Imoral [Scaramouche X Leitora]

Capítulo 10

-Scaramouche-

- Essa mulher não tem a capacidade mínima de fazer qualquer coisa que preste. - murmuro comigo mesmo, caminhando para fora do hotel.
Entretanto não há mais nada que possa fazer, o diabo do Capitano mandou arrumar a porra de uma noiva, e foi isso que eu fiz. Irei precisar ainda mais dela no futuro, ninguém jamais vai duvidar ou se opor a uma mulher tão sonsa igual a ela.

Dou passos largos, logo adentrando uma carruagem que me espera com um dos submissos de Ajax. Eoquin, um garoto de 20 e poucos anos, magrelo e com traços visíveis de abuso.

Senhor, diga minuciosamente sobre a reunião com Ayato, ordens do meu superior. - Diz Eoquin com a mesma cara de um maldito robô, dizem que ele é confiável por inúmeras vezes qual fez laços poderosos com Tartaglia, jamais irá se opor a quem segura sua vida nos dedos, mas mesmo assim, essa cara não me engana.

Tcs, Não consegui nada. - Reviro os olhos, os destinando a visão da janela da carruagem.
- Ele não confia em mim, não confia em ninguém. Ele sabe quem eu sou, agora entendi por caralhos queriam uma noiva. A putinha vai ter que descobrir pela a irmã burra dele, acertei? - O mais novo olha pra mim com a mesma cara ilegível.

Ela não pode descobrir que faz parte desse plano, senhor. - O mlk diz sem sequer piscar. Porra, ele dá mais medo que eu. - Ganhe a confiança dela ou encontre alguém que tenha tal confiança, você vai precisar disso depois. - ele finaliza e eu permaneço em silêncio.

O tempo é estranho, uma noite estranha. Odeio Inazuma, e odeio ainda mais pensar que terei que ficar aqui até essa missão acabar. Me pego pensando coisas fúteis enquanto Eoquin faz anotações com seu bloco de notas, provavelmente oficializando nossa conversa. Eu tenho essa mania de devaneio, talvez tenha puxado isso da minha criadora, sempre pensando coisas que já não nos pertencem ou nunca nos pertenceram.

Mas em meio desses devaneios lembrei de uma garota, a qual tem toda confiança da minha noiva, Emma. Não sei se a desgraçada está viva, mas só ela vai poder convencer S/N a fazer tudo isso que eu preciso.

A carruagem para em frente a um prédio antigo, Eoquin desce sem sequer olhar para trás.
Acendo um cigarro, e também deixo minha carona.
- Essa vai ser uma merda de noite - disse enquanto a olhava partir.

***Quebra de tempo***

Mais uma vez na casa do Kamisato. Vim sozinho dessa vez, é algo bem mais longo que uma apresentação. Já conversamos por horas, resumindo, conversamos sobre negócios, minérios, armas, servos, entre outros.

Scaramuche, você é realmente um homem admirável, sua índole e preocupação com seus funcionários é realmente de grande importância. - Ayato desvia o olhar e hesita por alguns segundos. - Mas, temo que não seja possível te ajudar, pelo menos não por agora. Nunca tivemos muitas informações sobre você, e as que conseguimos são muito frágeis e superficiais. Provavelmente esse processo irá demorar alguns meses. - Ele finalizou com a mesma frase que eu previa.
Vim aqui pra juntar nossos exércitos, descobrir seus segredos e depois massacrar ele, tomando seu império, seus soldados, sua riqueza e seu poder. Sabia que isso não seria possível por agora, mas também sei que isso será possível quando S/N entrar na jogada.

Pensei em várias estratégias. Ela poderia ser amante dele, mas que homem confiaria em uma mulher que não se compromete nem sequer a lealdade de um casamento. Pensei em colocá-la como uma de suas funcionárias, mas ela é burra demais, vai ser executada muito fácil. Uma concubina também era uma opção, mas a estratégia escolhida foi usar a senhorita Kamisato como isca, fazendo elas virarem melhores amigas.
Depois, irei trazer Emma para a jogada, onde ela vai contar tudo que aconteceu e também os segredos da Ayaka. Xeque-mate.

- Tudo bem, Kamisato. Eu entendo sua preocupação, mas ficarei aqui na cidade pelos próximos meses e te ajudarei no que for preciso. - Falo com um sorriso, meu puta teatro de sempre.

O homem sorri de volta pegando minhas mãos e as apertando. - Farei o possível para tornar nossa aliança realidade.

  ***Após essa discussão fomos caminhar durante a manhã enquanto ele me mostrava a cidade.

-S/N-

Estou deitada na cama, babando no travesseiro. Abro apenas um olho, apenas para ver se é dia. Não é.
Estaria tudo escuro se nao fosse uma vela na cômoda ao lado, iluminando o homem de pálido, e puta merda, que homem gostoso.

Ele está com o cabelo úmido sobre seus ombros, sentado ao meu lado na cama sem camisa enquanto segura um livro que eu não consigo reconhecer em uma mão, e na outra um cigarro, sua pele branca em contraste com seus cabelos escuros e a luz amarelada da vela, que cena de filme.
Após dar uma tragada ele escora a mão com o tabaco em mim, como um cafuné.

- achou que eu fosse dormir no chão, vadia? - Ele fala sem nem olhar para mim. Porra, tinha esquecido por um minuto que da boca dele só sai merda.

- você dormiu um dia inteiro, não se acostumou com o fuso horário ainda? - O maldito retruca mais uma vez.
Respiro fundo e rolo pro chão levando um belo tombo, mas honestamente estou cansada demais para levantar e ir para outro lugar.

- a minha utilidade já acabou, não é? Então eu vou dormir até você achar outra coisa para eu fazer. - finalizo me aconchegando no chão ao lado da cama.

- te levarei para ver Emma amanhã de manhã, ela ainda é uma escrava, não se empolgue. Mas resolvi permitir que converse com ela para maior rendimento do trabalho de ambas. - Assim que ouço essas palavras saírem de sua boca eu pulo imediatamente para perto dele e pergunto incrédula: - É sério? Onde ela está? E como assim trabalho de ambas? Ela também está trabalhando?

- Cala a boca, cadela. Amanhã você vai descobrir, e é melhor não se empolgar, já disse que é para rendimento do trabalho. - Ele finaliza irritado, batendo seu livro na cômoda com a vela a apagando com o impacto.
- Me deixe dormir e esteja pronta pela manhã, não me deixe um minuto sequer esperando!

***

OI, mil desculpas pela demora, realmente tava com preguiça de postar. Não sei se ficou bom, fiz nas presas e nem corrigi nada, então passem um pano para mim.. obgg