CAPÍTULO 45

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Melanie

Melanie trocou rápido de roupa e saiu do camarim caçando o detetive Smith em meio ao público. Foi preciso se desvencilhar de alguns curiosos e ;possíveis clientes, mas ela precisava falar com o homem.

De pé no bar, esperando para ser atendido, ele não notou a aproximação dela até que seu pulso fosse agarrado por mãos femininas e fortes, apesar do tamanho. Melanie sequer se deu ao trabalho de falar com ele saiu puxando o detetive pelo caminho que os levariam para um lugar mais calmo.

— Devo me preocupar com esse sequestro? — ele perguntou enquanto passavam pela multidão aglomerada ao redor do palco.

A clientela de lugares como aquele não costumava ser muito exigente.

Podia ficar alucinada com o show do momento, mas logo depois, já ansiava pela próxima dançarina. Não era um público fiel a uma única mulher, ninguém se importava com isso.

— Melanie! — Smith chamou com certa rispidez quando passaram pela porta que dava acesso aos reservados. — O que pensa que está fazendo?

A mulher caminhava a passos curtos, porém apressados. Como se precisasse apagar um incêndio em algum lugar. Smith não se importava realmente de estar sendo arrastado por ela, mas ele era o tipo de homem que não admitia não estar sempre no controle de tudo.

— Aqui não — Melanie avisou, tentando fazer com que ele cooperasse. — Você se importa de vir comigo?

A garota de programa não esperava uma resposta, pois se ele ousasse recusar o pedido dela, levaria um belo de um tapa no rosto. Àquela altura, ambos já tinham passado da fase de insegurança, visto que o detetive esteve com a mão na buceta dela minutos antes.

Uma das funcionárias passou por eles, de braços dados com um cliente e os dois sumiram dentro da segunda cabine.

— Ah, você me poupe! — Melanie revirou os olhos para Smith e voltou a puxá-lo. — Não pretendo atacá-lo, homem! Só quero esclarecer algumas coisas.

Ainda um pouco embriagado de tesão, Smith foi de bom grado, até ser empurrado para dentro da última cabine. Ela havia escolhido propositalmente por não ser posicionada na passagem de outras pessoas.

Ao fechar a cortina, virou-se para o detetive, que acabava de se sentar no sofá. Pela forma como ele a encarou, Melanie seria capaz de dizer que o homem esperava uma dança no colo, no mínimo.

— Por que está aqui? — ela perguntou, cruzando os braços e se esforçando para passar um pouco de seriedade.

Não era fácil, por sinal. Ser levada a sério vestindo uma tanga de renda era quase uma missão impossível. E o olhar perdido de Smith na direção da virilha de Melanie não ajudava a deixá-la mais confortável.

— Eu fiz uma pergunta. — Ela inclinou o corpo e apoiou as mãos nos joelhos.

— Acho que os papeis estão trocados — ele respondeu, cruzando as pernas e fazendo contato visual. — Por que você acha que tem algum direito de me fazer perguntas?

— Porque este é o meu local de trabalho e não lembro de você como frequentador.

— Touché! — Sorriu. — Eu vim ficar de olho, coletar alguma pista, ver se notava alguém suspeito... Assassinos adoram voltar ao local do crime.

— Minutos atrás você não parecia muito preocupado com suspeitos — ela alfinetou.

O detetive coçou a barba e seus olhos escuros pareceram sorrir para a garota de programa. Era verdade o que ele tinha dito, a sua intenção tinha sido mesmo das melhores. O plano foi por água abaixo por culpa exclusiva de Melanie, que começou a rebolar sobre o palco e olhar para ele como se precisasse de seu corpo.

Sedutora amizade - ADAPTAÇÃO Beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora