Em toda minha vida, não achei que acontecesse mesmo de meu pai estar saindo com a mãe do cara que praticou bullying comigo. Segundo ele, já faz um bom tempo que isso acontece. Mesmo trabalhando ele arrumou um jeito de seguir com sua vida amorosa. Sou maduro o suficiente para aceitar num boa, pois conheço meu pai, ele não faria isso se não estivesse realmente apaixonado pela mulher. Afinal, ele vai namorar a mãe e não aquele metido a valentão.
— Desculpe por te avisar após dois meses nesse relacionamento. Não sabia como você iria reagir. — Meu pai comenta. Eu estava dirigindo até o restaurante que aconteceria o jantar entre minha nova madrasta, seu filho incompetente, meu pai e eu.
— Você sabe o que penso sobre essa família, mas aparentemente você está feliz. É o que importa, pai. — Sorrio para transmitir confiança.
Estacionei numa vaga livre, arrumei a roupa do meu pai e adentramos o restaurante. A mulher estava sozinha tomando vinho branco e sorriu ao nos ver. Nos cumprimentamos.
— Bom saber que Taehyung aceitou numa boa, meu bem. Diferente do San, que está uma fera comigo.
— Onde ele está? — Pergunto.
— Foi ao toalete.
— Irei trocar uma palavra com ele. Podem pedir, se quiserem. — Me direcionei até o banheiro, presenciando Choi San chorando em frente ao espelho. — Meu pai não vai ser um padrasto ruim.
— Cala sua boca. — Rosna. — Você aceitou essa barbaridade numa boa?
— Eles estão felizes.
— Achei que fosse menos idiota. — Resmunga enquanto molha o rosto. — Ele só quer namorar minha mãe por ela ser bem-sucedida na cidade.
— Não precisamos do seu dinheiro. Temos consciência e conhecemos algo chamado trabalho duro. Você nasceu em berço de Ouro, mas nós suamos pelo dinheiro.
— Eu vou embora. Nem sonhando que irei ouvir baboseiras de amor e paixão. — San deixa o banheiro as pressas. Paro na porta ao vê-lo gritar com a mãe e ir embora dalí. Presenciei meu pai acalmando a mulher e trocando carícias.
Resolvi deixar o local também. Precisavam ficar a sós, não tinha mais nada para fazer alí. Teríamos outras oportunidades. Trilhei meu caminho até uma loja de conveniência bem afastada da cidade, não percebi que havia andado tanto. Parei para comprar algo, mas estava um silêncio assustador.
— Olá?! — Toquei a campanhia no balcão, mas ninguém saiu. Saí para fazer uma ligação no telefone público e disquei o número. Antes que pudesse apertar o botão para chamar, alguém me impediu.
— O telefone está quebrado. — Um homem mais alto, de cabelos encaracolados e sorriso sinistro apareceu. — Use o meu. — Ele abriu espaço para sair da cabine entregando-me seu celular.
Disquei o número de Jimin, torcendo para que ele me atendesse, mas foi em vão. Ao menos chamou. Agradeci a Deus por ele não atender, saiu há pouco tempo do hospital, poderia colocá-lo novamente em perigo.
— Não consegui, mas obrigada. — Fiz reverência. — Onde está o dono? Gostaria de comprar água.
— Ele está afastado, mas posso te ajudar. — Segui o homem de volta para a loja, comprei o que queria e paguei ao desconhecido.
— Que barulho foi esse? — Perguntei ao ouvir algo estrondoso vindo dos fundos.
— Se quiser continuar respirando, sugiro que vá embora. — Fala de forma fria. O pirulito em sua boca movia-se algumas vezes e ele inclinou o rosto esperando algo. — Cinco. Quatro. — Ele começou a contar e sorriu. Corri o mais rápido que pude dalí, mas em uma fração de segundos apareceu em minha frente. Para meu azar, nenhum carro passava no local. — Três. Dois. Um. Acabou o tempo. Onde estão seus pais, criança?
— O que fez com B.J? — Exclamo. Ele provavelmente não é daqui e também não vai me deixar em paz.
— Estamos nos divertindo com ele. Você é bem-vindo. — O desconhecido me puxou com uma força absurda e me levou para os fundos da loja, onde B.J estava levando uma surra de dois outros homens. — Brinquedo novo, garotos. — Jogou-me e meu rosto foi de encontro com o chão.
— Ele é tão bonito. — Um deles comentou. Continuaram chutando o dono da loja e eu gritei que parassem.
— Pena que é escandaloso. — O outro disse.
— Não o machuquem. Levem o que precisar, mas o deixem em paz. — Ditei. A risada dos três ecoou alto e o que me arrastou começou a me chutar sem parar.
— Podemos nos divertir com você um pouco, antes de acabarmos com ele. — Os dois homens se aproximaram.
— Ele vai morrer.
— Garoto tolo. A espécie dele não é fácil de matar, então podemos torturá-lo o quanto quisermos.
— Ele acabou de sumir. — Comentei assustado ao ver que B.J não estava mais caído. Fiquei aliviado, mas também inquieto.
— Merda. Culpa sua, seu idiota. — Os dois capangas me chutaram. O farol de um carro os fez parar por instantes, ao a luz apagar presenciamos a silhueta de... Jungkook?
— Parece que sua presa acaba de fugir, Mello. — O Jeon sorri sarcástico, ele realmente não muda. Seu olhar para mim foi rápido e antes que eu pudesse abrir a boca, ouvi sua voz em meus pensamentos.
"Fique quieto, irei me livrar deles". — Suspirei aliviado mesmo que soasse assustador um humano conversar com outro através dos pensamentos.
A não ser que ele não seja um.
— Hiro. Você sempre aparece quando mais precisamos. — O encaracolado diz alegre. Que nome é esse? Eles se conhecem? — Jeremiah e Jules, encontrem aquele imortal, agora. — Imortal? Estou sonhando de novo? Os capangas sumiram rapidamente dalí, mas continuei deitado.
— Deixe esse garoto para mim, ajude os outros a achar B.J. — Jungkook fala. O tal Mello gargalhou e estalou a língua.
— Gostaria de dizer que nos veríamos em breve, docinho. Mas acho que não será possível. — O encaracolado sumiu na mesma velocidade que os outros.
— Vá para casa, Anjo. Provavelmente B.J chamou a polícia e você não deve ficar aqui. A coisa pode ficar pior.
— Estou a pé. — Ele parou ao lado do carro. Fez um sinal e me permitiu entrar junto dele no Jeep. — De onde os conhece?
— São meus colegas de trabalho.
— Por que os deixou ir?
— Não poderia demonstrar que te conheço, Anjo. Te colocaria em perigo e eles iriam te usar para me atingir. — O carro cantou pneu ao sairmos do local. Jungkook nunca havia ficado tenso, foi a primeira vez presenciando isso.
— Por que os protege?
— Porque sou um deles.
Por um momento minha alma saiu do corpo e voltou. Não sabia dessa participação criminosa do Jungkook. Dias atrás estava em sua casa, aos beijos, quase avancei para algo mais íntimo. Agora tenho certeza de que devo mantê-lo longe.
— Você é um imortal? — Indago com medo de uma resposta que exploda minha cabeça. — Só pode ser isso. Eu te ouvi nos meus pensamentos, Jungkook. Não ouse negar.
— Sou um Anjo Caído. — Ele freia o carro próximo meu bairro, mas ainda estávamos cercados de árvores e escuridão. — Corra até sua casa, esqueça o que presenciou e durma.
— Creio que seja impossível já que você acaba de revelar algo do tipo.
"Para de se meter em encrenca ou não estarei lá na próxima". — Sua voz ecoou em minha cabeça.
— Se você é um deles, por que me ajudou?
— Você não deve saber de mais nada, Anjo. Siga sua vida. Te vejo amanhã no Colégio.
— Não vou sair até que responda minhas perguntas. — O Jeon me encara sério. Um olhar matador e confiante. — Estou esperando.
— Desculpe, Anjo. Porém, você não está pronto para ouvir sobre isso. — Jungkook acariciou meu rosto por breves segundos, senti que estava esquecendo dos ocorridos e aos poucos adormeci.
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C᥆rᥲᥴ̧ᥲ̃᥆ Vᥲᥣᥱᥒtᥱ
Fanfiction- Como está seu dedo, Anjo? - Meu nome é Taehyung. E sobre meu dedo, não te interessa. - Posso beijá-lo, você iria curar na mesma hora, Kim Taehyung. - Vi o homem umedecer os lábios e deixar o rastro de saliva no piercing após pronunciar meu nome. E...