Capítulo 3 - Passado ancestral

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No início do século 13, um jovem francês treinava em meio a seus irmãos da ordem, a eles lhe foi infundido o dever de proteger os cristãos que caminhavam para a terra prometida e para isso precisavam sempre estar aptos a tal dever, em corpo e mente.

— Comecem! — era dada a ordem pelo recém-nomeado líder da ordem templária, Teobaldo Galdino.

Duas fileiras de recém-alistados ficavam frente a frente com espadas e escudos em mãos, um pé na frente e outro atrás e logo disparavam contra seus oponentes a sua frente. Analisava, Galdino, os recrutas os rodeando enquanto gritava conselhos que mais pareciam ordens quando algo lhe chamou a atenção, um dos recrutas não atacava e apenas se defendia dos golpes de seu companheiro.

— Podem parar aí vocês dois, mas o resto continue! — o grão mestre de estatura alta e atlética se aproximava com um rosto de poucos amigos quando indagou ao jovem defensor o porquê só defendia.

— D-desculpa senhor, mas não quero ferir um dos meus irmãos, mesmo que seja apenas um treinamento. — O jovem dizia encolhido como se já esperasse uma represaria.

— Hahahaha! Quanta honra meu rapaz, fico feliz em saber que a ordem possui alguém de tão bom coração — Colocou a mão no ombro do jovem — Seu nome combatente.

— Tiago, Senhor, Tiago de Molay.

O rosto do homem via a bondade daquela criança, mas sabia que bondade não era algo muito útil no campo de batalha, e assim seu olhar ficou firme novamente.

— A bondade é um traço muito importante para um templário jovem, mas saiba que seus inimigos não vão corresponder-lhe esse sentimento acho que isso vai te ensinar um pouco, vocês 2 se juntam ao oponente de Tiago na luta.

O homem falava com uma dupla que treinava ao lado, Tiago ficou de queixo caído com a atitude de seu superior enquanto este se despediu do garoto para voltar ao posto de observador, e naquela tarde o homem se surpreendeu com a visão de 3 jovens desacordados enquanto Tiago segurava apenas sua espada sem fio enquanto ofegava pelo confronto.

Um sorriso surgiu no rosto do grão mestre — Espero grandes coisas de você Tiago!

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De volta para o campo de batalha, Cavaleiro e Saci se encararam quando o brasileiro quebrou a tensão estendendo a mão para um cumprimento. As pessoas na plateia ficaram apreensivas com a atitude do mesmo já que o sinal da luta já tinha sido dado e ele apenas abriu uma brecha para um golpe.

— Que tenhamos uma luta divertida amigo! — dizia Saci com a mão extendida e um sorriso amigável no rosto, e para a surpresa geral o cavaleiro aceitou o gesto com um aperto firme de mão para logo depois se virar e caminhar um pouco para o outro lado da arena.

— Esse garoto não aprende mesmo... — dizia uma voz feminina adentrando o camarote de Boto, este que sorriu em ver a senhora dos pântanos se sentar na outra poltrona do aposento.

— Cuca, é bom lhe ver de novo, continua ótima como sempre — dizia o homem de terno rosa servindo vinho na outra taça.

Apesar das faixas cobrindo metade da face pra baixo, a expressão era de lisonjeada — Você nunca muda, mas estou longe do meu ápice. Mas deixemos isso pra depois, lá vai ele!

Se virando boto viu o cavaleiro sacar uma espada muito maior do que de qualquer cavaleiro que já viu antes e assim disparar como um vulto em direção ao Saci que se por breves segundos viu a morte em sua frente.

O rachar do ponto de partida do cavaleiro não se comparou com a destruição causada pelo impacto da lâmina no solo quando Saci desviou por pouco e assim metade do cemitério foi desmoronado com um único golpe.

Halloween Noite de Mil ContosOnde histórias criam vida. Descubra agora