Parte VI

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Minha íris ficou encarando um ponto espefico no prato de Jimin durante sua conversa com NamJoon. Há alguns dias estou aéreo, mais confuso e estranhamente sentindo falta de algo, ou melhor, alguém. Venho esquecendo coisas simples como comer ou atividades escolares, isso nunca aconteceu até a chegada desse novato.

A última coisa que me lembro é da minha conversa com San no toalete do restaurante, após isso minha mente começa a falhar e me vejo aborrecido. Momentos estão incompletos na minha mente, o dia que Jimin e eu estávamos sendo seguidos, por exemplo, me lembro de voltar para casa e tentar dormir, apenas isso. Sinto que falta muita coisa.

  — Escutou isso, Tae? — Jimin gargalha, fazendo-me olhar os dois sentados de frente pra mim.

  — Me perdi. Do que estavam falando? — Retruco, forçando um sorriso.

Então é assim que uma pessoa com amnésia se sente? É horrível.

  — Estava contando ao Jimin que, uma vez fiquei com uma garota de programa.  A coisa estava esquentando, mas quando decidi retribuir as sugadas na pele acabei chupando uma espinha. — Nós três fizemos a expressão de nojo antes de cair na risada. — Peguei trauma disso. Desde então, prefiro receber ao deixar marcas no corpo de outra pessoa.

  — Seboso. — Falei, secando as lágrimas de alegria.

O Kim demonstra ser mesmo um cara legal. Seus pais vendem carros próximo da cidade e segundo ele ganham muito por mês. Apesar dos pais serem mesquinhos, NamJoon é inteligente e humilde. Desde que nos tornamos amigos ele nos tira de enrrascadas.

O típico amigo rico que pode te dar qualquer coisa.

SeokJin aparece vez ou outra por estar ocupado com a faculdade. Sinto pena dele, mas lembro-me de que próximo ano também serei escravo dos livros chatos que existem. Jin começou a se abrir mais conosco, busca sempre contar sobre seus problemas familiares.

Não imagino como seja, meu pai e eu temos uma ótima relação.

  — A coisa mais louca que me aconteceu foi quando uma inexperiente mordeu meu pau. — Jimin se recorda, segurei o riso, ele costuma esconder isso, mas eu nunca esqueço. — A filha da mãe disse que poderia ser sexy, então eu broxei e a mandei embora.

Assim como eu, NamJoon não pôde conter o riso nem os tapas distribuídos por Jimin. Ser sexualmente ativo tem suas vantagens e desvantagens, porém, Jimin deve ter sido muito azarado na vida passada. Cada sexo louco que ele me conta se torna uma piada interna entre nós.

  — Aconteceu algo parecido comigo, porém o cara mordeu meu mamilo forte demais. — NamJoon gargalhou. Eu estava me divertindo com a desgraça alheia. — E você Taehyung, o que tem para nos contar?

  — Esse daí nunca pegou em outro pau além do dele. — Jimin toma seu suco no canudinho e sorri de ladino. — Esse é o famoso azeite de oliva, extra virgem.

  — Você que pensa! — Mostro a língua.

  — É tão virgem quanto a Virgem Maria. — Park devolve a língua.

  — E você que não pode ver um pau em pé que já quer sentar! Especialmente se for o de um marmanjo chamado Min Yoongi.

  — Pelo menos eu tenho. — O menor diz. NamJoon ficou surpreso e começou a rir novamente.

  — O que te impede de fazer sexo, Taehyung? — O Kim pergunta.

  — Nunca me interessei por ninguém nesse ponto.

  — Um sonho erótico com certeza deve ter tido. — NamJoon insiste. — Sonhar com sexo tem muitos significados, mas prefiro acreditar na mais óbvia; desejo de foder ou ser fodido.

C᥆rᥲᥴ̧ᥲ̃᥆ VᥲᥣᥱᥒtᥱOnde histórias criam vida. Descubra agora