FILHOS DO SOL - Apocalipse

Acampamento

(Clarice)

Já era de noite quando volto para o acampamento, o corpo de Ruri já estava sendo mandado para a autópsia e encaminhado aos seus familiares:
— Merda... não vou conseguir me despedir novamente. Adentro na barraca destinada ao meu pelotão, sobre a cama de Ruri suas malas já arrumadas com seus pertences prontos para serem entregues a sua família uma foto minha e dela estava em um, porta retrato foto a qual foi tirada para marcar sua entrada no pelotão, lágrimas descem do meu rosto, apesar de não passarmos muitos anos juntas, Ruri era o tipo de pessoa que Eu gostaria de ser, ela era simpática extrovertida e sincera com suas emoções e além de me tratar com respeito me via como uma amiga muito diferente da grande maioria aqui, aqueles bastardos eles nos deixaram sozinhos e o resultado disso foi a morte de Ruri, cerro meus punhos terei minha vingança. Enxugo minhas lágrimas a tempo de ver um homem forte com seus 50 anos, cabelos grisalhos com o tradicional corte militar, sua postura rígida, faz com que ele adentre de supetão:
— Tenente Laurent, fiquei sabendo sobre sua companheira de equipe, realmente uma perda lamentável, certas pessoas não foram feitas para esse mundo que vivemos. Disse o homem de forma ríspida e seca.
— Descordo disso Major! Ruri... a cabo Dias era uma especialista, porém se algo não estava certo era o posicionamento do Grupo Águia, aqueles malditos nos deixaram sozinhas com um Grupo de Utraxs, tudo isso pelo, o que por Eu ser uma filha do Sol. Deixo escapar a amargura que sinto em meu peito.
— Essa acusação você tem como provar, seu comunicador foi danificado e o das pessoas do grupo Águia todas alegam que você deveria ter esperado, seria melhor para você esquecer esse incidente e focar em sua próxima missão. Responde de maneira bruta o Major.
— É claro sempre a próxima missão não é mesmo, E assim que você me vê como uma forma de cumprir suas missões?! Me responda Pai!!!
— Vou fingir que você não me disse isso Tenente se apresse e se recomponha, você partirá amanhã de manhã. Vejo meu pai saindo da tenda me deixando com o rosto vermelho ardendo de raiva, e novamente estou sozinha com meus demônios.

Ao acordar noto uma movimentação no acampamento, barulho de armas e passos acelerados eram escutados. Abro minha tenda para sentir as luzes do Sol que penetram pelo meu corpo, afinal como uma Filha do Sol é durante o dia que sinto meus poderes no auge, noto os olhares de reprovação dos outros Darks (membros das forças armadas do conselho) caindo sobre mim
— Fodam-se!! Digo em tom baixo não só para eles, mas como lembrete para mim mesma.
Não demora muito até minha convocação para a sala de reuniões onde eram entregues as missões. Ao adentrar a tenda uma mesa é vista no centro, com um mapa de Arca, mostrando tanto os Feudos liderados pelos Escarlates como as Terras Bestiais em seus meios, o oficial do outro lado da mesa me encarava, sobre suas roupas de proteção solar:
— Bom dia, capitão! — respondo me colocando em sentido.
— Bom Dia Tenente Laurent, meus sentimentos pela cadete Ruri ela parecia ser uma boa moça. O capitão Charles era conhecido entre os Darks por sua Honestidade, então aceito suas condolências.
— Sua Missão está definida, você agira sozinha, seu objetivo é capturar e trazer em segurança um homem chamado Abert Wilson, trata-se de um cientista há muito tempo afiliado ao conselho, entretanto após seu desaparecimento achamos que tivesse morrido, entretanto, agora sabemos que ele se encontra em uma cidade fantasma no norte das terras do Lorde Cortez, bem afastado dentro do território das bestas.
— Veja Bem Tenente, Eu não gosto nem desgosto de você, porém sua força e necessária e isso é algo que somente uma Filha do Sol poderia fazer. Vejo o Capitão retirar de sua gaveta um envelope preto e me entregar, ele também saca uma injeção de sua gaveta, não se importando muito com a minha presença ele retrai sua manga da roupa anti radiação solar, e aplicar ela no próprio braço:
— Ficou claro Tenente Laurent? Ele pergunta mostrando uma cara de irritação pela dor da aplicação de sua dose diária da vacina Crepúsculo, essa vacina era obrigatória para todos os humanos para a prevenção da doença Purgatório, como uma Filha do Sol nunca precisei tomar essa porcaria.
— Sim, senhor Capitão! Saio da sala dando as costas para o Capitão que ainda praguejava pela dor da vacina.

Ao caminho de minha tenda sou parado por alguns dos integrantes do grupo Águia
— Ei Tenente lamentamos por sua amiguinha — Dizia um dos oficiais em tom de deboche
— Realmente é uma pena quando a única que queríamos morta era você sua aberração! Dizia outro oficial do grupo.
— Ei rapazes não mexam com a protegida do Major, pelo menos não aqui. O responsável pela frase, era um rapaz alto pelo menos 20 cm mais alto que Eu, de pele morena e olhos irritantes seu nome era Erik.
— O próprio líder Águia aqui que honra. Sorrio com um ar zombeteiro em minha voz.
— Não fique sorrindo Laurent todos estariam melhores se você tivesse realmente morrido, igual sua amiguinha como era o nome mesmo Suri?
Não consigo evitar sinto o poder fervendo dentro de mim, o pego pelo uniforme somente com uma mão e o ergo do chão, e ao encararmos vejo o brilho de energia saindo de meus olhos dourados:
— O nome dela era Ruri!
Largo Erik no chão dando as costas a eles e aos seus apoiadores que me encaram com um olhar assustado, ainda não é o momento mais ainda terei minha vingança, mas agora preciso me preparar para minha missão.