Cap.5

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Não demorou muito para que chegássemos até a cozinha que era pequena, mas aconchegante, até me lembrou quando eu ia pra casa dele e ficávamos na cozinha conversando ou cozinhando alguma coisa quando os pais dele não estavam em casa. Um grupo de pessoas até que bastante diversificados estava ali e nos cumprimentou. Tinha de tudo, negros, brancos, pessoas Trans e etc. O que se olhar de fora parecia ser muito bom, se eu não soubesse a verdadeira intenção dele com aquelas pobres pessoas.
— Esses aqui são os novos membros do culto, sejam gentis com eles.
— Sim senhor- Um rapaz de cabelos loiros disse, ele parecia ser um pouquinho mais novo que eu pelo menos.— Olá, me chamo Samuel e vocês são?
— Eu sou Cassie, esse aqui do meu lado é o Henrique, um amigo muito próximo meu- Digo.
— Prazer em conhecê-los- Disse enquanto pegava algo no forno, que tinha um cheiro muito bom. Eram biscoitos, ele colocou em cima da mesa.— Eu fiz para nós, geralmente comemos depois que conversamos.
— Parecem estar bons- Mike disse olhando os doces recém saídos. Ele ama doces ou algo relacionado a isso.
Então a mesma mulher que veio nos recepcionar apareceu na porta.
— Ele está nos esperando na sala.- Disse e saiu.
— Vai começar.- Samuel disse e saiu da cozinha também. Eu fui atrás e Mike apenas me seguiu, no curto caminho, nos entreolhamos algumas vezes.
— Como podem ver, temos duas pessoas novas aqui- Kai diz e nos olha.— Se apresentem, não tenham medo.
— Boa tarde, eu me chamo Cassidy, mas podem me chamar de Cassie, tenho 24 anos e sou mãe solo.- Me apresento. Os olhares julgadores me deixam enojada, como podem ser tão idiotas? Mesmo se fosse verdade, o que mudaria?
— Meu nome é Henrique, tenho 28 anos e me mudei recentemente pra cá, sou imigrante da Tailândia e a Cassie me ajudou a encontrar um lugar.
Um silêncio constrangedor pairou sobre o ar.
— Já que se apresentaram devidamente, vamos começar.
Nos sentamos no chão e fechamos os olhos, começando uma oração, ao final disso, Kai se levantou e nos olhou com aquela expressão perturbada que ele exibia.
— Irmãos! Eu sei o quanto vocês tem sofrido na mão dos opressores, e eu estou aqui para salvá-los.- Andava de um lado pro outro, enquanto nos olhava.— Vamos mostrar pra eles quem manda!!!
Eles gritaram alto, o que me fez olhar imediatamente pra aquela situação e suspirar.
— Vocês matariam por mim?- Kai pergunta e os membros ali gritam sim em couro.
— Vocês morreriam por mim?- Outra explosão em gritos de sim. Ele se sentia um Deus, sempre quis entender da onde vem tanto orgulho assim. Difícil dizer, então ele vira o copo que estava em mãos inteiro na boca, não faço a menor ideia do que era, mas estava bom pela cara dele.
...
Quando a conversa acabou, o pessoal foi comer biscoitos na cozinha e eu fiquei sozinha na sala. Me sentei no sofá e fiquei analisando tudo por um tempinho, era completamente igual o que era na casa dele. Estava pensando no nada até que a aparição repentina de Anderson me assustou.
— O que anda pensando?- A minha feição mudou completamente.
— Nada.- Respondi sem olhá-lo.
— Nunca é nada.- Senti a mão dele encostar no meu queixo e virar meu rosto na direção dele.
— Eu não quero falar sobre isso- Disse agora o olhando. Aquele toque que um dia me fazia querer mais, agora era simplesmente repudiante.
— Cassie, não se faça de difícil.- Aquela aproximação.. não sabia porque mas eu simplesmente não conseguia reagir.
— Será que você não pode me deixar em paz?!- O empurrei no impulso, nem tinha pensado nas consequências.
— Escuta aqui sua negrinha suja- Só virei a mão na cara dele. Sem nem pensar.
— Escuta aqui você! Eu não admito que fale da minha pele, ou do meu cabelo está entendendo? - Digo me levantando.— Eu vou embora.
Chamei Mike que saiu da cozinha comendo biscoito.
— Bora Mike- Puxei meu amigo pra fora. Deixando pra trás um Kai irritado.

Psyco - Kai AndersonOnde histórias criam vida. Descubra agora