Esse sonho, realmente... Melhor me levantar e jogar embaixo do chuveiro. Essa tem sido minha rotina, sonhar, adorar o sonho, até demais, levantar, tomar um banho beeem gelado, me arrumar e descer, pois é bem isso que farei agora. Está acabando com minhas forças, permanecer longe de Tris dessa forma. Preciso dela em meus braços, para acariciá-la. Não queria admitir, mas acabo de perceber, que sou ROMANTICO! Não acredito! kkk .. nunca fiz esse perfil. Além disso, estou com uma dor de cabeça horrível, por causa da bebedeira de ontem. Tenho que me lembrar, de não beber assim nunca mais!
Fui ao banheiro, tomei meu banho, me vesti e desci. Precisava colocar algo no estômago, para ver se minha ressaca, dava uma aliviada.
Entrei no refeitório e encontrei Zeke com seu irmão Uriah, que acenaram para mim em harmonia.
" Que cara é essa, Quatro?"
" Culpa sua filho da mãe! Rs! Você me deve uma Zeke!"
" Culpa minha, por que? Você bebeu sozinho, cara! kk"
" Tá, tá, tá! Acabou!"
Começamos a rir de nossa conversa sem sentido. Então mudamos de assunto. Mas após alguns minutos, me lembrei que tínhamos mais sessões de treinamento do medo.
" Tenho que ir, tenho simulações no cenário do medo"
" Boa sorte, cara"
Eu me levanto e saio da mesa do refeitório, e me encaminho para as salas onde ficam os treinamentos dos cenários do medo.
Começo então, as sessões e chamo TRIS. Ela entra e se senta silenciosamente, com feição de pânico. Não gosto de vê-la assim. Tentando acalmá-la falo com carinho.
" É apenas uma simulação, Tris"
Ela acena com a cabeça positivamente e fecha seus lindo olhos azuis. Pego o soro e injeto em seu pescoço. Qualquer contanto com sua pele, para mim é um deleite! Terminando de injetar, me viro para o monitor, para ver sua próxima paisagem do medo. Vamos ver se ela se sairá bem, dependendo de como for, não será mera coincidência.
Começa com ela na caverna, próxima do abismo, os iniciantes estavam ao redor dela, com braços cruzados e expressões vazias. Ela procura por alguém no meio deles, e começa a se mover em direção a Christina. Mas eles continuam em um puro silêncio.
Ela vê seu próprio reflexo. Ela toca seu reflexo, então sente o que parece ser um vidro. Ela olha para cima, e percebe que está em um painel de vidro. Ela começa a tentar empurrar a caixa para forçar uma saída, mas não tem sucesso. Ela está presa!
Então de repente, eu apareço na frente do vidro e bato nele. POR QUE ESTOU NA PAISAGEM DO MEDO DELA? Minha imagem sorri de uma forma presunçosa e aponta para seus pés. Começou a surgir água dentro da caixa. Ela começa a procurar da onde vem a água. Minha imagem apenas encolhe os ombros e se junta ao restante dos novatos. A água começa a subir rápido, e ela começa a bater contra o vidro, com seus punhos.
"Ei! Deixe-me sair daqui!" Ela diz desesperada.
A água, agora está em sua cintura, e ela começa a praticamente, esmurrar o vidro.
"Tirem-me daqui!" Ela quase chora ao dizer. Olho para seu corpo na cadeira, e ela está se mexendo bastante. Ela continua a olhar para todos e vê Christina e Peter, cochichando um no ouvido do outro e rindo.
"Socorro! Por favor! Por favor, me ajudem!" Ela grita ainda mais alto, Clamando por ajuda, que com certeza, não virá deles.
A água sobre rapidamente a ponto de em poucos segundos, seu corpo estar, completamente submerso.
Ela mergulha e começa a chutar mais forte o vidro. Ela tenta gritar, mas não consegue, sua boca de enche de água. Ela bate de novo na parede, e então vê uma rachadura no vidro. Repete o movimento e depois chuta, o painel de vidro se estilhaça a empurrando para frente, para o ar novamente.
Não é possível, ela não poderia rachar aquele vidro, aquele vidro não racha. Ela deveria procurar uma forma de bloquear a água de subir, e não quebrar o vidro. A não ser .... Não pode ser .... A não ser que ela seja uma divergente! Ela precisa tomar cuidado, eu não farei nada contra ela, ao contrário, a protegerei, com tudo que eu tiver. Mas as demais pessoas, se descobrirem a matarão. Matarão minha Tris. E isso eu JAMAIS, irei deixar.
Ela se senta ofegante na cadeira e me encara. Mas dessa vez, eu não me aproximo para ampará-la, não por mal, mas estou em choque. Gostaria que ela contasse para mim, pois só pode ser isso. DIVERGENTE.
"O quê?" Ela me olha chocada
"Como você fez aquilo?"
"Fazer o quê?"
"Quebrar o vidro."
"Eu não sei."
Pelo visto, ela não vai me falar! Que frustrante! Ela não confia em mim, mas mesmo assim irei a proteger. Ofereço minha mão, ela balança a perna do lado de fora da cadeira e se levanta com firmeza segurando minha mão.
Tenho que tirá-la daqui. então respiro fundo, pego o seu cotovelo e saio arrastando-a apressadamente pelo corredor. Tirá-la dali era primordial. Ela para puxando abruptamente, seu braço. Eu não a entendo, não falo nada. Mas estou explodindo. COMO ELA PODE FICAR AQUI PARADA, SABENDO QUE SUA VIDA PODE ESTAR CORRENDO RISCO? POR QUE ELA PAROU? Ela me olha profundamente e lança sua pergunta.
"O que foi?" Ela quase grita.
Eu não aguento mais, preciso saber. Isso explicaria muita coisa, inclusive seu tempo record na primeira sessão. Três vezes melhor que os demais. Então aí vai.
"Você é Divergente," .
"O que é Divergente?"
"Não se faça de idiota. Eu suspeitei da última vez, mas dessa vez é óbvio. Você manipulou a simulação, você é Divergente. Eu vou deletar a gravação, mas ao menos que você queira acabar morta no fundo do abismo, você vai descobrir uma forma de esconder isso durante as simulações! Agora, se você me der licença."
Ela está me dando nos nervos. Preciso entrar logo no sistema e deletar a simulação. E Preciso fazer isso Agora. Ando de volta para a sala, bato a porta atrás de mim.
Vou diretamente ao computador e assisto mais uma vez. Realmente, isso o que ela fez, foi incrível! Ela é incrível! E ainda descobri que ela é como .. Ela é como ... Como... Eu... Isso ... Ela é como eu. Sou divergente! Não posso deixar que ninguém me descubra e muito menos a ela. A menina que eu aprendi a amar em tão pouco tempo. Uma menina extraordinária. Todos a subestimam por seu físico frágil, mas não sabem com quem estão lidando. Eu já achava que ela era forte, quanto mais agora, sabendo de sua divergência!
Então, entro no centro operacional do projeto, e deleto da matriz de visualização de imagem. Dessa forma, ninguém poderia recuperar a filmagem de Tris.
TRIS, VOCÊ REALMENTE É UMA CAIXINHA DE SURPRESA, QUE EU FAREI QUESTÃO DE ABRIR!
