ele, não demorou muito para que ele caminhasse até o meu colo.
—Calo que vou dormi com você, momãe. —Giovanna deu uma risada apertando sua bochecha.
—Por que não gosta de dormir com a tia Gigi? —Ela fez um bico mostrando que tava chateada.
