— o rei irá anunciar a gravidez da rainha está noite, esteja preparada para sabotar a taça daquela maldita.– Otto exclamou, limpado as mãos sujas de sangue em um lenço que havia no quarto da lady.

— já disse que não.– respondeu em um fio de voz, encolhendo se mais sobre os lençóis sujos de sua cama. O vento frio da noite que entrava pela janela lhe arrepiavam.

Otto virou-se minimamente para dar um sorriso sombrio à sua filha, que mirava a janela com suas íris vazias.

— oh, querida, não me faça ter que te dar outra surra.– sua voz transbordou pura maldade, fazendo Alicent estremecer por dentro.

— e você não me faça te matar.– uma voz nada delicada ecoou pelo cômodo, para o assombro da mão do rei era a princesa de ferro. Alicent sorriu minimalista, vendo a mais velha deslizar sobre o parapeito de sua janela, a reconhecendo pela voz.

Pela noite, ela se camuflava com uma capa enegrecida de couro, enquanto por baixo usava um belíssimo vestido avermelhado com uma saia armada com várias pedras minúsculas de cristal espalhadas sobre o grosso tecido de veludo.

— não ache que seu plano ridículo de envenenar a vossa majestade a rainha realmente dará certo, Sor Otto. Estás na minha mira à tempos e a não ser morto não sairá dela.

Ela puxa seu capuz para trás revelando seu rosto. Seus fios platinados estavam presos em um coque cercado de uma trança alto enquanto uma parte do cabelo estava solta e com minúsculas tranças enfeitadas com fitas pretas.

— sou a mão do rei e isso me torna imune de suas brutalidades, alteza.– mesmo tão confiante perante os olhos irritadiços da princesa por dentro estava com medo, e muito. E Verena sabia.

— não, Sor Otto.– estalou a língua no céu da boca, puxando o pouco da saia de seu vestido para caminhar melhor.— para sua má sorte eu não temo o rei, eu rio na cara dele. Matar você será questão de tempo.

Verena parou em frente a cama onde Alicent permanecia encolhida, como se quisesse mantê-la à metros seguros de seu progenitor. A Hightower suspirou sentindo aliviada em tê-la por perto, temia o que seu pai poderia fazer enquanto estão sozinhos. Verena põe suas mãos para trás das costas, uma delas abertas como se fosse um pedido silencioso para que a lady a segurasse.

— e não ouse me desafiar.– não deixou ele responder.- se fizer não gostará de ver o que posso fazer com sua mísera existência.

Alicent engatinhou discretamente para perto da mais velha e segurou sua mão, sentindo um friozinho na barriga. Mordeu o lábio inferior se ajeitando atrás de suas costas, como um filhotinho de dragão com medo.

— agora some da minha vista.

— nos vemos no jantar, alteza.– não olhou para a filha, nem fez questão de se curvar diante a princesa, apenas saiu com pressa com uma carranca formada em sua faceta.

— o que veio fazer aqui? – sua voz saiu tão baixa que Verena quase não a ouviu.

— está noite será um grande jantar para anunciar a gravidez da rainha, pensei em chama-la para me acompanhar.– soltou a mão da mais nova e se afastou, levando seus olhos para o espelho rente à cama vendo o reflexo da menor encolhida na beira do colchão.— Rhaenyra está ocupada com a rainha então não poderá ser sua companhia.– completou.

Alicent levantou o olhar fitando os violeta pelo espelho. Uma corrente elétrica passou por sua espinha quando a Targaryen ousou cerrar o olhar, não sabia dizer o que aquele violeta transmitia, não desta vez.

— me mantenha longe de meu pai e eu ficarei feliz em ser sua companhia por está noite.

Verena sorriu.

Destinadas: O Sacrifício de uma Guerreira ━━━ Alicent Hightower Onde histórias criam vida. Descubra agora