Ice and Fire || Aemond Targaryen

Capítulo 14 - A new hope

No outro dia quando acordei o sol já estava no alto, mesmo em um dia nublado pude notar que dormi demais, a noite decidi que não iria ainda para a Muralha, esperaria alguns dias até que meu pai mandasse algum sinal, se não eu iria. Além de que se eu fosse, Aemond me seguiria até lá, e também tinha o fato de que eu não podia fazer desfeita com a hospitalidade de Cregan. Mesmo sendo meu amigo, ele ainda era um lorde e eu precisava tratá-lo com o respeito de tal diante de sua corte. Ainda mais com o olhar inexplicavelmente rígido de meu primo me vigiando.

Pedi que alguém trouxesse o café da manhã na cama e preparasse um banho, as cenas da noite passada não escapavam dos meus pensamentos, Aemond consegue trazer o pior de mim com o seu jeito. Eu sei que é totalmente errado, mas as coisas que ele me faz sentir são... diferentes. Eu senti algo que pensei ser amor uma vez e não foi nada parecido. Não que eu ache que seja isso que sinto agora, com ele existe apenas o fogo. Meu corpo incendeia quando estou perto dele. Nada mais do que isso. Apenas queria saber o que isso significa.

Mas agora não há tempo para esse tipo de pensamento, algo ruim está se aproximando, e eu sinto que tenho o dever de descobrir o que é. O meistre de Porto Real disse que tem algo acontecendo com a Muralha, e que lugar melhor para ler sobre a Muralha se não na casa do criador dela? Teria que dar um jeito de ir à biblioteca sem ninguém para me perturbar. Fosse Aemond ou qualquer outra pessoa, mas meus planos foram atrapalhados quando saí do quarto e dei de cara com Cregan no corredor.

— Bom dia, princesa. — Ele diz fazendo uma breve reverência, solto uma risada fraca. Ele sabe que esse tipo de cumprimento não é necessário entre nós.

— Bom dia, lorde Stark. — Respondo arrancando um sorriso de seu rosto pálido. O frio realmente combinava com ele, hoje ele estava com os cabelos atados atrás da cabeça e usando roupas tão grossas quanto as do dia anterior, e graças aos deuses e a ele mesmo, eu também.

— Eu estava esperando que pudéssemos fazer uma breve caminhada, tenho alguma notícias de Castelo Negro que gostaria de lhe contar... Seu pai não voltou ainda, mas os meistres tem alguma ideia do que pode estar acontecendo. — De fato, não esperava que meu pai fosse aparecer tão rápido assim quando chegasse aqui, as terras pra lá da muralha são densas, mas a ideia de que Cregan tem informações e quer compartilhar comigo fez minha barriga formigar.

— Eu adoraria. — Caminho para mais perto dele e começamos nosso passeio lado a lado pelos corredores da fortaleza, rezei para que não encontrássemos Aemond pelo caminho. Tudo que eu queria era um momento sem a sua sombra pairando sobre meus passos. Varro seu nome dos meus pensamentos e volto minha atenção para o lorde ao meu lado. — Então, quais são as notícias?

— Na verdade, eu fui aconselhado a não lhe falar nada. Mas eu sei que você se arriscaria para tentar descobrir, e de fato, conseguiria. — Ele diz com um sorriso de canto me fazendo rir um pouco. Ele me conhece. Ele suspira e volta com o olhar sério para mim. — Você provavelmente sabe que a Muralha foi construída com magia, certo? — Assinto. — Bom, alguns dos castelos foram abatidos, suas passagens foram trancadas e, felizmente, nenhuma vida foi perdida pois estes estavam lacrados. Mas mesmo assim... — Ele conta algo do que eu já sei, mas há algo mais.

— E é por isso que meu pai foi para o outro lado? Descobrir quem está atacando os castelos?

— Sim e não. — Ele para perto do jardim se sentando em um dos bancos e me chamando. De longe pude ver algumas crianças brincando na neve recém caída. — Veja, nenhum dos castelos tem sinal de ataque, e afinal o que há para atacar? Se fosse, o que quer que seja investiria em um ponto habitado.

As palavras de Cregan fazem sentido, mas o que ele quer dizer exatamente? Ele continua me dizendo que o meistre acha que alguma coisa relacionada a magia da Muralha está rondando aquelas áreas. De qualquer forma, o meistre está lá mais para o cuidado dos guerreiros e da casa do que qualquer outra coisa, por isso não há acesso a tantas informações sobre esse tipo de coisa, por isso ele pediu para que o meistre daqui fizesse sua própria pesquisa, tentando não alarmar a Cidadela.