Capítulo 4

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-S/N-

  
  Tive uma noite difícil, não sinto mais receio daqueles homens, pelo menos, não por agora, minha mente só repassa a última cena da noite, a tonalidade de Emma, ela estava magoada comigo.

  Emma é a única pessoa confiável que eu tive em minha vida, eu temo perdê-la mais do que eu temo a morte. Ao mesmo tempo que consigo imaginar uma vida sem ela, sei que é quase impossível.

  Logo de manhã eu resolvo passar em sua casa, e me perdoar pelas minhas ações noite passada. E talvez, fazê-la cancelar o maldito encontro.

***

  Depois de uma longa caminhada, chego a sua casa.
É um belo local, um sobrado, que sua mãe deixou como herança.

  Ao bater na porta repetidamente, uma de suas empregadas atende.

  - S/N? Como vai, meu bem? - Diz a senhora, com uma voz cansada.

  - Eu estou bem, senhora, onde está a Emma? - digo rápido e extremamente preocupada.

  - Um homem bonito veio buscá-la agora pela manhã. Porque? - A senhora diz arqueando levemente a sobrancelha.

  Eu sinto meu coração parar, já sei quem é o homem. Eu pensei que eles se encontrariam de noite. Que merda Emma, será que ela fez isso por raiva de mim?

  - Nao é nada! Muito obrigada, senhora. - viro e saio correndo, sequer escuto o que a senhora disse depois de mim.

  Eu estudei muito aqueles homens noite passada, esses são mais insanos do que eu pensei. Todos são mensageiros fatui, só o Dottore tem histórico de tortura, necrofilía, homicídio e tráfico humano. O Tartaglia, já é conhecido por alguns, tentativa de terrorismo e genocídio aqui em liyue. Os outros, Scaramouche e La Signora, não achei nada sobre.

  Se a minha amiga estiver na mão de um deles, nada garante que ela esteja viva no próximo amanhecer.

***

  Já estava escuro, não achei Emma em lugar nenhum da cidade, eu passei o dia inteiro sem comer e andando por aí, ultrapassei meus limites físicos hoje, mas eu não me importo. Depois da morte de meus pais, Emma foi minha irmã e minha mãe, ela é minha família, ela já se meteu em muitas encrencas para me defender, eu não posso deixar ela agora!

  Finalmente vou a delegacia, planejo passar a noite lá se for necessário. Abro a grande porta da delegacia ofegante e com os olhos marejados. Logo um sargento de pele mulata vem falar comigo.

  - Senhora, está tudo bem? - Ele diz calmamente, provavelmente já acostumado com esse tipo de situação.

  - Quero abrir um boletim de ocorrência. - fecho a grande porta com velocidade, e caminho para o balcão sem me preocupar com o homem.

O homem me acompanha e me pergunta o motivo.

  - Minha amiga está desaparecida, já sei quem é o culpado. Ele tem um longo histórico criminoso, o que me preocupa mais ainda! - afirmo, dessa vez, olhando nos olhos do senhor. Evito falar que foi essa manhã, pois já conheço as regras, só é considerado desaparecimento após 24 horas.

  O homem me olha inclinando levemente a cabeça para o lado, quase me perguntando quem era. Mas eu sou mais rápido e digo primeiro. - Tartaglia - O homem arregala os olhos pretos.

  - Guardas! Tirem essa mulher daqui! - Após a fala, sinto meus braços sendo agarrados. - Se falar disso para alguém você morre! Esqueça sua amiga, ela já deve estar morta. - Ele continua, e todas as lágrimas que eu segurava, descem pelo meu rosto pálido.

  Eles me jogam na rua, eu automaticamente me curvo em posição fetal e choro, provavelmente mais do que no funeral de minha própria mãe.

  Aquele homem nojento já comprou a policia? Ou ela só tem medo de se meter com eles? Eu não me importo. Vou até um bar que avisto na outra esquina, chegando lá, peço uma garrafa de cachaça, e me sento em uma das mesas vazias. Meus planos agora são beber sem parar e pensar em uma solução irracional.

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Obrigado a todos que chegaram até aqui!!

 

 

Imoral  [Scaramouche X Leitora]Onde histórias criam vida. Descubra agora