Our difficult love || Jikook

emergência

Jeon Jungkook estava em seu consultório atendendo alguns dos pacientes daquele dia. Apesar de sua concentração não ser a das melhores, Jeon se esforçava para parar de pensar no ômega. Haviam se passado algumas semanas, mas estava difícil esquecer.

Sempre que se pegava com a mente longe, se castigava severamente, afinal ele tinha que superar, provavelmente o ômega estaria nos melhores dias possível enquanto ele estava se remoendo pela falta de Jimin.

Claro que seu estado era deplorável, seus cabelos não estavam arrumadinhos como todos os dias, sua barba por fazer o denunciava completamente e claro as olheiras que não eram tão escuras mas denunciava noites mal dormidas.

— Vamos marcar um check-up para prosseguirmos a etapa de cirurgia — Sorriu mínimo marcando automaticamente algo na ficha do paciente que apenas observava o seu médico.

— Que ótimo, não vejo a hora — Abrindo um sorriso de orelha a orelha logo foi voltando a expressão de antes que era como se fosse uma ave de rapina observando atentamente todos os movimentos do seu adversário — Hum, Doutor posso lhe perguntar algo? — Perguntou enquanto se endireitou na cadeira.

— Claro, toda dúvida tem que ser tirada — Falou ficando atento ao que iria ter que responder.

— Vejo que não está tendo os melhores dias — Confirmou vendo o semblante de Jeon mudar constantemente — Está sofrendo por amor? — A pergunta fez um baque doloroso em Jungkook, estava tão na cara assim que sofria por amor?

— Não, claro que não — Sorrindo forçado logo respirou fundo — É que eu tive uma notícia ruim e estou tentando superar — Afirmou mais para si do que para aquele paciente curioso — Te vejo daqui a três semanas — Sorriu entregando a ficha para que o paciente entregasse no balcão de entrada.

— Claro, estarei aqui sem falta — Diz se levantando já com a ficha em mãos e se despedindo do médico já saindo de dentro do consultório.

Jungkook arfou cansado, queria muito estar bem para poder cuidar melhor dos pacientes, entretanto ele não estava com cabeça para nada no momento.  Sua mente era sua pior inimiga naquela situação, toda vez que piscava ou fechava os olhos conseguia ver e ouvir Jimin, seu cheiro maravilhoso não saia de sua narina. Era como se todo o momento Park Jimin estivesse tão próximo que pudesse o senti-lo.

Apesar de seu coração implorar para que Jeon tomasse a iniciativa de correr atrás, porém a repulsa de ter sido enganado não o dava outra escolha a não ser tentar seguir em frente, mesmo sem Park Jimin do seu lado.

Enquanto outro paciente entrava no consultório, Jeon apenas enfrentou o seu maldito dia de trabalho enquanto sentia saudades de seu ômega que agora não era mais seu…

A algumas quadras dali, Park Jimin não se encontrava tão diferente do alfa. Seu jeitinho de superar o que foi quebrado era o mais simples, jogado no chão da sala e com uma garrafa de álcool já no final, Jimin bebia como se fosse água aquele vinho. Não era a primeira garrafa que estava sendo secada, sua vida de alcoólatra havia começado assim que retornou sozinho para sua maldita casa vazia. 

A saudade da família que nunca foi sua de verdade apertava em seu peito, a dor de ter perdido o amor da sua vida por conta de esconder maldoso o fazia descontar cada vez mais na bebida. 

Apesar de não exagerar tanto assim na bebida, Jimin se contentava em beber até dormir e acordar no outro dia com enxaqueca. 

— Eu poderia estar grávido — Choramingou tocando em sua barriga e logo tombando para o lado para vomitar tudo o que restava em seu estômago.

O gosto de fel era um dos piores que já sentiu, limpando o canto da boca Park sentiu uma zonzeira o tomar, parecia que o teto rodopiava tão rápido quanto um pião de madeira. 

Abrindo e fechando os olhos para tentar amenizar a situação, notou o quão sua vida estava acabada, as devidas terapias que antes fazia foram deixadas de lado. Park Jimin não tinha mais sentido em sua vida, não tinha mais por quem tentar viver.

— Jeon — Choramingou olhando seu rosto com as lágrimas incansáveis, seus olhos estavam inchadinhos que até incomodavam em fechá-los. Chamar pelo alfa é uma forma de se consolar, pensar que em qualquer um desses chamados o seu alfa virá para o salvar — Perdoe-me Jeon… eu fiz por amor, por amor…

Pegando a garrafa novamente, a virou esperando que o gosto forte de álcool descesse por sua garganta queimando até seu estômago vazio, assim seria menos doloroso do que olhar as mesmas paredes cinzas de todos os dias.

— Jungkook volta pra mim — tampou o rosto com as mãos para abafar o choro alto, ele poderia pôr a culpa no álcool, está embriagado e sofrendo por amor, ele poderia chorar até desmaiar que seria culpa das bebidas.

Mais uma vez ele arrastou-se até seu celular caído e ligou para o alfa, mas sempre era rejeitado na terceira ou quarta chamada. Por que Jungkook o odiava tanto? É tão difícil entender que foi por amor? Ele não seria capaz de uma loucura em nome de alguém que ama?  Jimin admitiu seu erro, mas não conseguia entender se era necessário tanta rejeição.

Conseguindo forças para se levantar, cambaleando, ele foi até a cozinha, mas se engana aquele que pensou que o ômega iria procurar alguma coisa para comer, ele foi procurar algo para beber e não seria água…

Pegando uma garrafa de uísque que estava esquecida em seu balcão, ele sentou no chão apoiado na parede e virou o líquido garganta a baixo, queimava, mas era tudo que ele queria.

Uma tontura bem mais forte tornou-se presente, algo que ele já conhecia, mas fazia tempos que havia sentido, poderia ser apenas imaginação ou remorso por estar bebendo depois de tanto tempo.

— Eu… eu não tô bem — se abanou sentindo um arrocho forte em seu peito — Jungkook?! 

Gritou alto como se fosse ser ouvido pelo outro. Com suas últimas forças ele se arrastou até o celular que ainda estava no chão. Seu choro já estava forte, seu medo não era de morrer, era de ficar longe do alfa… Insistiu em ligar para o médico, mas sem sucesso, então ele ligou para a recepção do hospital onde o mesmo trabalha, ele havia pego semanas atrás a pedido do médico.

— Hospital de urgência de Seul, como posso ajudar?

— J-Jungkook…

— Alô? Senhor, está me ouvindo? Alô? O senhor pode me passar seu endereço? Alô?

 A ligação ficou muda, o recepcionista não conseguiu anotar nem mesmo o endereço.

— Jin? — O beta olhou para quem o chamava.

— Uh, boa tarde doutor Jeon — sorriu simpático, o beta sempre foi muito gentil.

— Eu ouvi você meio agoniado no telefone.

— É… a pessoa ligou no número da emergência, mas… ei… — olhou o médico — a única coisa que ele falou foi Jungkook…

— O que?! —  franziu a testa ao ouvir aquilo, quem poderia ser que ligou? Bom, no fundo, Jungkook queria descartar esse palpite.  — Posso ver o número?

— Claro, esse aqui — O beta mostrou o histórico para o médico.

— Emergência! — O médico não esperou mais nada, ele apenas saiu correndo em direção a emergência, mandou uma ambulância com paramédicos e preparou tudo para  a chegada do omega.

Não era assim que imaginou que seria o reencontro, Jungkook estava muito abalado, se acontecer alguma coisa com Park Jimin, ele nunca iria se perdoar por não ter atendido o celular.