Michael

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Filho do Sol, lembro da primeira vez que ouvi esse nome, na época não entendia o que significava, também era difícil entender alguma coisa quando se era chutado no estômago por um coturno,  eles doem mais que sapatos normais, acredito que seja pelo peso deles. Ser chutado e espancado não era uma novidade para mim, não importa o lugar que vou às pessoas sempre reagem a mim dessa forma, exatamente por isso que aprendi, a me esquivar e a evitar as outras pessoas e tudo estava indo muito bem até aquele viajante aparecer.
Vamos voltar um pouco para 2 dias atrás.
Eu estava voltando para meu esconderijo, após roubar, um pão seco e um pedaço de carne da Mercearia do Vilarejo, mas algo me chamou a atenção no meio do caminho um grito de uma garotinha, mesmo sabendo que não deveria sair da trilha resolvi seguir o grito floresta adentro até vir a origem, era uma garotinha de mais o menos 10 anos, 3 anos mais, nova que Eu, eu a reconheci de vista era filha do Dono da Mercearia a mesma que tinha acabado de roubar, ela estava chorando, pois, devia ter se perdido na floresta e mesmo sabendo que não deveria me intrometer resolvo chegar perto para oferecer ajuda:
— Ei menina, está tudo bem agora Eu vou te levar para o seu Pa... — Cacete ela me deu um, tapa.
— Saia de perto de mim seu Filho do Sol não preciso da sua ajuda. — a garotinha mesmo com lágrimas nos olhos consegue resmungar isso após me acertar.
Mas Eu não tive nem tempo de responder, após perceber uma sombra passando em cima de nós e descendo em nossa frente.
Era a Porra de um Azir, sua cara feia de babuíno expressava um sorriso sagaz, suas asas lembrando a de uma águia ainda batiam mesmo estando no solo na sua cauda a cabeça de uma serpente, era uma besta medonha, a garotinha ao meu lado tremia estava tão assustada que não conseguia nem se mexer. É Michael seu estúpido porque você foi sair da sua trilha, agora vai acabar morto junto de uma garotinha que te odeia, a que se FODA, pego uma vara de madeira e me posiciono entre a fera e a garotinha.
— Pode vir coisa feia, se for para morrer prefiro morrer lutando!
— Bravo rapaz é assim que se falar — Uma voz masculina fala atrás de mim, mas quem poderia ser não tinha ninguém por perto até agora, como ele chegou tão perto de mim sem eu perceber.
O Dono da voz era um homem de cabelos escuros que desciam até seu ombro, ele tinha um sorriso provocativo no rosto, mas o que impressionava era o que ele carregava nas mãos uma espécie de espada fina e cumprida, ela estava dentro de uma bainha preto com detalhes em vermelho vivo. Mas mesmo com toda essa presunção o que um só homem poderia fazer contra um Azir que até mesmo um grupo de 10 fazendeiros teriam dificuldade em derrotar.
— Fiquem atrás de mim Crianças vai acabar rápido. — O Homem posicionou a espada ao lado esquerdo do seu quadril, segurando a bainha com sua mão esquerda, e o cabo com sua mão direita, ele flexionava levemente os joelhos com o pé esquerdo a frente do direito. Fera não se amedrontou se posicionado para dar o bote em seu alvo se posicionou de quatro, seu pelo arrepiado para cima suas assas apontadas para trás de forma onde se poderia dar mais impulso e velocidade a fera, o tempo parecia não avançar, até a fera saltar em direção ao homem, o que ela não esperava é que ele já estava indo em sua direção ainda mais rápido, e como um flash ele sacou sua espada o vislumbre da lâmina prateada refletindo o sol, atrapalhou a visão do Azir que por um momento perdeu sua postura de ataque, momento que foi aproveitado para deferir um corte limpo no pescoço do Azir o decapitando.
— Muito Prazer Crianças me chamo Kylian — disse o Homem de cabelos negros, após remover o sangue do Azir de sua espada.
— Vamos lá garoto leve essa menina até os Pais sim. — Não sou nem louco de desobedecer à ordem de um homem que matou um Azir com um golpe, pego a garotinha pelo braço a mesma ainda assustada me segue com ainda um pouco de relutância, ao chegar próximo a sua casa a mesma me empurra e vai correndo gritando e chorando chamando por seus pais. Não querendo ver essa cena, saio correndo para ver se Kylian ainda está no mesmo lugar, mas nem vestígios tanto de Kylyan como do Azir decapitado se encontram mais lá. Pego minha sacola que havia escondido e decepcionado volto para meu esconderijo, mal consigo dormir imaginando a cena da batalha de Kylian em minha mente, mas o cansaço me vence e acabo pegando no sono.
No outro dia acordo determinado a encontra esse homem novamente mesmo não sabendo o porquê, mas algo me diz que tenho que encontra-lo, então parto em direção ao vilarejo.
Ao chegar lá tento me esgueirar, pois, não quero chamar atenção de ninguém só encontra Kylian e lhe fazer algumas perguntas, passo ao lado da Mercearia planejando chegar até o outro lado do vilarejo, até que sinto um puxão me erguer do chão:
— Te encontre Filho do Sol, foi você o responsável pelas lágrimas de minha filhinha não foi. — O Dono da Mercearia um senhor corpulento de barriga vasta, calvo, estava me segurando com às duas mãos, nem me dando o tempo de resposta ele me joga com violência contra o chão, me acertando um chute na boca do estômago (aqui voltamos para o acontecimento do começo do capítulo).
— Ei meu bom senhor acho que pelo seu próprio bem, o senhor não deve mover mais nem um músculo em direção a esse garoto. — Abro meus olhos com sacrifício pela sensação de dor que percorre meu corpo, mas consigo identificar o dono da voz Kylian estava parado atrás do Dono da Mercearia apontado sua espada para o homem corpulento que tinha me chutado
— Ohhhh Kylian não se relacione com esse garoto ele é uma escória, um Filho do Sol. — disse o velho suando com a lâmina da espada de Kylian em sua garganta.
— Eu sei o que ele é Abner, e sei também o que ele fez, protegendo sua filha contra um Azir sozinho, tal ato de bravura merece ser reconhecido melhor do que com um chute no estômago, não acha?- Ao ouvir tais palavras não consigo evitar sentir as lágrimas caindo de meus olhos, nunca ninguém me ajudou e agora não só fui salvo como também estou sendo protegido.
— Huuuum proteger minha filha não brinque comigo Kylian, esse demônio não seria honrado a esse ponto, mas já que você o quer tanto defender pegue ele e suma do meu vilarejo. — Abner cospe no chão, e sai enfurecido, dando as costas para Kylian.
— Bom rapaz acho que esse vilarejo realmente não nos merece que tal você vir comigo?
Mesmo não sabendo ao certo o que fazer, me levanto e abraço Kylian
— Sim, Mestre vamos!
— Mestre ahahahaha isso soa legal, muito bem a partir de hoje você... como é seu nome garoto?
— Me chamo Michael, Mestre!
— A partir de hoje você é meu discípulo Michael!

