Capítulo três

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        Estávamos sentados no chão do parque onde nos conhecemos, a gente devia ter uns três anos de idade quando eu roubei o sapato dele e sai correndo. Eu era idiota desde pequena, e até hoje consigo conhecer pessoas das piores formas possíveis.
          Enquanto isso estava eu e Sam olhando para o lago em nossa frente, a vista estava linda, tudo estava bonito, mas tudo isso me fazia sentir que não merecia estar vivendo aquilo. Tudo isso me fez perceber o quão solitária eu sou, não consigo ser sociável com nenhuma pessoa além de Sam, ele me faz sentir bem, me faz sentir uma das minhas melhores versões perto dele,o que às vezes me deixa a pensar que talvez posso ser um fardo para ele.
        Eu talvez nunca irei conseguir fazer mais amigos além de Sam, sempre que eu tentava eles me ignoravam ou me trocavam facilmente, o que me fez ver que sou uma completa inútil. Além de amigos, eu talvez não consiga me relacionar com ninguém, eu sou o tipo de pessoa que só tem lances casuais, nada mais além de sexo.
        Tudo isso vem à tona enquanto Sam estava devorando todas as minhas batatas fritas.
-Acho que elas eram supostamente para mim, não é ? -Encaro ele bem na hora que estava enfiando umas três batatinhas dentro da sua boca. Nós tínhamos passado no Burger King antes de vim, como ele tinha dito na ligação. Sam tinha pedido dois lanches enormes, e claro ele já tinha comido o seu e estava quase devorando o meu.
-Você falou certo, ERA seu. Mas se quiser posso te comprar mais outros pra eu comer de novo.
Dou um suspiro derrotada, ele ama pegar o que é meu, ou melhor como ele diz, ele ama pegar o que é NOSSO. Toda vez que ele diz nosso eu só lembro da figurinha que ele me manda do pernalonga comunista.
        Ele é a parte mais feliz de mim, sem ele eu nem estaria aqui. Eu o amo muito, ele realmente é como meu irmão, ele é meu Porto Seguro. Credo, que pensamentos de gay, acho que minha tpm chegou um pouco mais cedo esse mês.
       Sam continuou comendo todas as minhas batatinhas, enquanto eu só fiquei fumando e olhando pra lua, como se ela fosse resolver algum dos meus problemas.
        Queria ficar paralisada nesse momento, ficar parada e nunca mais sair, não queria voltar pra casa nem nada, tudo que estava aqui era o que eu precisava. Mas como tudo não são flores,o Sam me lembrou do maldito lanche.

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