Capítulo 2 - King's Landing

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127 d.c.

A Fortaleza Vermelha era uma grandiosidade, a primeira vez que a vi mais de perto quando o barco se aproximava fiquei encantada. Passei a minha vida toda em Derivamarca e Pedra do Dragão, com algumas visitas ao norte junto de meu pai, e nunca havia visto algo assim. Mas todo meu deslumbre acabou quando atracamos no porto, o ar em Porto Real cheirava a uma diversidade de coisas ruins misturadas, perguntei ao meu pai o que era aquele cheiro repugnante.

— Sal, misturado com prostitutas e mijo de bêbado — Ele diz com cara de nojo me fazendo rir do seu palavreado sujo, mas logo parei quando Rhaenyra o repreendeu.

— Daemon! Não ensine essas coisas a ela — Abracei de lado a mulher e ela me ajudou a descer do barco, logo depois minha irmãs, Baela e Rhaena. Os garotos pularam para o cais provocando o susto da mãe deles, preocupada. Papai tomou a frente e fomos em direção a enorme carruagem, uma criada estava em nosso encalço com o pequeno Aegon em seus braços.

Estava ansiosa para nossa vinda a Porto Real, desde que fui informada, eu e minhas irmãs arrumamos nossos pertences mais vezes do que poderíamos contar. Três donzelas extremamente comportadas em um palácio gigante, o que poderia dar errado?

Quando chegamos aos portões do castelo, meu tio e sua rainha nos esperavam, a Mão do rei também. Apenas um destes três parecia animado realmente, me perguntei onde estariam seus filhos.

— Ah! Minhas sobrinhas! A última vez que estiveram aqui eram apenas bebês. — O rei ignorou a etiqueta e simplesmente agarrou nós três, algo que eu não esperava e acredito que nem nosso pai, que observava calado. E depois ele chamou os garotos — Meninos, deem um abraço em seu avô.

Luke e Jace o fizeram e puxaram Joffrey que estava acanhado. Embora meu tio parecesse animado, sua esposa já não mostrava toda essa felicidade. Me aproximei com toda a delicadeza que Rhaenyra havia me ensinado e me curvei perante ela, sendo seguida por meus irmãos, enquanto o rei cumprimentava meu pai e sua filha querida.

— Estão se tornando belas donzelas, garotas — Ela sorriu e se virou para os meninos — E você, pequenos cavalheiros, sejam bem vindos. — Sua voz não dizia que éramos bem vindos, mas procurei ignorar. Alicent parecia ser o tipo de pessoa com a qual você não gostaria de fazer inimizade, mas meus pais faziam questão disso, já ouvi várias conversas deles sobre ela e seus seguidores fiéis.

Um dos meus passatempos favoritos é procurar coisas para me entreter, às vezes era uma conversa intrigante, às vezes era assistir os filhos de Rhaenyra tentarem, miseravelmente, aprender valiriano. Era engraçado, não sei porque eles não haviam aprendido isso primeiro, como eu e minhas irmãs, mas às vezes eu tentava ajudá-los. Quando não se tem um dragão, como meus irmãos, é necessário criatividade para achar o que fazer nessa idade.

Rhaenyra chamou a atenção de seu pai, após cumprimentos calorosos, agora com meu irmão mais novo em seu colo. Meu pai parecia não saber onde colocar o seu rosto, pude perceber.

— Este é Aegon. — Ela apresentou, colocando o pequeno nos braços do rei.

— Aegon? — Alicent perguntou subitamente.

— Uma homenagem ao Conquistador, que honra, e também ao seu querido irmão. Ficamos muito agradecidos, minha filha — Viserys disse antes que Rhaenyra pudesse falar qualquer coisa.

— É claro, pai. — Ela sorriu de volta para ele, claro que nunca foi a intenção dela homenagear o irmão bêbado, mas o rei e rainha não precisavam saber disso.

— Jacaerys e Lucerys poderiam fazer uma visita ao pátio de treinamento, os príncipes devem estar lá a essa hora. Acredito que as princesas querem conhecer o castelo. — A mão do rei se pronunciou. — Os adultos têm muitos assuntos a tratar.

Ice and Fire || Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora