O começo

210 8 8
                                    

Havíamos chegado embriagados em um bom humor que apenas nós sabíamos interpretar. Subimos as escadas abafando os risos e gargalhadas com nossas próprias mãos na tentativa de não atrair nenhuma atenção dos adultos que, provavelmente, já dormiam naquela noite de domingo. Dois garotos de apenas 14 anos de idade, a primeira fuga de casa depois das nove da noite. A sensação de liberdade enchia nossas células e tecidos, como se aquela fosse a entrada para uma nova vida, uma vida onde apenas eu e Benny controlaríamos, como os heróis das HQs que tanto líamos juntos.

Quando chegamos no andar de cima mal conseguíamos enxergar um palmo a nossa frente. O corredor minúsculo só obtinha um único traço de luz para nos guiar e ele vinha do quarto de Jane que provavelmente ainda usava o computador, isso nos impediu de continuar com a sessão gratuita de sussurros aleatórios. Benny agarrou minha mão e seguiu o caminho silencioso até o final do corredor onde ficava meu quarto, encostando-se de costas para a porta quando a alcançou invés de simplesmente entrar.

Um sorriso devasso se contorna em seus lábios ao mesmo que ele fecha os olhos quase tão lentamente quanto o tempo que parecia ter congelado alí, bem diante dos meus olhos. Eu não ousei desviar o olhar, precisava captar cada detalhe daquele momento.

Benny nem precisava falar nada.

Eu sabia quais eram as sensações que afloravam fortemente em seu interior, eu também sentia a euforia saltando a cada respiração solta e a cada sorriso vitorioso que exibíamos à toa.

-Não acredito que bebemos nossa primeira cerveja. - Sibilou baixo.

-Não acredito que você me convenceu a fazer uma loucura dessa, Benny se sua avó te viu fugindo...

Sinto as mãos de Benny me puxarem pelo quadril para um abraço repentino.

- Ethan Morgan não estraga o rolê, seu certinho!

Inspiro profundamente a fim de exalar o perfume único qual eu já conhecia tão bem.

Antes que houvesse qualquer coisa, havia Benny. Não me recordo de nenhum momento feliz em toda a minha vida sem que o garoto de meias engraçadas e piadas sujas não estivesse.

Agora ali estava eu. O encaixe do abraço do mais alto parecia o único lugar que eu me sentia eu mesmo. Como se eu não precisasse esconder nenhum segredo, como se eu finalmente me sentisse normal.

-Benny...

Chamei baixinho, meu rosto praticamente enterrado em seu peito. Benny riu baixinho.

-Não vou a lugar nenhum. Não precisa ficar preocupado.

E assim era a nossa dinâmica.

Benny Weir sabia adivinhar todos os meus pensamentos sem nenhuma dificuldade. Desde a infância, eu com meus 11 anos de idade, Benny adivinhava meus medos e inseguranças como se fosse um mágico, era impossível esconder algo dele.

Depois de alguns segundos tentando absorver todo conforto que seu abraço havia me proporcionado, olho para o mais velho. O mesmo sorriso de sempre estava lá, os cabelos castanhos caiam sobre o olhar esverdeado como em uma pintura. Eu era tão grato por ter um amigo como Benny.

- Ethan, você acredita que eu nunca estarei distante, não é?

-Claro que eu acredito.

(...)

Notinhas: essa fic foi um surto meu em uma madrugada, então vai ter erros muitos erros kkkk vocês me avisem qualquer coisa? eu amo críticas pq me ajudam a melhorar. É minha segunda fic bethan, que a outra precisei apagar por causa de ...(QUEM SABE SABE O BABADO) mas essa aqui não vai cair não amém

 Preciso de você, Benny WeirOnde histórias criam vida. Descubra agora