Destinadas: O Sacrifício de uma Guerreira ━━━ Alicent Hightower

03

Para Alicent, o dia nasceu melancólico, em um clima chuvoso e nublado. Perfeito para uma escapada na biblioteca onde pudera se aventurar em suas histórias românticas. No entanto, aproveitaria que seu progenitor estaria ocupado pela manhã inteira e, iria devolver o caderninho da Targaryen.

Bateu sutilmente na porta do aposento de Verena e recuou um pouco esperando ser atendida.

— o que faz aqui, Hightower? – Verena apareceu na porta enrolada unicamente em uma toalha, não passando despercebido pela mais nova. As bochechas de Alicent acabaram ganhando uma cor rósea.

Hesitou. Alicent hesitou por um momento. Não é costume ver outra mulher de toalha.

— apreciando a vista, lady? – venenosa. Verena provocou a mais nova notando sua vergonha assim como seu olhar não subiu de seu corpo envolto da toalha.

— e... eu vim trazer seu caderno de desenhos.– buscou explicar-se. Mentalmente se praguejou por gaguejar minimamente pela vergonha.— e perguntar se gostaria de me fazer companhia pela manhã.– concluiu.

Um sorriso maldoso abriu-se nos lábios fartos da mais velha. Em um sinal ela a pediu que entrasse, silencioso.

— deixe-me por uma roupa decente e veremos o que iremos fazer nesta bela manhã.– falou pouco antes de sumir.

O quarto era enorme, analisou a lady. No teto do cômodo havia um desenho cheio de mínimos detalhes, de um dragão. E a paleta de cor intercala entre o vermelho sangue e amarelo canário. Alicent franziu o cenho, enquanto mentalmente se perguntava de onde veio seu gosto por amarelo.

— o que acha de irmos na cidade? – Verena regressou e dessa vez vestida com um belo vestido avermelhado, com mangas curtas e uma fenda ousada na perna.— ouvi dizer que a rua da seda está tendo um festival.

— não temos permissão de sairmos do castelo.– retrucou.

— por isso que é divertido ir na cidade.– riu com arrogância.

— pensei que apenas Daemon era o rebelde.– enrugou uma de suas sobrancelhas.

— hábito da convivência pega. Mas já que não está disposta em quebrar regras vamos voar.

Alicent sorriu com pânico, negando em um balancear de cabeça. Havia medo de altura e não confiava em dragões.

— medo de altura? – aproximou-se com lentidão, trazendo um olhar venenoso, tal como uma cobra prestes a dar o bote.

— não.– seu ego falou mais alto.— não confio nessas bestas, apenas.

— é por isso que sua casa é tão pequena.– piscou.— venha, vou te mostrar a melhor coisa da sua vida.– deu as costas para a mais nova e seguiu até a porta.

Entre as nuvens Nashira planava em uma velocidade lenta. As íris violeta analisam as expressões faciais da Hightower, que não se incomodava mais com a altura como antes. Ao contrário do que imaginou estava sendo mais calmo e trazia-lhe uma sensação de paz. Entretanto, não poderia se dar ao luxo de gostar tanto a ponto de repetir. Além disso se seu pai descobrir será uma mulher castigada.

— está vendo como é bom, Hightower? – a princesa espeta a lady, tendo um sorriso belíssimo brincando em seus lábios.

— bem...– limpou a garganta, girando o rosto por cima do ombro para ver melhor a mais velha.— não é tão ruim, mas é uma coisa que não repetirei, nunca mais.

Uma risada gostosa de se ouvir saiu dos lábios entre abertos da Targaryen, parecia se divertir com a careta da outra.

— nunca diga nunca, lady.– piscou atrevida.— a vida se vive uma vez, afinal de contas.

Alicent sorriu. Logicamente seu pai jamais daria-lhe a oportunidade de levar a vida como gostaria, mas se contentaria ir para onde os livros a levasse.

Bruscamente Verena puxou Alicent pela cintura lhe arrancando um protesto que logo fora interrompido por um grito de amedronto. Nashira recolhe as asas deixando seu corpo despencar pelo ar.

— EU SABIA QUE NÃO DAVA PRA CONFIAR.– Alicent berrou histérica, sentindo seu coração bombear como um louco dentro de seu peito, à beira de sair pela sua boca. Sua expressão fechada em uma careta apavorada.

A Targaryen se limitou a apenas rir.

Chegando à centímetros da água pacífica do oceano o dragão-fêmea girou esticando as asas em um vôo rasante. Verena soltou o corpo menor sentindo os músculos tensos dela relaxaram aos poucos.

— visse? – sussurrou para ela.— relaxa um pouco, não vai ser comigo que irá morrer.– debochou.

Alicent suspirou fundo. Nashira retornou para o alto do céu, planando abaixo das nuvens.

— pelos sete darei na sua cara se essa coisa fazer isso de novo.– ameaçou.

— para sua má sorte eu tenho um fetiche em tapas.– provocou mordiscando seu próprio lábio inferior. Seu olhar nublou repentinamente carregando uma nuvem de malícia.

A Hightower não conseguiu evitar bufar, irritadiça pela provocação.

— tenha modos e vergonha na cara, princesa.– grunhiu indo um pouco para frente esquivando-se de qualquer toque que pudesse haver.

— só comentei, lady.– retrucou.

Poucos instantes depois o dragão-fêmea pousou em um campo de rosas vermelhas. Alicent não deixou de se encantar com as flores que brotavam do chão que parecia-se com prata derretida.

— aqui é lindo.– comentou.

— o precipício das rosas é o lugar mais belo das ilhas de ferro.– Alicent espantou-se ao ouvir.

— oh, voamos tão longe?... mal notei.– riu sem humor ao concluir.— mas por que me trouxe ao mar do poente? – indagou. Abaixou-se perto de uma roseira que havia uma única rosa, tocando-a sutilmente em sua pétala.

— para mostra-la que nem tudo nas ilhas de ferro é tão feio quanto dizem. Não é um povo visto tão bem quanto outros povos e isso tem uma certa influência em como os vêem.– cruzou os braços abaixo dos seios, analisando as mínimas ações da lady.

— como se tornou a senhora dos homens de ferro? – de soslaio viu a princesa dar de ombros.

— longa história.– murmurou de volta.— quem sabe uma outra hora eu não te conte.

Verena caminhou para beira do precipício chamando a atenção da mais nova. O vento soprou suave balançando seus fios loiros, e levemente mexendo com a saia de seu belo vestido. Há calmaria em seu semblante, uma falsa paz... Uma cena que Alicent apreciou.

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Oiii, criaturinhas lindas do meu coração. Peço desculpas pelo meu atraso, prometo me empenhar para tirar todo meu atraso.

E as provocações começaram.......................