CAPÍTULO 34

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Any

— Josh, já estou terminando de me arrumar! — gritei para ele, ainda me olhando no espelho. Não conseguia me decidir por um top cropped que ficasse bom com aquela saia de couro.

Como não ouvi nenhuma resposta do meu amigo, saí do meu quarto e caminhei pelo corredor. Sabia! Josh Beauchamp era um bom de um filho da mãe trapaceiro!

— Eu não acredito que você ainda nem tomou banho, Josh!

— Não posso perder a inspiração agora — respondeu, sem tirar os olhos do notebook. — Estou no meio de uma cena em que o Assassino dos Números ataca novamente e a Melanie quase esteve no lugar errado e na hora errada. Por pouco, ela não se tornou também uma vítima.

Dei um tapa na nuca dele, que gemeu e olhou para trás, carrancudo.

— Isso é por você ter soltado esse spoiler grotesco! — reclamei e, em seguida, dei um peteleco no mesmo local. — E isso é por colocar a Melanie em perigo!

— Por que não vai na frente e avisa para o pessoal que eu vou chegar um pouco mais tarde?

— Porque eu te conheço muito bem e sei que, se eu sair dessa casa sem você, ficaremos esperando pela sua digníssima presença a noite toda. — Enrolei meus dedos na camisa furada que ele estava vestindo. — Anda, Josh.

— Me dê cinco minutos e eu termino — ele suspirou com uma enorme má vontade, como se estivesse sendo arrastado à força para fora daquele escritório.

Bem, ele estava mesmo.

Respirei fundo, controlando-me para não o esganar. Essa mania de nunca largar o computador já tinha feito a gente perder vários programas com os amigos. Eu ficaria chateada se acontecesse de novo, porque Josh tinha prometido que a gente ia dessa vez. E tudo bem, eu sabia que era independente e podia ir sem ele, mas sair sem Joshua não era a mesma coisa.

Noah tinha ligado mais cedo, dizendo que tinha marcado com Sabina e Sina num pub, para assistir à partida de Bulls x Celtics à noite. Só que se dependesse da lerdeza de Josh, nós chegaríamos no final do jogo.

Saí do quarto e voltei com dois cabides nas mãos, pronta para o golpe de misericórdia. Se nem daquele jeito ele se animasse, seria caso perdido mesmo.

— Pode me ajudar a decidir entre essas duas blusas?

Ergui os cabides quando Josh virou a cabeça para trás num gesto tão automático que eu tinha certeza que mal reparara nas cores das peças.

— Vermelha — respondeu, grudando os olhos novamente no teclado do notebook, mas ele voltou a se virar para me olhar, com os olhos mais atentos e brilhantes.

— Mas que porra...? — Percebi que sua atenção estava em meus peitos. — Evoluímos do simples “andar de sutiã pela casa” para “andar pelada”?

— Eu não estou pelada!

Josh girou a cadeira de frente para mim, arqueando uma sobrancelha e cruzando os braços. Mas o que me chamou mesmo a atenção, foi o volume entre as pernas.

— Estou nua só da cintura pra cima. — Dei de ombros. — Não é tão absurdo assim, você já viu várias vezes nos últimos dias.

Pendurei os cabides na maçaneta da porta e caminhei até a cadeira de couro enorme, bem devagar, como um felino prestes a dar o bote na presa. Os braços de Josh foram parar nos apoios laterais quando eu me ajoelhei no colo dele.

— Você está excitado assim por minha causa ou pela tensão sexual entre a Melanie e o detetive? — perguntei, enrolando meu indicador na camisa dele.

Sedutora amizade - ADAPTAÇÃO Beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora