BIP! BIP! BIP!
Mas que caralho, eu não tenho um minuto de paz nessa merda. Olha só são 7:30 da manhã, hora de ir pro inferno que chamam de escola.
Eu tento me acalmar o mais rápido possível, meu pai estava em casa, e a última coisa que eu iria fazer era ter uma crise de ódio por causa de um despertador. Ele odeia quando me vê pela manhã, então qualquer barulho que eu fizer ele acorda, o que faria ele levantar só pra ir no meu quarto me esmurrar.
Tento não me esquentar com isso e vou direto ao banheiro me arrumar, quero dizer só escovar os dentes, não tenho nenhum pouco de paciência pra ficar horas me arrumando pra quando eu sair parecer que fiz umas 10 cirurgias plásticas.
Depois do constrangimento que tive com o Sam ontem, ele me trouxe pra casa sem falar um A. Eu estava mais desconfortável que nunca pois nós sempre falamos de tudo um pro outro, e agora ele não quer me falar o que estava acontecendo? O que diabos passou com ele depois daquela briguinha?
Isso parece meio inútil pra se discutir, mas eu estava ansiosa demais pra conversar com ele sobre esse assunto.
Bem, eu já tinha terminado de fazer minha rotina matinal. Fui direto pra sala pegar minha mochila, e pra minha surpresa meu pai estava sentado assistindo mais algum programa inútil de futebol americano. Seus olhos estavam focados demais na TV, então peguei minha mochila sem fazer nenhum barulho.
-LILI!- Ele grita meu nome no mesmo momento que estava indo abrir a porta. O susto me faz esbarrar em um lixo do lado da porta. Ótimo! Mal tinha arrumado a casa e ele conseguiu encher duas sacolas de lixo.
-Antes de ir, leve os lixos. E vou te dizer pela última vez, EU NÃO QUERO VER SEU ROSTO PELA MANHÃ!- Seus olhos me encaravam com fúria, a bebida que estava em sua mão é lançada em minha direção, e por uma bela sorte eu desviei bem na hora, o que fez a garrafa de cerveja ficar em pedaços no chão.
Eu não sabia que ele estava aqui na sala, não tinha culpa sobre isso. Se soubesse estaria trancada no meu quarto esperando ouvir barulho da porta da sala se fechando. Eu não aguento mais ser a culpa de tudo.
-Sinto muito, mas eu não tenho bola de cristal pra saber que você estava aqui na sala- É eu sei, eu acabei de fazer a maior merda do dia.
Ele não dá nem tempo para eu respirar e vem correndo em minha direção, seu ódio por mim era tão notável que qualquer um que não nos conhece perceberia. Antes de eu conseguir me defender de algo, ele pega em meu pescoço e começa a me enforcar, me jogando direto para a parede. Meus olhos estavam arregalados e meu corpo estava paralisado.
-Olha aqui sua vadia. Se você me desafiar de novo desse jeito, eu vou te matar. -
Por um momento pensei em pedir pra ele fazer isso.Era ridículo, mas eu queria que ele fizesse isso antes que eu mesma fizesse.
A única coisa que eu não tinha no momento era força para dizer algo, não conseguia causar mais discórdia, então o que me resta é assumir a culpa.
-Des.. Cul...pa.- Minha voz saiu falhada.
-Não quero a porra das suas desculpas.
Antes mesmo dele dizer outra coisa, ele solta minha garganta e me dá um murro no meu estômago.
Sinto mais falta de ar, sinto meus órgãos sendo esmagados. A dor me domina, meus olhos estão lacrimejando, minhas pernas não me correspondem mais. Eu tinha caído no chão segurando minha barriga, eu não conseguia olhar nos olhos dele, nem que se me dessem um milhão agora.
-Levanta,sua puta! E quando voltar arrume toda essa bagunça que você fez. Agora,VAI EMBORA!
Eu tirei forças de onde eu não tinha pra conseguir levantar, sentia todo meu corpo doer. Enquanto tento me levantar ele vira as costas e volta a se sentar no sofá. Eu não
tinha forças pra tentar desafiar ele mais ainda pra acabar me matando, então resolvi só pegar as coisas e ir direto pro estacionamento do prédio.
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Sem esperança
Truyện Ngắn"Não quero a porra das suas desculpas" Lili uma garota de 20 anos que tenta viver, mas ela está cansada de tudo e todos. Sam seu melhor amigo tenta fazer de tudo para te-lá por perto. Um história curta, sobre como Lili tenta lidar com seus traumas...