~03~

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— Onde você estava? _ papai perguntou sério, parado diante da janela de sua sala particular.

Fechei a porta atrás de mim, curiosa sobre os motivos de ter sido chamada com tanta urgência.

— No rio. O dia está muito quente.

   Meu pai me olhou por cima do ombro, seus olhos verdes como esmeraldas cairam em meus cabelos ainda escorridos.

— Sozinha?

— Estava com Ambar. Então Yan e Noah apareceram, e Yan a levou para casa.

    Papai ficou em silêncio por um momento, como se ja soubesse o que teria vindo depois disso. Ele arqueou a sobrancelha e maneio a cabeça confirmando a pergunta em seus olhos. Claro que Noah e eu tínhamos brigado como cão e gato.

— Tenho uma tarefa para você!

   Me aproximei ainda segurando as saias de meu vestido e desviando do sofá carmesim no meio do caminho.

— Para mim? Raramente você me da tarefas, papai. Geralmente as da para tio Nicolas, Leon ou Gideon. Até mesmo as minhas irmãs..._ Sussurrei a última baixinho e ele me avaliou baixo a cima.

— Pessoas devem ser colocadas nas tarefas certas, querida. _ ele tocou meu queixo, erguendo meu rosto para me encarar nos olhos. _ Não mandaria você fazer algo que eu sei que não é seu ponto forte.

— Meu ponto forte parece ser discutir com o futuro rei de Midorina, papai. _ ri amarga e meu pai sorriu abertamente. _ Vamos diga logo o que tem para mim! Estou curiosa...

— Tenho desconfiado que Avarya possa estar se tornando uma ameaça. _Meu sorriso morreu e o encarei séria, apertando levemente as sobrancelhas _ Eles darão um baile muito em breve e você irá.

— O que eu tenho que fazer?

— Será meus olhos e ouvidos! Não posso confiar isso a mais ninguém.

— Darei o meu melhor!_ acenei com convicção, e a mão de meu pai pousou em meu ombro, seus olhos tinham um brilho preocupado. _ Vou descobrir tudo que o rei estiver tentando esconder de nós, e cada uma de suas intenções!

— Precisa ir casualmente, levando um pequeno acordo em meu nome. Isso exigirá que sua viagem seja sigilosa.

   Acenei fervorosamente ainda o encarando nos olhos e meu pai abriu a boca, como se quisesse dizer algo, mas as palavras estariam presas em sua garganta.

— Eu quero mandar alguém com você... Não é que eu não confie que você seja capaz de lidar com tudo sozinha... É que... Bailes... _ meu pai respirou fundo, apertando os olhos por um momento _ Você cresceu minha filha, e se tornou uma mulher muito bonita. Manda-la sozinha seria como mandar um cordeiro para lobos.

   Sorri estreito com sua preocupação e o abracei forte abruptamente o pegando de surpresa. Meu pai me abraçou, colocando seu queixo sobre o topo de minha cabeça,sem se importar se acabaria se molhando por minha causa.

— Vou cumprir com honra essa tarefa, pai! E voltarei segura para casa!

— Eu sei, querida! Eu sei... Vou mandar alguém de confiança. Alguém que não vai tirar os olhos de você. Pode ser que seja um pouco incômodo, mas é o mais seguro...

— Quando devo partir? _ perguntei erguendo minha cabeça, enquanto ainda estava embalada em seus braços.

— Amanhã antes da alvorada.

   Meu corpo paralisou enquanto o encarava atonita. Sua mão percorreu por meus cabelos molhados e ele deu um sorriso ladino abatido.

— Tão rápido? _ Ele acenou tranquilo, e me afastei um pouco. _ Então devo preparar minhas coisas...

Casamento ArranjadoOnde histórias criam vida. Descubra agora