E agora cá estou Eu novamente sendo chamado assim, dessa vez por um Anão (Ferran), mas acho que depois de vários anos já deveria ter me acostumado. A surpresa nos rostos dos 3 amigos de meu mestre, não é nenhuma novidade a final um Filho do Sol são super humanos de olhos dourados que conseguem andar livremente sobre o Sol, sem serem afetados pela doença Purgatório, e fora que possuímos habilidades capazes de enfrentar vários humanos comuns sem esforço, sendo odiado e menosprezando e caçados por muitos, principalmente pelo grande Conselho Vermelho que governa o mundo, então de fato entendo a surpresa deles ao me verem ao lado de meu mestre andando livremente.
— É Ferran? Não tinha percebido isso ainda hahaha — disse Kylian com um humor genuíno em sua voz, meu mestre nunca se importou com o fato de Eu ser um Filho do Sol.
— Como você se tornou mestre de um Filho do Sol, Kylian? — Vi Rudigüer levantando da mesa ao perguntar.
— Só posso dizer que nossos caminhos se encontram, já o treino há 4 anos, desde seus 12 anos o ensinei tudo o que sabia sobre técnicas de combate e sobre a diplomacia do mundo.
— Mukmuakmuak somente você mesmo para virar mestre de um filho do Sol!! — Ria bem alto Erasmus.
— Kylian mais alguém sabe que você tem um Filho do Sol como aliado? — Pergunta Ferran ainda surpreso.
— Não meus amigos esse segredo só revelou a vocês então... se isso for descoberto saberei que essa informação saiu de alguma de suas bocas e então Eu mesmo lidarei com o traidor — Vejo a Áurea assassina de mestre sai pra fora, e mesmo já vendo ele usar outras vezes ainda sentem um calafrio, talvez por ele mudar sempre seu tom gentil e brincalhão para um tom sério e cruel.
— É claro meu amigão, vão andem e se apressem não podemos desperdiçar muito tempo, que o Sol os acompanhe! — Escuto Ferran resmungando com Erasmus e Rudigüer enquanto partimos mata adentro.

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Fala pessoal, muito obrigado a todos que leram até aqui e conheceram 2 dos 3 protagonista de Filhos do Sol (Clarice e Michael) no próximo Cap, vocês iram ser apresentados à um dos personagens que mais me divirto escrevendo seu nome é Lucian.
Já deixem um comentário sobre o que vocês estão achando da história até aqui para Eu saber e aprender o que posso melhorar, um abraço a todos e Boa Leitura.

FILHOS DO SOL - Apocalipse Onde histórias criam vida. Descubra agora