CAPÍTULO 60

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Melanie

O ar puro que respirou depois que teve alta do hospital, foi gratificante. Ela já se sentia bem melhor, depois das quarenta e oiro horas que passou internada por causa da lesão no pescoço. Estava viva, o que era mais importante.

Melanie caminhou pela calçada, decidindo que pegaria um táxi no próximo quarteirão. Antes, queria poder sentir a vibração da cidade que ela amava, ver as pessoas na correria de suas rotinas, sentir o sol brilhando por trás das nuvens.

Ela sentia como se tivesse recebido uma segunda vida, uma nova chance de ser feliz. Achou que fosse morrer quando Smith apertou o nylon em seu pescoço, mas ele tinha se tornado a vítima de sua própria loucura. Como ela podia ter se enganado tanto?

Ao dobrar a esquina, o noticiário que passava no televisor de um restaurante a fez parar. O rosto do homem que ela matou estava estampado em tamanho grande e, abaixo da imagem, o nome do detetive e seu apelido, Assassino dos Números.

Ela apertou o sobretudo contra o corpo e respirou fundo. Um recomeço, era isso que precisava. Não poderia abrir o estúdio dos sonhos, mas o que tinha já servia para alugar um espaço mais humilde e começar de qualquer jeito. Nada na vida dela tinha sido fácil mesmo.

— Ei, garota! — Ela estacou antes de entrar no táxi que havia chamado. A voz parecia de Smith, mas era um homem que ela não conhecia, que sorriu enquanto se afastava. — Parabéns por ser linda e cheirar maravilhosamente bem!

Melanie sorriu de volta e balançou a cabeça ao entrar no carro. Não precisaria mais temer, porque ele estava morto. Em algum momento, pensaria se valia à pena baixar novamente a guarda para algum outro homem.

No momento, por enquanto, ela só tinha uma coisa em mente: ir para casa e alimentar seu gato.

Deu o endereço ao motorista e se aconchegou no banco, enfiando o nariz por dentro do casaco e aspirando seu perfume com um leve toque de morango.

Sedutora amizade - ADAPTAÇÃO Beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora