Todos na escola sabem que Jimin é aquele amigo pegador, intimidador e badboy, porém, jamais o imaginei assim. Tem coisas que inventaram sobre ele que apenas eu sei que não são verdades. Na realidade, ele é tímido e gosta de caras ruins, curte ser dominado e acima de tudo ele é gay. As garotas que pegou durante o fundamental era só fachada.
Eu era intimidado antes de ser amigo dele. Os amigos de Choi San adoravam me colocar pra dormir no armário, pregavam peças cruéis em mim e quando Jimin chegou, ele me protegeu de todos. Park odeia injustiça e por isso combinamos bem. Somos Almas Gêmeas que se completam.
- Doutora Chacon? - Bati à porta da psicóloga do Colégio. Precisava de alguém para desabafar alguns sentimentos que não estava sabendo lidar. - Quem é você?
- Ora, olá. Finalmente nos conhecemos, Kim Taehyung. Entre e sente-se, por favor. - O homem que estava no lugar da mulher levantou-se para me atender e voltou para seu lugar.
- A doutora não está?
- Não soube? A psicóloga saiu por problemas pessoais. Sou Rixon Evans, novo psicólogo. - O homem sorriu mostrando seu sorriso gengival e dentes pequenos. Ele aparenta ser mais novo do que posso imaginar. - Se está aqui é porque precisa conversar. Confie em mim, tentarei ser tão bom quanto a senhorita Chacon.
- Bem, estou confuso em relação ao que sinto e ao que vejo nas pessoas. Tenho a impressão de que não posso confiar em mais ninguém.
- Desde quando isso acontece?
- A chegada de um novato. Ele é misterioso, isso me deixa inquieto.
- Fale mais sobre esse garoto.
- O nome dele é Jeon Jungkook. Apesar de parecer que ele não faria mal a ninguém, meu instinto protetor grita para ficar longe dele.
- E por que você não segue sua intuição? Talvez, seja a coisa certa a se fazer.
- Porque ele me deixa curioso. É loucura, mas eu tenho medo dele e ao mesmo tempo sinto que ele luta contra demônios para me manter vivo. - Falo gesticulando com os dedos. - Ele é a definição de morte, para mim. Eu a temo, mas quero saber o que acontece após me aprofundar nela.
- Sendo assim, você precisa se afastar dele. Morte é algo ruim, todos sabem disso. Por mais tentador que seja, pode acabar com sua vida ou a de quem você ama. - Resolvo olhar para o doutor e assinto. Seus olhos carregam o mesmo estranho indecifrável de Jungkook. - Lembre-se de que sua vida é preciosa.
Agradeço pela conversa antes de sair e encontro Jimin na aula de dança, estava me esperando. Tentaria seguir o conselho do psicólogo antes de colocar Jimin em perigo.
A aula passou num piscar de olhos, resolvi levar Jimin para comprar roupas já que ele me esperou por um bom tempo. Adentramos uma das lojas após gostar do que víamos. Park experimentou vários conjuntos apenas se perguntando se Yoongi iria gostar, dei um puxão de orelha, isso já estava passando dos limites.
- Tem alguém nos seguindo, eu acho. - Comento ao vir alguém se esconder do outro lado da rua. Percebi que estava nos olhando há bastante tempo. - Vamos embora. Pegue qualquer peça que lhe agrade.
- Não. Vamos ter certeza que estamos sendo seguidos. Me dê suas roupas. - Não entendi a princípio o que ele quis dizer, mas obedeci. - Vou te esperar na Praça. - Jimin coloca o capuz do meu casaco e sai da loja.
De fato, a pessoa o seguiu. Paguei pela roupa que Park escolheu e corri para o carro. Dei partida com meu Neon até a Praça onde vi Jimin caído no chão. Estacionei de qualquer jeito e fui prestar socorro.
- Jiminie! - Berrei. Ele estava todo machucado, sangrando e não acordava. Tentei acordá-lo, uma tentativa inútil. Liguei para a ambulância e eles o levaram, os segui bem atrás.
Mais tarde, os pais de Jimin me obrigaram a deixar o local, mas prometi voltar quando ele acordasse. Inconsolável e sentindo culpa, voltei para casa com cara de enterro encontrando Jane prestes a ir embora. Me despedi da mesma, e me encontrei sozinho em casa, nenhuma novidade.
Deixei o celular completamente carregado para emergência, jantei e fui para a cama. Me sentia exausto, mas não conseguia dormir. Não sabia quando os olhos iriam pesar, então resolvi ficar na varanda de casa, sentado na pequena escadaria.
Por um momento pensei que Jungkook poderia me fazer companhia. Na mesma hora, seu Jeep foi estacionado em frente a minha residência e ele saiu deslumbrante, como sempre. Seu rosto não tinha expressão, mas ao bagunçar meu cabelo tinha certeza que estava tentando me consolar.
- Está frio. O que faz aqui fora? - Pergunta.
- Não consigo dormir. E você, por que veio?
- Queria te levar para se distrair. Você parece inquieto.
- Faça isso. - O Jeon me obedeceu. Fomos no seu carro até o Parque? Isso me distraiu por um tempo. Olhei tenebroso para a montanha russa e tremi de frio.
- Está com medo, Anjo? - Retruca.
- O que estamos fazendo aqui? O parque já fechou. - Jungkook abriu os portões com facilidade e esticou a mão, parecendo um imã meu corpo o seguiu. De mãos dadas, fomos até a Roda Gigante. Assisti quieto ao Jeon abrir um lugar secreto no brinquedo, puxando-me junto dele. Descendo uma grande escadaria até o subsolo e por fim entrando num local mediano. - Que lugar é esse?
- Minha casa. Você é a primeira pessoa a visitá-la.
- E espera que eu acredite? - Eu ri pela primeira vez aquela noite. - Seu amigo deve ter vindo muitas vezes aqui. - Cruzo os braços e ele nega com um sorriso.
Explorei o lugar, em especial sua enorme cama com um tecido escuro e fofíssimo. Parecia mesmo uma casa. Tudo era escuro, até que ele acendeu as velas dos candelabros que estavam nas paredes. Uma cozinha simples, porém limpa, a pequena sala era aconchegante como seu sofá de cor vinho.
- Vejo que gostou da cama. Pode usá-la eu não durmo.
- E por que você a tem?
- Posso mostrar a você. - Sinto borboletas no estômago ao ver seu sorriso diabólico. Recusei sua oferta e continuei explorando o lugar, até abraçar meu corpo. Estava mais frio que lá fora. - Não seja teimoso e deite-se.
- Lençóis como seda não vão me aquecer. - Dito em voz alta, mas ainda assim o obedecendo involuntariamente.
- Por isso deitarei com você.
- Q-quê? - Sento-me num pulo e ouço o Jeon rir da minha reação. Ele já estava sentado e me fez deitar novamente.
- O corpo humano é a melhor fonte de calor. Jungkook me puxa para mais perto colando seu corpo junto do meu, observando como meus olhos ficam arregalados pela sua aproximação. Meu rosto ruboriza ao ver seu sorriso cínico aparecer. - Viu só? Você está aquecendo mais rápido que chamas.
Me mantive calado diante daquilo. De uma tarde de tragédia para uma noite calorosa com o homem que deveria evitar. Eu poderia ser morto e ninguém acharia meu corpo, porém, pensar nisso estava me deixando ansioso pelo que aconteceria se eu voltasse a beijar a boca que deveria evitar. Jungkook usou sua destra para acariciar meu rosto e seu hálito morno me deixou em loop infinito. Ele é irritantemente bonito em qualquer ângulo.
- No que está pensando agora, Anjo? - Sua voz sai rouca e preguiçosa.
- Eu não deveria estar aqui.
- E por que não?
- Você é um homem perigoso. Não o conheço, me deixa maluco com suas esquisitices e é um enigma que pretendo desvendar.
- Hmm. - Ele grunhiu.
- Agora não tem palavras para reformular uma frase completa?
- Não fiz nada para te deixar curioso, Anjo.
- Exatamente, não fez nada. Aliás, nem precisa. - Digo de forma irritada.
- Se serve de consolo, você também é meu enigma favorito, Anjo. Muito mais do que imagina. - O Jeon puxa meu queixo para que eu o encare e ele não perde tempo ao me beijar novamente.
Nesse momento, foi como se tivessem jogado mais lenha na fogueira. Eu estava em chamas pelo seu toque, pelo toque de Jungkook.
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C᥆rᥲᥴ̧ᥲ̃᥆ Vᥲᥣᥱᥒtᥱ
Fanfiction- Como está seu dedo, Anjo? - Meu nome é Taehyung. E sobre meu dedo, não te interessa. - Posso beijá-lo, você iria curar na mesma hora, Kim Taehyung. - Vi o homem umedecer os lábios e deixar o rastro de saliva no piercing após pronunciar meu nome. E...