Capítulo 5

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- S/N -

  São 1:24 da manhã, eu estou alcoolizada e brigando com o atendente do bar que se recusa a me vender outra garrafa de cachaça. Jogo o dinheiro na cara dele, sem contar qual era a quantia que eu devia, ou quanto eu tinha jogado nele. Vou cambaleando pelas ruas de Liyue, até passar a frente daquele mesmo bar chique de ontem. Tartaglia não está, nem ninguém, apenas o arrogante homem de cabelos púrpuros com alguns outros engravatados. Eu já estou chapada demais para pensar em uma solução sólida e racional.

  O pai de Emma é um velho egoísta, totalmente fútil, vai agradecer quando souber que a filha está morta e não terá que sustentá-la mais. Eu não tenho dinheiro para um detetive particular, e pelo jeito, ninguém se mete com esse tipo de gente. Mas adivinha, eu me meto!

  Entro no bar com passo pesados, Scaramouche não tira os olhos de mim, com o mesmo sorriso de ontem, fala alguma coisa para os acompanhantes, provavelmente sátira. Eu me apresso e dou um tapa em sua mesa, quebro uma taça em minha mão, dói, dói muito, mas eu estou muito irradiada para ligar para isso. O homem arregala os olhos e gargalha.

  - Oh, o show de ontem já não foi suficiente, gracinha? - Assim que ele termina frase os outros gargalham e sussurram.

  - Porque você não vai se fuder? Onde está o Tartaglia? - Ele arqueia a sobrancelha ainda mantendo seu sorriso intacto.

  - Porque não resolvemos isso lá fora, gracinha? - Ele pergunta, quase parecendo uma pessoa centrada.

  - Cala a sua boca e não me chame de gracinha! Onde ele está?? - Na minha última frase eu aumento o tom de voz, o que faz ele fechar o rosto na hora. Ele agarra meu braço e me arrasta para uma sala no fim do bar, bate a porta de modo ensurdecedor, e diz de forma grosseira:

  - Eu não sei onde aquele merda se enfiou. Eu tenho coisas para resolver, e eu acho melhor você sair daqui antes que eu perca minha completa noção! - Afirma.

  - Ele sumiu com a Emma, eu acho bom você dar um jeito de trazer ela de volta!! - Eu falo em tom mais baixo que ele, mas de forma rude e mandona.

  - Se não o que, sua cadela? - Ele diz e eu percebo o quão burra eu acabei de ser.

  Ele pega a minha mãe ensanguentada, com seus dedos ele abre ainda mais o corte, fazendo-me gritar, mas ele contém os gritos com a outra mão. Ele enfia os dedos na minha carne e a mexe como um macarrão instantâneo.

  Reviro os olhos em agonia e mordo sua mão, mas ele sequer nota, ele está vidrado em me torturar. Ele gospe na enorme abertura em minha mão e diz:

  - Quando trombar comigo novamente, eu repetirei esse processo na sua garganta. - Me joga aos cantos e sai com um enorme sorriso no rosto.

  Eu me contraio no chão com dor, ele tinha levantado quase toda a carne na palma de minha mão, eu terei sorte se ela não atrofiar. Eu mal consigo pensar, minha visão está embaçada de lágrimas. Depois de uns 40 minutos de agonia ele volta, dessa vez com uma gase e um produto químico que não consigo identificar.

  Ele me levanta pelo braço, e joga o produto na minha mão, sinto-a latejar, mas logo depois ele começa a enfaixar diminuindo um pouco a agonia.

  - Eu sei onde ela está. - Afirma calmamente agora, e eu finalmente sinto meu coração voltar a bater.

  - Case-se comigo e eu a levarei até lá! - Ele fala enquanto faz um nó na gase.

  - O que?!? Você é louco?!? Olha o que você acabou de fazer! - Eu digo chocada, eu esperava de tudo, menos um pedido de casamento vindo desse maluco.

  - Infelizmente, eu preciso de uma mulher para a próxima missão, e você não poderá entrar naquele lugar sendo só minha "conhecida". - ele fala arrumando sua gravata.

  - Vamos? - Ele pergunta, e antes do "não" se formar na minha boca ele diz:

  - Essa será sua única chance de encontra-lá. - O que, Infelizmente, me fez abaixar a cabeça e o seguir.


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Obrigada por chegar até aqui <3

 

Imoral  [Scaramouche X Leitora]Onde histórias criam vida. Descubra agora