A paz de minha companhia.

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Eu não sei do que são feitas as amizades.
Duvido que seja amor.
Carinho tão pouco.
Talvez confiança.
Mas então eu diria que não tenho amigos.
Frase tão melancólica essa.
Faz de mim um ser pensativo.
A questão paira mais uma vez.
Qual a fórmula para uma amizade?
Tempo, família, tradição.
Tantas palavras que se relacionam e nenhuma define ao exato,
O que é uma amizade?
Um ombro para chorar.
Uma mão para segurar.
Uma casa para se abrigar.
Mas tudo isso se vai tão fácil.
É isso que são os amigos?
Folhas soltas que mesmo a brisa gostosa de um verão se aproximando os leva embora?
Eu quero ser uma amiga.
Quero ter amigos.
Mas eu não sei o que isso significa.
Talvez seja tempestade em copo da água.
Talvez sejam só dúvidas e frases soltas que minha cabeça solta.
Mas aqui.
Sozinha.
De cara com minha própria companhia.
Sentada no banco mais distante dessa praça que já quis chamar de minha.
Eu me convenço.
Sou minha própria amiga.
Faço de mim meu ombro para chorar.
Minha mão que se estende.
Minha casa que abriga.
Me sinto só.
E isso me faz bem.
Estou feliz, por ser a pessoa que me traz a paz.
Momentos como esse me fazem pensar que a vida pode ser um pouco mais doce do que parece.
Só temos que olhar com os olhos certos.
Os momentos certos.

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