•Retorno para Mansão do Príncipe 2 • |2° Mansão do Príncipe|

39. Mais escuro antes do amanhecer

Severus sentiu o desespero tomar conta dele como um manto sufocante. Desde o início, ele temeu que algo desse errado, e agora que deu, ele estava impotente para fazer mais do que se perguntar por quê. Seu coração estava dilacerado pela dor, não só dele, mas também de sua amada esposa. Parecia impossível que entre um momento e outro, o bebê vivo fosse tão subitamente arrancado desta vida e enviado para a próxima. Merlim, por quê? Deus, como você pôde fazer isso conosco? O que fizemos para merecer isso? Ele se lembrava de segurar o corpinho de seu filho recém-nascido, leve como o ar, e lutar para fazer o bebê respirar, dando ao pequeno bebê sua respiração, tudo em vão. A criança estava morta antes que Auriane o entregasse a Severus. Ainda assim, ele tentou reviver seu filho.

Ele segurou Sarai perto, tentando oferecer-lhe conforto, mas ele se sentiu vazio por dentro e as palavras que ele falou caíram em ouvidos surdos. Eles estavam em uma cama grande, com Victoria em um berço ao lado dela. O bebê dormiu, Sarai havia acordado o suficiente para amamentar sua filha. Titânia chegou logo depois que Sarai deu à luz, sentindo talvez que nem tudo estava certo. A própria rainha chorou ao ver o pobre bebê sem vida, abraçou Sarai e murmurou como lamentava a perda deles.

"Eu sofro com vocês, primos. Não há perda maior. Eu sei disso muito bem." Titânia havia dito. Então ela acrescentou: "Mas você deve se lembrar... você recebeu o presente de uma filha hoje. Valorize-a e ame-a, pois ela é a realização de todas as suas esperanças e sonhos. a Senhora Brilhante tenha misericórdia e que o tempo acalme seu coração e o conserte."

Os pais de luto ouviram suas palavras, e mais tarde pensariam nelas e as compreenderiam, mas no momento eles estavam muito perdidos na tristeza para prestar muita atenção em seus filhos vivos. A morte de seu filho inocente os rasgou e despedaçou e tudo o que eles sabiam era que seu precioso pequenino se foi. O bebê Alexander nunca abriria os olhos e olharia para o mundo, nunca diria sua primeira palavra, ou daria seu primeiro passo, ou escolheria sua própria varinha, ou brincaria com seus irmãos. Ele morreu antes mesmo de viver, e para Severus e Sarai, foi uma tragédia terrível.

Victoria parecia sentir a perda de seu gêmeo também, e chorou e choramingou em seu sono.

Normalmente, Sarai teria se levantado imediatamente para segurar seu filho, mas sua dor a prendia em correntes muito mais fortes que o ferro. Ela estava exausta e dolorida, tanto no corpo quanto no espírito, e tudo o que queria fazer era dormir. Mas o sono a iludiu, assim como seu marido. Ela não podia acreditar que seu bebê tinha ido embora, quando ela o sentiu chutar e se mover dentro dela por quase oito meses. Ela estava tão ansiosa para conhecer o pequeno imp inquieto. Mas agora isso nunca seria.

Meu pobre filho! Eu te amei tanto! Eu gostaria de ter visto você crescer. Havia um grande buraco em seu coração, um abismo dolorido que ameaçava engoli-la, e embora ela tentasse lutar contra isso, ele a arrastava e sugava com a força de um sumidouro. E Sarai, que já havia sido Capitã das Lâminas da Rainha, Primeira em habilidade e guerra, descobriu que não tinha defesas contra a dor angustiante que a dominava. Chorando silenciosamente, ela enterrou a cabeça no ombro do marido.

Mas ao contrário de outras vezes, a presença de Severus não conseguiu banir sua dor. Ele rastejou atrás dela como uma besta negra e a devorou.

Ela nem mesmo discutiu quando a Curandeira Auriane lhe deu uma poção do Sono Sem Sonhos, que ela normalmente teria recusado. Em vez disso, ela engoliu o gole, dando boas-vindas ao êxtase do esquecimento por algumas horas.

O Curandeiro diminuto virou-se então para Severus. "Você gostaria de um também, meu senhor?" ela perguntou suavemente. Ela lavou e embrulhou Alexander em um cobertor, então lavou seu próprio rosto para limpar as lágrimas. Mas seus olhos brilhavam de tristeza. "Lorde Severus, me perdoe por não ser capaz de salvá-lo. Ele foi... ele nunca respirou fundo e eu gostaria de ter mais Arte...".