Parte 1

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Pov. Prapai

- Boa tarde, mãe. Foram seis meses dessa vez. Confesso que eu achei que não conseguiria voltar a tempo, mas aqui estou eu. Dezesseis anos hoje, não é?

Coloquei o buquê de flores no vaso instalado na lateral da lápide dela e sorri para o imenso buquê de flores frescas no outro vaso.

- Vejo que papai passou por aqui. Tio Arm me disse que eles foram para a Coreia, então eu imagino que ele conversou com a senhora e deixou as flores antes da viagem. Ele é adorável, não é? Mesmo Kinn consegue ser fofo, às vezes, e eu o amo também. Tenho certeza que a senhora também iria amá-los se os tivesse conhecido.

Suspirei e me sentei na grama mesmo. Passaram-se tanto tempo desde que eu havia visitado ela, mas, eu realmente não tinha muitas novidades para dizer.

- Me desculpe, mas, nada mudou muito nesses seis meses. Eu continuo trabalhando bastante na transição da empresa. Meus pais continuam loucos um pelo outro e ainda mais quando eu estou envolvido. Tio Kim e Porschay ainda viajando por aí em lua de mel disfarçada de turnê. Tio Vegas ainda matando qualquer um que irrite o tio Pete. Ah, sim, eu soube que Venice está namorando. Não conheço essa alma infeliz que concordou em ser parte da família do tio Vegas, mas, deve ter muita coragem e eu já o admiro. Ainda não falei com Yangmei, mas imagino que esteja bem. Todos eles foram para a Coreia essa manhã. Menos tio Khun. Ele ficou na mansão com os tios Arm e Pol. Papai deve ter confundido os dias novamente, então não ficaram para me receber. Mas tudo bem, eles voltam em alguns dias.

Ouvi o barulho de um trovão e olhei para cima, percebendo o tempo mudando drasticamente. No lugar do sol forte a alguns minutos atrás, agora havia uma densa nuvem escura de chuva e muitos raios iluminando-a.

- Tenho que ir, mamãe. Eu volto no final de semana, está bem? Vou visitar a vó Jay antes de chover. - outro trovão, dessa vez mais alto e eu desisti da ideia. - Está bem, eu vou direto pra casa. Não se preocupe, eu estarei seguro. Vou dirigir devagar.

Me despedi da minha mãe e sai quase correndo para o meu carro porque havia começado a chover. Fiquei ainda alguns minutos com o carro desligado enquanto me enxugava em uma toalha e ligava o aquecedor. Depois de enxuto, dei partida e dirigi para casa.

A chuva, além de estar forte, também vinha de todas as direções graças ao vento. Algumas ruas estavam congestionadas também, o que me fez levar o dobro do tempo para chegar e quando finalmente entrei na rua da mansão já era noite e, aparentemente, havia acontecido algo com o fornecimento de luz porque boa parte da rua estava no escuro.

Eu diminuí a velocidade, apesar de os faróis me ajudaram a ver relativamente bem, apesar da escuridão à minha frente. O que pareceu ser uma escolha fantástica quando uma pessoa surgiu do absoluto nada e eu precisei desviar para não bater nele com o meu carro.

Infelizmente eu bati contra o muro e, apesar de estar devagar, ainda causou prejuízos.

Ótimo.

Ao menos o carro e o muro eram meus.

E a luz havia voltado.

Antes mesmo que eu fizesse qualquer coisa, alguns dos seguranças surgiram para ver o que tinha acontecido. Apesar da chuva forte, eu saí do carro e os mandei levá-lo para dentro e fui tirar satisfação com o idiota que quase foi atropelado e que agora estava sendo encarado dos homens de preto.

Ele parecia muito jovem e aparentemente muito magro sob aquelas roupas completamente encharcadas de chuva. Ele poderia estar chorando, mas era difícil de saber. Aqueles tremores poderiam ser de choro, de frio ou de estar à frente de três homens enormes. Mas ele não falava nada. Sequer se movia para longe deles em qualquer mínimo ato reflexo. Ele estava simplesmente parado ali, em pé e de cabeça baixa.

KinnPorsche e o não namorado do PrapaiOnde histórias criam vida. Descubra agora