Capítulo XIII

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Neji estava ficando impaciente. Ele havia passado as últimas semanas fazendo o de sempre: caçando, disputando concursos de quem comia mais, levando uma das garotas da aldeia para jantar. Mas ele se perguntava quando Sasuke enfim retornaria.

Fugaku se fora havia muito tempo. Ele não voltaria para incomodar Neji e quando Sasuke retornasse de onde quer que estivesse, o caminho para se casar com ele estaria livre. Sim, tudo daria certo, pensou enquanto ia até a taverna para sua dose diária de bebida e adoração. Ele só precisava que seu futuro esposo voltasse logo para casa. E que Lee parasse de falar.

O companheiro assiduo de Neji estava, mais uma vez, balbuciando sobre Fugaku, o que dificultava para Neji deixar o momento no passado.

_Uau, isso é um problema - disse Lee. - Mas pelo menos não estamos amarrados a uma árvore no meio do nada, certo? Sabe, não é tarde demais. Nós podemos simplesmente buscá-lo.... - Neji não respondeu. Lee pressionou -  É que toda vez que eu fecho meus olhos imagino Fugaku abandonado. Então, quando os abro, ele está.... - Sua voz sumiu quando Neji abriu as portas da taverna e eles encontraram Fugaku lá dentro. - Oh, engraçado, eu ia dizer "morto" - finalizou Lee com a voz falhando.

Fugaku estava cercado pelos frequentadores tradicionais da taverna, incluindo o oleiro jean e père Robert. Além de um nariz vermelho, ele parecia não ter sequelas, e era claro pelos punhais que os aldeões apontavam para Neji que, passada a sua provação, ele estivera bem o suficiente para contar a todos o que tinha acontecido..

_Neji - disse Jean, com a voz séria. - Você tentou matar Fugaku?

Neji sabia que tinha poucas opções. Ele podia lutar, o que era sua resposta comum. Ele podia correr, mas aquela opção era covarde e lhe dava arrepios. Então, após uma rápida olhada ao redor. decidiu escolher uma terceira opção: negar, negar e negar. Engessando um sorriso acolhedor no rosto, avançou rápido na direção de Fugaku, que estava com os braços cruzados.

_Oh, Fugaku - começou Neji. - Graças aos céus. Passel os últimos cinco dias tentando encontrá-lo. Por que você fugiu para a floresta nessas condições? - Enquanto suas palavras ressoavam pelo salão, os aldeões reunidos ficaram confusos, sem saber em quem acreditar.

_O quê? - disse Fugaku, incrédulo. Ele balançou a cabeça. - Não! Você tentou me matar! Você me deixou para os lobos! - Neji colocou a mão no peito como se as palavras de Fugaku o tivessem ferido.

_Lobos? Do que você está falando? - perguntou ele. Neji olhou para os aldeões e revirou os olhos como quem diz. - Vamos mesmo voltar a esse ponto de novo? Vocês vão mesmo acreditar neste homem? - Ele tentou não sorrir com presunção quando a maioria deles retribuiu o revirar de olhos.

_Os lobos que estavam perto do castelo da Fera - respondeu Fugaku, com sua voz aumentando e contribuindo com a aparência lunática.

_Está certo - disse Neji com condescendência. - Há uma besta em um castelo que de alguma forma ninguém nunca viu? - Fugaku hesitou. Olhando ao redor do salão, ele viu que todos esperavam por sua resposta.

_Bem... sim - respondeu ele, por fim.

Neji tinha Fugaku e todos os outros exatamente onde queria. Como quando encurralava sua presa nas caçadas, ele colocou Fugaku na defensiva, como se soubesse que seu tempo estava acabando. Devagar, Neji balançou a cabeça,

_Uma coisa é delirar nas suas ilusões - comentou ele. - Outra coisa é me acusar de assassinato. - Para sua surpresa, foi père Robert, e não Fugaku, quem se posicionou. O padre deu um passo à frente de Fugaku na defensiva. Então olhou para a multidão reunida.

_Ouçam o que tenho a dizer, todos vocês - clamou o padre. - Este é Fugaku, nosso vizinho. Nosso amigo. Ele é um bom homem. - Neji tentou não rir. Ele mesmo não teria montado um cenário melhor para o golpe final.

The Beauty And The Beast - NarusasuOnde histórias criam vida. Descubra agora