Capítulo 12 - The North remembers

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Algumas das minhas ideias são ótimas, e essa foi de longe a pior delas. Mas quando subi em Vermithor, a primeira coisa que pensei foi em procurar meu pai e meus irmãos, não no frio congelante que estaria fazendo aqui. A roupa que eu usava embora cobrisse todo o meu corpo não era propícia para o clima do norte, e isso graças a gentileza de Alyssane de me dar roupas de frio, mas era óbvio que o clima das Terras Fluviais não era o mesmo daqui. Vermithor voou ainda mais rápido notando meu desconforto, não pude deixar de notar isso. Eu nunca entendi muito bem a ligação entre um dragão e seu montador, mesmo meu pai sempre falando sobre isso comigo, "A ligação é como uma faca de dois gumes, quando você se fere, seu dragão se fere. Quando um montador morre, o dragão fica desolado, algumas vezes nunca aceitam um montador novo" ele me disse uma vez. Já fazia mais de vinte anos que Vermithor não era montado, me senti ainda mais grata pela escolha dele.

O sol ainda não estava no alto quando cheguei, na verdade eu tinha só um vislumbre dele, já que para esses lados o dia estava completamente nublado. Ainda estava há alguns bons metros do castelo e provavelmente não tinha sido notada ainda. Consegui enxergar Vhagar dormindo do lado de fora da fortaleza, velha preguiçosa, pensei comigo mesma. Logo me perguntei onde estaria seu montador, se ela estava ali ele não teria ido longe, afastei os pensamentos da mente, eu tinha outras preocupações agora.

Quando comecei a me aproximar, Vermithor soltou um rugido chamando a atenção dos nortenhos e acordando Vhagar, ela ficou inquieta assim que enxergou meu dragão e rugiu de volta ficando em posição de ataque. Merda.

Vermithor, acalme-se. Acalme-se! — Falei para ele acariciando seu pescoço, ele pareceu me entender, mas ainda ficamos no ar parados. Analisei o castelo que não via há tanto tempo quanto o Solar e sorri. Minha atenção se desviou para o loiro que apareceu correndo no portão principal, provavelmente por ter escutado os rugidos de seu dragão. Assim que Aemond me enxerga, ele para, fica paralisado no lugar como se não acreditasse no que está vendo. Ele parece... admirado, vejo até um vislumbre de sorriso em seu rosto, mas pode ser coisa da minha cabeça. Sorrio para ele, não um sorriso amigável, é claro, e peço para Vermithor descer. O dragão parece querer me levar para longe dali, mas obedece. Aemond fala alguma coisa para Vhagar, sem tirar os olhos de mim por um segundo, e ela volta a se deitar, ignorando nossa presença. Desço das costas de Vermithor, dessa vez com mais jeito, graças aos deuses, e vou em direção ao meu primo.

— Surpresa! — Digo com um tom de humor na voz, tento esconder que estou tremendo de frio, na verdade quase congelando, quando me aproximo dele. Ele cruza os braços e pude notar o tipo de roupas que ele usava, suas habituais roupas de couro deram lugar a roupas grossas e uma gola de pele de animal que cobria seus ombros. Não podia negar que o inverno fazia bem a ele, ele estava lindo e parecia tão... quentinho. Quase senti vontade de abraçá-lo para espantar o meu próprio frio, mas seu sorriso presunçoso que se ergueu com as minhas palavras me impediram.

Dois dias — Ele começa, o encaro confusa. — Dois dias e você não aguentou ficar longe de mim. Bom, a julgar pelo dragão e o tempo de viagem, acredito que um dia foi o bastante. — Reviro os olhos quase que imediatamente. E você conseguiu ficar dois segundos sem falar merda, penso.

— Você é um idiota mesmo. — Ele sorri e se aproxima de mim, falando mais baixo.

Engraçado, não me lembro de ouvir isso algumas noites atrás.

Eu vim pelo pai, Aemond. Se você acha que confio em você por um segundo que seja para vir até aqui está muito enganado. Onde ele está? — Pergunto, foi por ele que vim aqui, não posso me distrair com as provocações de Aemond. Ele fica rígido de repente, e desvia seu olhar de mim. Me apavoro. — Aemond, onde está o meu pai? Meus irmãos estão aqui?

Ice and Fire || Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora